sábado, 11 de maio de 2013

Pesos-pesados aquecem corrida presidencial do Irã

 

A corrida para a presidência do Irã foi revitalizada neste sábado com as inscrições do ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani e do principal negociador nuclear do país, Said Jalili, para concorrer às eleições de 14 de junho.
Rafsanjani, que foi presidente entre 1989 e 1997, se registrou no ministério do Interior nos minutos finais do processo de inscrição de cinco dias para a eleição presidencial, que terminou neste sábado.
A lista final de candidatos não será divulgada antes do fim do mês, quando o Conselho dos Guardiões liberará a lista dos nomes aprovados após o processo de habilitação.
"Eu vim servir. O povo é quem tem o direito de me escolher ou não", declarou Rafsanjani, segundo meios de comunicação iranianos.
Ele busca suceder Mahmud Ahmadinejad, cujos dois mandatos à frente da presidência isolaram internacionalmente a República Islâmica, enquanto sua economia doente se esforça para lidar com as sanções internacionais aplicadas devido às ambições nucleares de Teerã.
Rafsanjani, que completará 79 anos em agosto, polarizou o complexo ambiente político do Irã nas últimas semanas ao anunciar que estava considerando se apresentar novamente como candidato.
Ele foi isolado pelos ultraconservadores desde a reeleição de Ahmadinejad, em 2009, que provocou grandes protestos nas ruas e levou a uma forte repressão e à prisão de centenas de jornalistas, ativistas e simpatizantes reformistas.
Rafsanjani pediu na época a libertação dos detidos durante os protestos.
Também neste sábado, Said Jalili, principal negociador nuclear do Irã e próximo ao líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, apareceu inesperadamente no ministério e registrou a sua candidatura.
O negociador de 47 anos, veterano da guerra Irã-Iraque (1980-88) que perdeu sua perna direita no conflito, não falou com a imprensa, segundo correspondentes da AFP.
Jalili lidera a equipe iraniana nas negociações com as potências mundiais sobre as polêmicas atividades nucleares de Teerã, que o Ocidente acredita que tenta desenvolver uma capacidade militar, acusação negada pelo país.
No dia 15 de maio, Jalili deve se encontrar em Istambul com Catherine Ashton, chefe da diplomacia europeia e que representa o chamado grupo 5+1, que inclui os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China), além da Alemanha, para discutir mais uma vez o polêmico tema.
Antes de se tornar representante direto do guia supremo iraniano no Conselho Supremo da Segurança Nacional, Jalili já foi vice-ministro das Relações Exteriores, encarregado da Europa e dos Estados Unidos, entre 2005 e 2007.
Ahmadinejad, por sua vez, que derrotou Rafsandjani nas presidenciais de 2005, tem que deixar o poder neste ano, depois de ter exercido dois mandatos consecutivos, o máximo autorizado.
AFP

Sem comentários: