quinta-feira, 16 de maio de 2013

O escândalo sobre o espião poderá afetar as relações entre Rússia e EUA?: Voz da Rússia

16.05.2013, 12:21, hora de Moscou
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© Serviço Federal de Segurança da Rússia

O embaixador americano na Rússia Michael McFaul recusou-se a manter contato com os jornalistas depois da chamada ao ministério das relações exteriores da Rússia por causa do espião americano, que foi detido ontem em Moscou.

Aliás, nem tinha a obrigação de fazer isso. McFaul apenas saudou cordialmente os repórteres acendendo com a mão da janela do seu carro. Há uns 20 ou 30 anos, o atual incidente de espionagem iria provocar no mínimo o congelamento das relações russo-americanas.
O terceiro secretário da embaixada Ryan Fogle, surpreendido pelo pessoal do Serviço Federal de Segurança da Rússia em flagrante, foi declarado "persona non grata" e deve em breve deixar Moscou.
Os americanos podem reagir a isso expulsando um diplomata russo de Washington. Mas podem também não reagir. As provas que comprovavam a culpa de Fogle eram muito berrantes. A julgar por tudo ele tinha atravessado o limite do permitido e atuava de maneira bastante descarada. Alguns peritos russos chegam a afirmar que o jovem Fogle fosse simplesmente "exposto" a fim de testar os serviços de contra-espionagem russos, desafiá-los a empreender ações de resposta e provocar um escândalo de espionagem. E tudo isso ocorre no momento em que se delineiam sintomas de um novo melhoramento de relações entre Moscou e Washington.
Eis o comentário do diretor geral do Centro de Informação Política Alexei Mukhin.
"É pouco provável que isso se reflita nas relações russo-americanas de alto nível. É um incidente bastante desagradável, mas ele tem um caráter, antes, curioso. Este agente dos serviços secretos americanos era muito jovem e inexperiente".
O eminente politólogo russo Boris Mezhuev também não acredita que este último incidente de espionagem possa resultar em mais um escândalo do tipo daqueles que Moscou e Washington já tiveram várias vezes anteriormente. As relações entre os EUA e a Rússia mudaram qualitativamente, – afirmou Boris Mejuiev na entrevista à Voz da Rússia.
"A época atual é um pouco diferente. Tem-se a sensação de que agora as relações diplomáticas se desenvolvem paralelamente a desmascaramentos de todos os tipos. Tem-se também a sensação de que as relações geopolíticas e econômicas são uma coisa, enquanto que os escândalos de diversos tipos, incluindo os em torno da espionagem, outra coisa totalmente diferente. A situação no mundo torna-se tão complicada que nenhuma das partes – tanto os EUA, como a Rússia, – tem vontade de adotar uma posição dura".
É notório que durante a cúpula de G8, a realizar-se nos dias 17 e 18 de junho na Irlanda do Norte, serão iniciadas conversações entre o presidente russo Vladimir Putin e o presidente americano Barack Obama. A seguir, eles devem encontrar-se em São Petersburgo, no encontro de G20, marcado para setembro deste ano.

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