12.04.2013, 09:09, hora de Moscou
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Depois da morte do presidente dos EUA Abraham Lincoln, abatido por um assassino em abril de 1865, o leme do poder nos EUA passou ao então vice-presidente Andrew Johnson que tinha sobrevivido por um milagre durante este atentado. Pouco antes disso Andrew Johnson tinha assumido oficialmente o cargo de vice-presidente do país. O senador Zachariah Chandler comentou mais tarde este evento da seguinte maneira: “A inauguração passou muito bem – salvo o fato de que o vice-presidente estava por demais bêbedo para desempenhar as suas funções e envergonhou a si próprio e ao Senado pronunciando um discurso ébrio e estúpido”.
Com efeito, o vice-presidente estava bêbedo e pronunciou um discurso desajeitado, sem nexo, em que, entre outras coisas, se referiu negativamente à Rússia autocrata e acentuou sua “origem plebeia”. Os autores de uma das biografias do décimo sétimo presidente dos EUA escrevem que os oponentes acusaram frequentemente Johnson de alcoolismo. Na realidade, todas estas acusações eram falsas, salvo aquele caso na inauguração. Acontece que Andrew Johnson chegou à cerimônia de inauguração em Washington já gravemente doente, pediu uísque para restabelecer a saúde e durante um lapso de tempo curto tomou três copos desta bebida não diluída.
As pessoas que conheciam Johnson pessoalmente depunham que ele podia tomar um pouco de álcool mas não se embriagava. Seja como for, mas foi esta cerimônia de inauguração que gerou a reputação de Johnson. No ato de inauguração, antes do qual ele tinha tomado uísque, Johnson falava da sua origem popular. Antigo alfaiate, que conseguiu atingir os cumes do poder político, Johnson, mesmo depois de empossado no cargo de presidente, fazia, ele próprio, os seus ternos. Quando começou a Guerra de Secessão, Andrew Johnson foi o único senador-sulista a votar a favor de preservação da Aliança.
Os seus gostos culinários também eram simples, populares. Um dos pratos prediletos, a que o presidente Johnson fazia justiça, era o arroz vermelho – naquela época, o alimento da gente simples. Este prato pode ser feito facilmente mesmo hoje. Para isso é preciso tostar de leve seis fatias de toucinho e pô-las de lado.
Aproveitar a gordura, que ficou depois da tostadura do toucinho, para estufar duas cebolas, cortadas em fatias, e um dente de alho esmiuçado. A seguir, é preciso acrescentar uma lata de tomates conservados com suco, misturar tudo bem e despejar o conteúdo de uma lata de pasta de tomate. Cozinhar uns 5-8 minutos em fogo brando, a seguir despejar uma tigela de arroz e pôr o toucinho, que já tinha sido tostado. Cobrir com uma tampa e cozinhar até o arroz se tornar macio.
Sabe-se também que Johnson gostava do prato, chamado “Hoppin' John”, que gozava naquela época de popularidade no sul dos EUA. Há quem afirme que este prato chegou à América da África Ocidental. Os seus ingredientes eram a ervilha de vaca ou ervilha forrageira, o arroz com cebola e toucinho, cortados em pedaços. O nome incomum deste prato pode ser traduzido textualmente como “João cavalgando”. Nos EUA o prato “Hoppin' John” é servido por ocasião do Ano Novo. Considera-se que ele simboliza a felicidade que vem no Ano Novo.
Sulista de origem, o presidente Johnson gostava também de diversos pratos de batata doce, participava de bom grado de festas familiares, em que se servia o milho assado, maçãs e castanhas assadas. Ele gostava também do peru selvagem.
A via política de Andrew Johnson começou com um escândalo e continuou também no ambiente de escândalos. Johnson conseguiu inimizar-se com o congresso e foi o único presidente, antes de Bill Clinton, contra o qual o Senado dos EUA pretendia abrir o processo de impeachment. O motivo da contenda foi a demissão do ministro da Guerra. Aliás, a tentativa de submeter Johnson a impeachment resultou em fracasso.
Ouvir e uísque antes da inauguração: Voz da Rússia
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