quinta-feira, 11 de abril de 2013

Kiev receia ficar cercada pela Gazprom : Voz da Rússia

10.04.2013, 15:32, hora de Moscou
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RIA Novosti

O Ministério russo de Energia está examinando um projeto de criação de um gasoduto Yamal-Europa-2 que passe pela Bielorrússia ao redor da Ucrânia.

Deste modo, se pretende aumentar a seguridade de fornecimentos de gás para a Europa do Leste. A Rússia se vê obrigada a empreender esse passo por razões políticas que, segundo ressalvam peritos, poderão, contudo, obstaculizar a concretização do projeto.
O Yamal-Europa-2 será um ramal do gasoduto construído nos 90 do século passado, devendo passar da fronteira bielorusso-polaca rumo à Eslováquia e à Hungria. O itinerário concreto ainda foi estabelecido. A empresa Gazprom poderá proceder às obras de construção quando forem concluídos os dois outros projetos – o North Stream, a passar pelo fundo do Mar Báltico, e o South Stream, pelo fundo do Mar Negro. Desta maneira, o novo gasoduto poderá aparecer em 2018-19.
Os altos responsáveis russos afirmam que o Yamal-Europa-2 ajudará a diversificar os fornecimentos de gás para o leste europeu. diminuindo riscos de interrupções. Mas peritos alertam para certos riscos políticos. Na questão dos fornecimentos de gás, a Ucrânia não se reputa como um medianeiro seguro, opina o diretor-geral do Fundo de Segurança Energética Nacional, Konstantin Simonov, referindo-se a múltiplas "guerras de gás":
"Lamentavelmente, não há outras hipóteses senão contornar a Ucrânia. O gasoduto em questão encobre a "zona cinzenta" que está à margem do North Stream e do South Stream. Se a parte central da Europa do Leste não estiver acessível, então os fornecimentos serão efetuados para a Hungria, a Eslováquia e até para a região de Baumgarten austríaca para onde o South Stream não poderá chegar, segundo estipulam os planos mais recentes. Assim a Ucrânia fica fora do esquema de trânsito e nós podemos garantir aos europeus a seguridade de nossos fornecimentos."
Com a Bielorrússia, através da qual passará o gasoduto em causa, também aconteciam conflitos. Mas hoje em dia, o seu sistema de transporte de gás está sob a alçada do consórcio Gazprom, o que tira todas as preocupações a esse respeito. Mais uma vantagem - o projeto Yamal não será tão dispendioso como são os North Stream e South Stream. Nas avaliações do Fundo de Segurança Energética, a sua construção rondará 1,5-2 bilhões de dólares.
Há que receie que a realização do projeto seja impedido por motivos políticos. O governo ucraniano Kiev está apreensivo pelo fato de poder ficar privado do sistema de trânsito, perdendo, nesse caso, 3 ou até 4 bilhões de dólares anuais. E nesse sentido, com a Ucrânia se solidarizam alguns políticos da Europa do Leste, e antes de mais, polacos. Assim o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk e alguns colegas seus se manifestam céticos em relação ao novo gasoduto. A situação foi comentada pelo perito, Dmitri Lyutiagin.
"Não tenho certeza absoluta que tal gasoduto seja construído num ambiente político atual que se verifica nas relações entre a Rússia, a Polônia, a Ucrânia e outros Estados da Europa do Leste. A retórica anti-russa na vertente energética se faz sentir muito. Por isso, para ganhar em termos econômicos, a Rússia deverá levar isso em conta na realização de projetos semelhantes que passem pelo seu território."
Os peritos russos acreditam que o bom senso acabe por triunfar sobre receios políticos. Segundo assinala Konstantin Simonov, a empresa russa Gazprom oferece à Europa do Leste mais um gasoduto sem pedir em contrapartida quaisquer co-investimentos ou promessas de desistir de quaisquer projetos alternativos.

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