sábado, 13 de abril de 2013

Guerra de listas negras entre os EUA e a Rússia

 


O Governo de Washington divulgou o nome de uma série de altos funcionários russos proibidos de entrar nos EUA. A Rússia fez o mesmo.
Sopram ventos cada vez mais frios entre Washington e Moscovo AFP
Uma guerra de listas negras abriu mais uma frente fria nas relações entre os Estados Unidos da América e a Rússia. O Governo de Moscovo divulgou, este sábado, uma série de nomes de americanos proibidos de entrar no país, em retaliação pela divulgação, na sexta-feira passada, do nome de 18 russos proibidos de entra nos EUA.
"Esta guerra de listas não foi uma opção nossa", explica um comunicado do Governo russo citado pela BBC. "É altura de os políticos de Washington perceberem que não podem pretender criar laços com outro país quando só querem dar lições e dar ordens".

Na origem deste conflito está Sergei Magnitski, um advogado russo de 37 anos que morreu na prisão. Foi detido e acusado de fuga ao fisco depois de ter acusado um grupo de altos funcionários da polícia russa de desvio de 230 milhões de dólares do Estado russo através de um esquema fraudulento com facturas.

A família de Magnitski, assim como algumas organizações de direitos humanos da Rússia, denunciaram que, depois de preso, foi violentamente espancado e nunca recebeu tratamento enquanto esteve na prisão. Morreu em circunstância nunca esclarecidas.

Washington aprovou então a Lista Magnitsi, proibindo 18 pessoas ligadas à morte do advogado de entrar nos EUA - cidadãos russos, ucranianos, do Azerbaijão e do Uzbequistão. A lista foi aprovada em 2012 mas só na sexta-feira os nomes foram divulgados.

A lista negra russa, também com 18 nomes, inclui dois antigos membros da Administração de George W. Bush (é considerado que usaram de técnicas de interrogatório ilegais) e dois antigos comandos que prestaram serviço na prisão americana de Guantánamo, onde estão os suspeitos de pertencerem a redes terroristas; David Addington, que foi chefe de gabinete do ex-vice-presidente Dick Cheney, é um deles. Os restante 14 nomes são pessoas que o Governo russo considera terem violado o direito de cidadãos russos no estrangeiro.

Segundo a agência russa Itar-TASS, que cita o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Riabkov, a lista de Moscovo é mais extensa do que a americana mas uma parte dela é "secreta".

As relações Rússia-EUA têm vindo a esfriar devido a uma série de medidas, entre elas a lei americana que proíbe a adopção de crianças dos EUA por russos - Moscovo retaliou aprovando uma lei idêntica.

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