terça-feira, 9 de abril de 2013

“Em nenhum momento a Renamo vai atacar civis”

 

– Ossufo Momande, chefe do Departamento de Defesa da Renamo

“Desde já informamos aos moçambicanos e à comunidade internacional que os desmobilizados da Renamo jamais atacariam civis. O alvo está bem identificado; é aquele que nos ataca, que rouba bens da população, ocupa as nossas sedes, prende os nossos irmãos” – Ossufo Momade

Ossufo Momade reafirmou que a Renamo é amante da paz, mas que não teme a guerra e advertiu que de ora em diante os desmobilizados de guerra vão retaliar a qualquer ataque que sofrerem por parte da Polícia, não somente no lugar onde tal ataque tiver lugar, mas, sim, em todo o País, incluindo na cidade de Maputo.

Maputo (Canalmoz) – O partido Renamo convidou a Imprensa, no domingo, em Maputo, para se distanciar dos ataques perpetrados, sábado último, por grupos de homens armados contra dois autocarros de transportes colectivos de passageiros e um camião cisterna de combustível no posto administrativo de Muxúnguè, distrito de Chibabava, em Sofala.
O ataque resultou na morte de três civis e igual número de feridos.
Numa declaração conjunta Renamo-desmobilizados de guerra no final de um encontro, o chefe do Departamento de Defesa da Renamo, general Ossufo Momade, disse que “em nenhum momento a Renamo e os desmobilizados vão atacar alvos civis”.
Na sua comunicação à nação a Renamo acusou as Forças de Intervenção Rápida e as Forças Armadas da Defesa de Moçambique de estarem a descarregar sobre civis com o intuito de responsabilizarem a Renamo.
“Desde já informamos aos moçambicanos e à comunidade internacional que os desmobilizados da Renamo jamais atacariam civis. O alvo está bem identificado; é aquele que nos ataca, que rouba bens da população, ocupa as nossas sedes, prende os nossos irmãos”, afirmou Ossufo Momade.
O dirigente da Renamo aproveitou a ocasião para aconselhar os moçambicanos a se absterem de utilizar o troço Save-Muxúnguè até que a situação esteja normalizada.
No terreno a circulação rodoviária neste momento já está a ser feita em coluna militar, entre o Rio Save e o Inchope.
Ossufo Momade reafirmou que a Renamo é amante da paz, mas que não teme a guerra e advertiu que de ora em diante os desmobilizados de guerra vão retaliar a qualquer ataque que sofrerem por parte da Polícia, não somente no lugar onde tal ataque tiver lugar, mas, sim, em todo o País, incluindo a cidade de Maputo.
“A Frelimo escudando-se no Governo tem um muro nas suas costas, ou o abismo, de modo que não pode esperar mais”, refere a Renamo advertindo que “ou a Frelimo assume a sentar e a acertar o que é reivindicado pela oposição ou então se arrisca a perder biliões de dólares investidos em muitos projectos no campo e nas cidades”.
“Esperemos para ver, pois o melhor tempo para parar com a guerra é antes do seu início, pois de contrário ela provocará luto e destruição”, acrescenta a Renamo.
“Apelamos aos moçambicanos e à comunidade internacional para estarem atentos aos próximos desenvolvimentos”, ameaçou.
Entende ainda que os desmobilizados da luta pela democracia não devem continuar a assistir a Polícia a massacrar o povo, a reprimir com violência as manifestações, alegadamente pacíficas dos vários tecidos sociais.
“Nós, desmobilizados residentes na cidade e província de Maputo, tomamos o ataque a Muxúnguè como ataque a Renamo, do Rovuma ao Maputo. As ameaças de caça ao homem anunciadas pelo vice-ministro do Interior terão uma resposta pronta no teatro das operações”, disse o chefe do departamento de defesa e segurança. (Redacção)

Guebuza atribui ataques de civis à Renamo
Maputo (Canalmoz) – Sem margem para dúvida, o chefe do Estado moçambicano, que é simultaneamente presidente do partido Frelimo, atribuiu à Renamo os ataques a viaturas civis, ocorridos no último sábado a sul de Muxúnguè.
No último sábado foram atacados dois autocarros, um da “Etrago” e outro da “Intercape”, e ainda um camião de combustível, num troço da N1, a cerca de vinte quilómetros a sul de Muxúnguè. No noticiário da STV na noite do mesmo dia, Arsénio Henriques entrevistou pelo telefone duas senhoras que eram passageiras em cada um desses machimbombos e eles disseram que os ataques tinham sido empreendidos por homens armados, mas nenhuma delas afirmou que esses homens eram da Renamo. A Policia, o Governo e o Partido Frelimo sem apresentarem evidências afirmam que os ataques foram perpetrados por homens da Renano.
Falando dia 07 do corrente à margem da deposição da coroa de flores na Praça dos Heróis Moçambicanos, alusivo ao Dia da Mulher Moçambicana, Armando Guebuza mostrou convicção nas suas palavras de que a Renamo foi quem atacou os civis que transitavam em viaturas na zona de Muxúnguè.
“Lamentamos profundamente os ataques da Renamo àquela zona de Muxúnguè, onde morreram compatriotas nossos, incluindo civis que não provocaram a ninguém. Condenamos seriamente estes ataques que são, na verdade, actos criminais perpetrados por estes homens”, afirmou Guebuza sem ponderar que os ataques possam ter sido causados por outros grupos armados.
“Como Governo, continuaremos a batalhar para que o nosso povo viva tranquilo, não seja intimidado, não viva assustado”, disse o chefe de Estado.

Entretanto a Renamo já veio a público negar a relação dos ataques com os seus ex-guerrilheiros. (Redacção) Frelimo responsabiliza Renamo pelo ataque de civis




“Os acontecimentos de Muxúnguè revelam que a Renamo é um partido antidemocrático que está ao serviço de uma agenda dos seus patrões estrangeiros” – Damião José, membro do Comité Central e secretário para a Mobilização e Propaganda do Partido Frelimo

Maputo (Canalmoz) - O partido Frelimo convocou a Imprensa na manhã de ontem (08 de Abril) para afirmar que “os acontecimentos de Muxúnguè revelam que a Renamo é um partido antidemocrático que está ao serviço de uma agenda dos seus patrões estrangeiros”.
O membro do Comité Central e secretário para a Mobilização e Propaganda da Frelimo, Damião José, responsabilizou a Renamo de ser o protagonista dos ataques do último sábado (06 de Abril) a dois autocarros de passageiros e um camião. Mas não apresentou provas, limitando-se a afirmar que sabe de que a Renamo “tem patrões estrangeiros e nacionais que estão a incitar para actos criminais”.
Questionado sobre quem seriam esses patrões da Renamo, o porta-voz da Frelimo disse que “são aqueles que dão agenda a Renamo, fora do País e internamente”.
Damião José foi repetindo o mesmo refrão do seu líder Armando Guebuza, segundo o qual “o patrão do partido Frelimo é o maravilhoso Povo moçambicano”.
“A Frelimo condena veementemente a atitude da Renamo de ameaçar as pessoas”, disse Damião José.
Questionado se a Frelimo tinha evidências de que teria sido a Renamo a protagonizar os ataques que resultaram na morte de civis, o mesmo porta-voz limitou-se a dizer “que não há dúvidas de ser a Renamo, porque na conferência de Imprensa da semana passada afirmou que iria replicar por todo o País os ataques da FIR”.
“O Governo deve perseguir os autores desses ataques criminais para responsabilizá-los pelos seus actos”, comentou o porta-voz da Frelimo.
Num outro desenvolvimento, Damião José admitiu que a “única alternativa à Paz deve ser a Paz e que a Frelimo está aberta ao diálogo”.
“O diálogo é o suporte principal para qualquer outra acção”, admitiu Damião José apelando para a Renamo parar com os ataques.
Damião José não deu a entender que a nível da Frelimo esteja já a haver esforços no sentido de se aproximar da Renamo para o tal diálogo. (Bernardo Álvaro)
 

Sem comentários: