"Olá Henrique. Como está a tua saúde? Do meu lado tudo bem, felizmente.
Mas estou bastante surpreendido e preocupado com o que se está a passar com o porta-voz do Comando Geral da Polícia. Na verdade, a acção de Pedro Cossa durante os sangrentos acontecimentos de Muxungué deixa no ar muitas interrogações. Começou quando, perante a concentração de homens da Renamo nalgumas das suas sedes, Pedro Cossa garantiu aos órgãos de informação que não havia nenhum problema, pois esses homens estavam a concentrar-se apenas por questões relacionadas com o recebimento das suas pensões. Mas o facto é que, um ou dois dias depois destas declarações, a Polícia atacou duas dessas sedes, alegando que a concentração dos homens era um grave risco para a manutenção da lei e da ordem. Mais grave ainda foi quando o mesmo portavoz foi chamado a comentar o ataque de retaliação da Renamo, em Muxungué, pelo jornal Canal de Moçambique. Pedr...o Cossa afirmou, peremptório, que a notícia do ataque da Renamo, e dos mortos e feridos dele resultantes, era mentira. Disse, e repetiu, mais do que uma vez, que se tratava de uma mentira. Só que estava a falar com jornalistas que estavam no local, a pouco mais de 200 metros, quando o ataque aconteceu. Jornalistas que tinham ido ao hospital e fotografado os polícias feridos. Tinham, inclusivamente, entrevistado alguns desses feridos. Ora um porta-voz de uma instituição com a importância da Polícia da República de Moçambique não pode mentir desta forma. Se, por algum motivo, não pode revelar a verdade, terá de encontrar outras formas de dar a volta ao problema. Em última análise remeter-se ao silêncio, com um “sem comentários” ou um “não confirmo nem desminto”. Agora mentir abertamente não o poderia ter feito.E não o poderia ter feito porque, ao fazê-lo, destruiu toda a sua credibilidade como porta-voz. Destruiu o elo de confiança que deve existir entre ele e os jornalistas com quem contacta. Daqui para diante, quem irá acreditar em qualquer informação dada por Pedro Cossa? Eu cá, se o ouvir a dizer que 2+2=4 vou ter de pôr em causa todos os meus conceitos matemáticos, na medida em que aquela informação, vinda da parte dele, pode muito bem ser falsa. Se me fosse pedida uma sugestão, eu diria que, para já, seria bom colocar Pedro Cossa noutra função policial, onde possa dar a sua colaboração com vantagens para a corporação a que pertence. E que fosse colocado, como porta-voz, outro elemento, com claras instruções para não mentir aos órgãos de informação. Não achas que era o melhor?
Um abraço "
Mas estou bastante surpreendido e preocupado com o que se está a passar com o porta-voz do Comando Geral da Polícia. Na verdade, a acção de Pedro Cossa durante os sangrentos acontecimentos de Muxungué deixa no ar muitas interrogações. Começou quando, perante a concentração de homens da Renamo nalgumas das suas sedes, Pedro Cossa garantiu aos órgãos de informação que não havia nenhum problema, pois esses homens estavam a concentrar-se apenas por questões relacionadas com o recebimento das suas pensões. Mas o facto é que, um ou dois dias depois destas declarações, a Polícia atacou duas dessas sedes, alegando que a concentração dos homens era um grave risco para a manutenção da lei e da ordem. Mais grave ainda foi quando o mesmo portavoz foi chamado a comentar o ataque de retaliação da Renamo, em Muxungué, pelo jornal Canal de Moçambique. Pedr...o Cossa afirmou, peremptório, que a notícia do ataque da Renamo, e dos mortos e feridos dele resultantes, era mentira. Disse, e repetiu, mais do que uma vez, que se tratava de uma mentira. Só que estava a falar com jornalistas que estavam no local, a pouco mais de 200 metros, quando o ataque aconteceu. Jornalistas que tinham ido ao hospital e fotografado os polícias feridos. Tinham, inclusivamente, entrevistado alguns desses feridos. Ora um porta-voz de uma instituição com a importância da Polícia da República de Moçambique não pode mentir desta forma. Se, por algum motivo, não pode revelar a verdade, terá de encontrar outras formas de dar a volta ao problema. Em última análise remeter-se ao silêncio, com um “sem comentários” ou um “não confirmo nem desminto”. Agora mentir abertamente não o poderia ter feito.E não o poderia ter feito porque, ao fazê-lo, destruiu toda a sua credibilidade como porta-voz. Destruiu o elo de confiança que deve existir entre ele e os jornalistas com quem contacta. Daqui para diante, quem irá acreditar em qualquer informação dada por Pedro Cossa? Eu cá, se o ouvir a dizer que 2+2=4 vou ter de pôr em causa todos os meus conceitos matemáticos, na medida em que aquela informação, vinda da parte dele, pode muito bem ser falsa. Se me fosse pedida uma sugestão, eu diria que, para já, seria bom colocar Pedro Cossa noutra função policial, onde possa dar a sua colaboração com vantagens para a corporação a que pertence. E que fosse colocado, como porta-voz, outro elemento, com claras instruções para não mentir aos órgãos de informação. Não achas que era o melhor?
Um abraço "
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