domingo, 31 de março de 2013

Políticos portugueses censuram governo e acusam alemães: Voz da Rússia

29.03.2013, 23:35, hora de Moscou
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economia, Portugal, União Europeia, zona do euro, crise
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Em Portugal, o principal partido de oposição zangou-se definitivamente com o governo. Desde as últimas eleições legislativas há dois anos, que colocaram no poder o Partido Social Democrata ("de direita" e "liberal", dizem os comunistas), as forças políticas tinham vivido em rotineira coexistência, com o Partido Socialista, na oposição, a manter uma certa neutralidade em todo o processo de resgate financeiro por parte do FMI, do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia.

Agora resolveu dizer "basta!". Talvez o caso de Chipre tenha levado a oposição portuguesa a pensar se tal cenário não se poderá repetir em Lisboa... Ou então, foram os jornalistas que sistematicamente acusam o líder socialista, António José Seguro, de passividade, de inépcia política e de despertar tanto interesse no eleitorado "como a leitura da lista telefônica", a espicaçá-lo a agir.
A verdade é que o líder socialista parece ter saído da sua sonolência apática, entrecortada por uns regulares lugares-comuns.
Mesmo não inspirando qualquer esperança ao povo, nem tendo um programa definido que não seja contrariar a atual austeridade exigida pela Europa (embora paradoxalmente já tenha afirmado que, caso chegue novamente ao poder, o país irá cumprir todos os compromissos perante a troika) o PS resolveu apresentar uma moção de censura ao governo, que será discutida no parlamento na próxima quarta-feira, 3 de abril.
Os socialistas insistem na necessidade de renegociar as condições de financiamento do país e de alterar o acordo feito com a troika de credores internacionais no que respeita à redução das despesas e do peso do Estado, de maneira a estimular o crescimento económico e a criação de emprego.
A moção de censura não terá efeitos práticos porque a coligação governante detém a maioria no parlamento. Os socialistas sabem isso mas assumem que o seu objetivo principal é "clarificar a rutura" com o governo. Afirmam que este "chegou ao fim" e que é preciso "prosseguir noutra linha", porque "este caminho é errado e precipita-se para a tragédia social".
No meio desta pouco emocionante situação política, há a destacar um acontecimento que tem agitado a imprensa local: uma carta escrita por um antigo ministro português, José Silva Peneda, publicada esta quinta-feira, 28, no jornal Público, ao ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schauble, na qual acusa o governante germânico de querer despertar os "fantasmas da guerra" europeus.
O chefe do governo luxemburguês e anterior presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, alertou recentemente para a possibilidade de uma guerra na Europa, motivada pela crise económica.
Silva Peneda lembrou estas declarações de Jean-Claude Juncker, quando este disse que os "fantasmas da guerra que se pensavam estar definitivamente enterrados, pelos vistos só estão adormecidos".
O ex-ministro português acusa o alemão Wolfgang Schauble de, através das suas palavras, "parecer querer despertá-los".
Schauble, em entrevista televisiva na segunda-feira, 25, afirmou que as críticas feitas à Alemanha se devem "à inveja" dos outros países.
"Vossa excelência, ao expressar-se da forma como o fez, identificando a inveja de outros estados-membros perante o "sucesso" da Alemanha está de forma subjetiva a contribuir para desvalorizar, e até aniquilar, todos os progressos feitos na Europa com vista à consolidação da paz e da prosperidade, em liberdade e em solidariedade. Com esta declaração, vossa excelência mostra que o espírito europeu, para si, já não existe. A declaração de Vossa Excelência, para além de revelar uma grande ironia, própria dos que se sentem superiores aos outros, não é de todo compatível com a cultura de compromisso que tem sido a matriz essencial da construção do sonho europeu dos últimos 60 anos. Quando o ministro das Finanças do mais poderoso estado da União Europeia faz afirmações deste jaez, passa a ser um dos responsáveis para que o projecto europeu esteja cada vez mais perto do fim".
A verdade é que nas redes sociais em Portugal já se escreve "que os atuais políticos alemães não se querem lembrar dos crimes cometidos por via do ancestral espírito de superioridade germânica".
Há até uma vereadora da Câmara Municipal de Lisboa e comentadora televisiva, Helena Roseta, que fala em "imperialismo alemão".
Será que os portugueses estão a perder o medo e a subserviência perante os alemães? Se assim for, é de louvar.

1 comentário:

Anónimo disse...

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