Candidato às presidenciais fora da agenda....por enquanto

Candidato às presidenciais fora da agenda....por enquanto

Sexta, 22 Março 2013 05:39 José Belmiro e Sérgio Banze

Segunda Sessão do Comité Central da Frelimo.

Membros da Frelimo são categóricos em afirmar que “na Frelimo não há tabus”, mas o facto é que a questão da indicação do candidato às presidenciais assume-se como um verdadeiro tabu.

A escola central do partido Frelimo, na Matola, acolhe a partir de hoje até domingo a segunda sessão do Comité Central, o órgão máximo do partido entre os congressos. Na agenda de trabalho que a Comissão Política vai submeter aos membros do Comité Central para efeitos de aprovação não consta o debate em torno do candidato da Frelimo às eleições presidenciais de 2014. No entanto, um membro do Comité Central disse ontem ao “O País” que nada obsta que o Comité Central decida incluir este assunto no rol das matérias a serem objecto de debate. Aliás, ontem, a nossa equipa de reportagem procurou à margem da reunião da Associação dos Antigos Combatentes ouvir vários notáveis da Frelimo em torno do assunto “sucessão e presidenciais 2014” e muitos não se predispuseram a falar, alegando que não era oportuno, na medida em que “em seu tempo a Frelimo saberá indicar o seu candidato”. Assim e tendo em conta que, tal como a Comissão Política, o Comité Central é fortemente dominado por uma tendência “basista” do partido e conotada com o actual presidente do partido, este assunto só poderá vir a ser discutido no tempo e na hora em que Armando Guebuza assim o desejar, ou melhor: quando ele aferir que estão criadas condições para viabilizar a sua agenda sem grandes debates ou questionamentos de algumas vozes - poucas na verdade- dissonantes.

Os vários membros da Frelimo desdobram-se em declarações do tipo “na Frelimo não há tabus”, mas o facto é que a questão da indicação do candidato às presidenciais assume-se como um verdadeiro tabu, sendo que, neste momento, a grande questão de fundo é saber até quando Armando Guebuza continuará a adiar este debate. Parece claro que o presidente da Frelimo pretende adiar no máximo o debate sucessório, primeiro, para evitar que o seu poder e sua autoridade dentro do partido sejam diluídos, tomando como pressuposto a sua própria experiência enquanto secretário-geral da Frelimo, que ofuscou por completo a figura de Chissano. A sua reeleição para um mandato até 2017 à frente do partido denuncia que pretende continuar nos processos, não deixando margem de manobras para outros sectores do partido afirmarem uma candidatura séria.

Assim, a Comissão Política vai propor que seja debatido o relatório dos órgãos do partido, nomeadamente, a comissão política, o secretariado, comité de verificação, da bancada parlamentar, do Governo, do cumprimento dos manifestos eleitorais nos 41 municípios, etc. Será ainda objecto de debate o plano quinquenal do partido, programa de actividades e orçamento para o ano em curso. Os membros do Comité Central deverão ser chamados a eleger os membros do Comité de verificação, já que em Pemba foi eleito apenas o secretário do órgão, José Pacheco.

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