Praia
18/01/2013
“Conseguir o desenvolvimento, o bem-estar
que reclamamos não deverá ser resultado do capricho, mas do trabalho de todos
nós, da sociedade inteira. Combater a intriga e a maledicência, meios perversos
e ilegítimos para atingir objetivos, e que têm feito escola em Cabo Verde.
Esses são métodos próprios de medíocres, inimigos da inteligência, do trabalho
abnegado, da dedicação”
(Daniel Pereira, Historiador, no Fórum Por
Amilcar Cabral, sempre! 19/01/2013)
A
propósito do CAN 2013, da organização, do financiamento para a participação dos
Tubarões Azuis e a transmissão em direto dos jogos da seleção, veio à baila a
questão do amadorismo e mesmo a calhar!
De
fato, regra geral @ caboverdian@, faz tudo sob joelhos e de forma reativa.
Constato
ao longo do meu viver na tapadinha, que há um défice enorme em matéria de
planeamento, antevisão/ antecipação, organização, controle e acima de tudo de
profissionalismo, em todos os aspetos da vida quer laboral, económico, social e
até mesmo familiar.
Vejamos,
a minha perceção estribando-me a nível das organizações privadas e públicas,
assente no meu conhecimento empírico, e não só, pois também possuo alguns
conhecimentos académicos sobre a matéria.
Há
tempos um banco da praça inaugurou a sua sede nacional com toda a pompa e
circunstância.
Edifício
arrojado, “xpto”, inteligente, amigo do ambiente, último grito a nível de
arquitectura e engenharia hidráulica e não só.
Mas
como andam as coisas internamente, quanto à distribuição do espaço, lay-out e
condições de trabalho para os que aí labutam, e que dão a cara pela instituição
e onde passam pelo menos 1/3 da sua vida diária?
Pois
é, aqui que a porca torce o rabo! L
Antes
de mais tenho para mim, que a produtividade depende em grande parte e talvez em
50% das condições de trabalho disponibilizadas, e do ambiente salutar,
inteligente e que prime pelo conhecimento e pelo saber, criado acima de tudo
pelo dirigente e com o concurso dos colaboradores.
Assim,
as condições de trabalho a serem criadas depende do conhecimento exacto e
técnico do que cada colaborador faz e necessita para o cabal cumprimento das
suas tarefas e obrigações laborais. E isto é competência exclusiva (mais uma) de
quem tem as funções de direcção, para poder reunir e garantir a criação das
condições de trabalho e a disponibilização dos instrumentos de trabalho!
Pois...devia!
Mas,
isso não aconteceu no sítio referido supra, e não acontece, igualmente, na
maioria das organizações quer públicas quer privadas, infelizmente!
Para
ser mais concreta, como se pode “entulhar” e confinar num espaço tão pequeno
não mais que 4mX2m, contra todas as regras de segurança laboral, e aqui cadé a
Inspeção Geral?, dizia três técnicos superiores, juristas que fazem cobrança de
dívidas, sem condições de respeito para o cliente quanto à confidencialidade da
sua situação, e tê-lo de se fazer essa tarefa à frente de outras pessoas? Qual
o respeito pela dignidade do cliente?
O
que falhou aqui numa das dimensões do dirigente???? Simples, o planeamento!
No
entanto, a distribuição do espaço para as chefias, é feita conforme os seus
gostos, manias e megalomanias, para que fiquem com a ideia e a perceção que são
os que mandam… Tse, tse, tse!
Ou
seja, exigem espaços bem grandes, grandes secretárias, computadores com écrans
maiores, grandes cadeiras giratórias, plasma pendurada na parede, e talvez só
falte um frigobar à maneira, para tão só ser caixa de correio, receber
mensagens reencaminhá-las, e assinar as notas produzidas pelos escravos, ups…,
colaboradores, só para constar formalmente que afinal, é ele o chefe.... Triste
gó!
E
isto não é mera coincidência, é a realidade!!!!
E
pergunto isso é profissionalismo, ou amadorismo??
Pois,
pois e isso remete-nos para uma questão recorrente, a saber: o perfil e os
critérios de eleição ou nomeação dos chefinhos, chefes e chefões.
Eis
o busílis da questão!
E
como contornar esse grave problema de amadorismo na gestão e na direção das
organizações????
Pois
sim, passa pelo menos, e em primeiro lugar, para não se nomear ou eleger com
amadorismos, amiguismos e compadrios associados, pessoas sem um pingo de perfil
e de provas dadas, para esses lugares-chave.
Depois,
julgo, que há que se fazer constantemente a monitorização aos que delegamos
poderes e a quem confiamos objetivos a cumprir.
E,
curto e grosso, quem não corresponder à missão deve ser “requalificado” para o
lugar certo que lhe é mais adequado de acordo com as suas aptidões, saberes e
capacidades.
Neste
particular, há que se ser sábio e saber colocar a pessoa certa no lugar certo,
sem demagogismos, favoritismos, nepotismo e outros ismos que vemos diariamente,
por aqui!
E
nessas situações recorrentes o que acontece quando as coisas dão para o torto,
nomeadamente, quando não se cumpre (quase sempre…) com o contrato de gestão e
os objetivos??? Simples! A culpa e a incompetência são dos outros…
Enfim…
Mas,
esse status quo tem de acabar!!!! Ora
bolas!
Temos
de ser mais rigorosos, profissionais, primar pela qualidade e sermos exigentes
e sérios connosco, e com a organização onde trabalhamos. Também, julgo de
sublinhar a importância do respeito pela capacidade e competência dos
colaboradores sem se pensar covardemente, que tentam tirar o lugar ou fazer
sombra…
Acho
triste quando deparo-me com chefias que “sacaneiam” de toda a forma e feitio os
seus “inferiores hierárquicos”, procurando denegri-los junto às chefias
“superiores”, só pelo fato de serem melhores e tentarem fazer o melhor a bem da
organização.
Enfim,
sinais e sintomas de amadorismo e infantilismo profissional que é de se pôr
cobro o quanto antes.
Afinal
amadorismo não combina com desenvolvimento, nem com eficácia, eficiência,
efetividade, qualidade e produtividade.
Há
que dar o salto qualitativo, crescermos como pessoas e civilizarmos os nossos
comportamentos e atitudes, em especial, no campo laboral!!!
Helena
Fontes
/Cidadã
atenta/
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