sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Kostunica: o objetivo do terrorismo albanês é a limpeza étnica: Voz da Rússia

8.02.2013, 10:54, hora de Moscou
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Vojislav Kostunica, Sérvia
EPA

Eu tentei me encontrar muitas vezes com o primeiro-ministro da Sérvia Vojislav Kostunica. Diziam-me constantemente que Kostunica era uma pessoa muito reservada e que ele não gosta de ser entrevistado frente às câmaras de televisão. Mas cada vez que eu vinha à Sérvia, eu escrevia repetidamente cartas à Chancelaria de Kostunica e procurava ajuda junto de pessoas que o conheciam bem. Por fim, em março de 2004, essa entrevista se realizou. O encontro decorreu logo após os acontecimentos dramáticos no Kosovo e Metohija.

Eu perguntei ao primeiro-ministro o que tinha realmente acontecido a 17 de março de 2004 no Kosovo e como deveria ser vista a atividade da missão humanitária da OTAN que deveria defender a população sérvia na província. Ele respondeu:
“O dia 17 de março de 2004 pode ser comparado com os atentados terroristas de Nova York, de Madrid e de Moscou. Se trata de terrorismo internacional, só que agora ele se mudou das enormes megalópoles para as vilas e aldeias do Kosovo em que vive a população sérvia. O terrorismo albanês tem um objetivo muito preciso – as limpezas étnicas. Isso é o que distingue o terrorismo albanês dos atentados terroristas de Nova York e de Moscou. Foi assim que os últimos acontecimentos no Kosovo foram vistos por muitos políticos mundiais que lhe deram uma classificação exata: limpezas étnicas e terrorismo. Esse comportamento dos albaneses do Kosovo foi completamente inesperado para o Ocidente. Mas para nós os últimos acontecimentos no sul da Sérvia não foram uma grande surpresa. As limpezas étnicas começaram há muito tempo no Kosovo. Os sérvios estão sendo metodicamente escorraçados das cidades e aldeias onde os seus antepassados viveram durante séculos. De 17 a 19 de março de 2004, do Kosovo foram expulsos 4.000 sérvios, as suas casas foram queimadas e os seus bens – destruídos. Foram destruídas várias dezenas de igrejas e mosteiros ortodoxos.”
“Desde 1999, quando começou a funcionar a missão de paz da OTAN, mais de 250.000 sérvios foram expulsos da província à força. Por isso, para nós os acontecimentos de 17 de março não foram uma surpresa. Eles foram consequência da política dos separatistas kosovares, sobre os quais nós vínhamos há muito avisando a comunidade internacional. Nós literalmente gritámos perante todo o mundo o que realmente se passava no Kosovo, mas ninguém nos quis ouvir. A situação na província sempre foi perigosa para os sérvios. Aqueles que queriam regressar aos seus lares não podiam fazê-lo por temerem pela sua vida e pela vida dos seus próximos. Dois terços dos sérvios do Kosovo foram obrigados a deixar a província e hoje aqui resta apenas um terço da população sérvia. Apenas 1.000 habitantes se decidiram a regressar à província. Viver no Kosovo é simplesmente perigoso.”
“A segunda razão é que no Kosovo não há liberdade de deslocação para os sérvios. As pessoas só se podem deslocar escoltados por militares. Muitos sérvios morreram às mãos dos terroristas albaneses, as limpezas étnicas eram feitas na presença da OTAN, os terroristas albaneses não temem ninguém. Podemos supor que os terroristas, que mantiveram num medo permanente os sérvios que ficaram, num dado momento irão tentar limpar a província de todos os que pertencem a outra religião e a outra etnia. Eu considero que a missão de paz da OTAN e da ONU foi um fiasco completo. Os soldados e a polícia tinham o dever de defender os velhos, as mulheres e as crianças da violência. Mas eles não o fizeram.”
O premiê Kostunica estava convicto que a missão de paz da OTAN na região se encontrava à beira de um falhanço completo:
“Nem os militares, nem os policiais da ONU, durante todo esse tempo, cumpriram o mandato que lhes foi incumbido pelo Conselho de Segurança da ONU. Eles sabiam que a situação na província era extremamente complexa e perigosa. Mas eles se preocupavam mais com a sua própria segurança que com a segurança da população sérvia no Kosovo e Metohija. Depois, os norte-americanos consideraram que estava tudo em ordem, que a sua missão foi cumprida e que os albaneses se corrigiram e se tornaram dóceis. Bush decidiu imediatamente reduzir a quantidade dos militares estadunidenses. Foi precisamente nessa altura que os albaneses sentiram a sua impunidade. Eles se habituaram a que todo o mundo tinha pena deles e os ajudava, mas que calava o fato de o Exército de Libertação do Kosovo (ELK) continuar a matar sérvios pela calada. A ONU, a UE e a OTAN queriam muito mostrar resultados positivos no cumprimento dos cinco anos da missão de paz no Kosovo. Todos diziam que tinha sido encontrada uma solução política, que o Kosovo seria uma província multiétnica e pacífica. Washington até marcou uma data. Em 2005 o estatuto do Kosovo deveria estar completamente definido. O KFOR deixou de controlar determinadas regiões da província e previa ceder as suas funções às forças da polícia internacional e aos observadores da OSCE. Mas logo que a OTAN saía dos enclaves sérvios, começavam imediatamente os assassinatos de sérvios. Os sérvios desarmados eram deixados a enfrentar os terroristas albaneses.”
“A mídia ocidental trabalhava numa só direção: está tudo bem no Kosovo, a paz já chegou. O que não correspondia à realidade. O dia 17 de março demonstrou o verdadeiro estado de coisas e a verdadeira face dos terroristas albaneses. Eles não recearam nem os 17.500 soldados e oficiais da OTAN, nem os vários milhares de policiais da ONU, nem a opinião pública mundial, que sempre foi tolerante perante todos os atos dos albaneses, e começaram os pogroms e os massacres. Não sei, talvez tenha havido por parte da OTAN alguma ordem para realizar essa operação. A História irá demonstrá-lo, mas a sincronia dos acontecimentos em todos os enclaves, não só no Kosovo do norte, é surpreendente. Portanto, isso foi bem planejado. É estranho, mas há mais do que suficientes agentes dos serviços secretos de todo o mundo no Kosovo. Eles deveriam saber o que Pristina andava a preparar. Ou sabiam, mas calaram.”
“O comandante da OTAN para o Sul da Europa almirante Johnson declarou para todo o mundo, já depois de 19 de março, que os albaneses estavam realizando uma limpeza étnica e que isso era uma ação previamente planejada. Mas como é que essa ação pôde passar ao lado dos serviços secretos ocidentais e ao lado da OTAN, que diziam ter a situação controlada?”

2 comentários:

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