quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Eduardo Mondlane - Um Homem a Abater, por José Manuel Duarte de Jesus*

 

Monglane_homemaabater Moçambicano, académico americano, funcionário da ONU, primeiro presidente da FRELIMO, amigo de Adriano Moreira, casado com uma americana branca, procurou com insistência a independência pela negociação. Portugal recusou. Recorreu à guerra. Ouvido na Administração Kennedy, influenciou a estratégia americana em África. Foi líder considerado na Europa, em Moscovo e em Pequim. Procurou que Moçambique não caísse na dependência das potências da guerra-fria. Veio a pagar com a vida a sua independência. Encontra-se nesta obra, entre outros inéditos, o strategy paper entregue por Mondlane aos americanos em 1961, e outro do mesmo ano que um grupo de portugueses da área do regime fez chegar a Salazar pela mão de Franco Nogueira, sugerindo uma nova política externa e ultramarina.
In http://www.almedina.net/catalog/product_info.php?products_id=9492
*José Manuel Duarte de Jesus nasceu em Lisboa, em Dezembro de 1935, tem formação académica nas áreas de História, Filosofia e Lógica Matemática. Diplomata desde Dezembro de 1960, carreira interrompida apenas entre 1965 e 1974, serviu em diversos países da Europa Ocidental e de Leste, do Maghreb, da África sub-sahariana, da Ásia e da América. É actualmente docente do ISCSP, da UTL, tendo já publicado outras obras sobre a Ásia e a China.
Recordo:
Eduardo Mondlane jamais seria ditador - segundo José Duarte de Jesus, historiador português
O Primeiro Presidente da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), Eduardo Mondlane, jamais teria sido ditador, pois era um académico e diplomata, com uma visão estratégica global, que queria uma independência responsável e, se possível, negociada para o seu país e não estabelecer um regime revolucionário de obediência ideológica, considera José Manuel Duarte de Jesus, doutorado em História das Relações Internacionais e Embaixador jubilado de Portugal.
Duarte de Jesus falava durante o Simpósio Internacional de dois dias, realizado em Maputo, que tinha por objectivo resgatar a história que caracterizou o percurso da construção da identidade e personalidade de Mondlane.
“É muito difícil prefigurar em Mondlane um dos futuros ditadores africanos, finalmente desajustados à realidade sociológica”, disse Duarte de Jesus à sua audiência, apresentando uma comunicação preparada para a ocasião, intitulada “Condicionantes e Pressupostos Académicos e Culturais no Projecto Político de Eduardo Mondlane”.
Segundo Duarte de Jesus, Mondlane situava-se dentro da família do socialismo democrático, que existia em certas regiões da Europa, na década de 60, mas com uma forte componente africana, anti-totalitária e anti-burocratica.
Na ocasião, Duarte de Jesus teve o cuidado de explicar aos presentes que não era sua intenção fazer uma análise psicológica de Mondlane, mas sim tentar juntar alguns elementos de análise da personalidade política de Mondlane, num contexto global e local, e num quadro “macro”, sem excluir os aspectos “micro”, associados com a sua formação e seu modo de pensar, que são importantes para contextualizar as linhas estratégicas do seu pensamento.
Para o efeito, o orador adverte ser imperativo ter prudência para evitar qualquer tendência para catalogar politicamente uma personalidade histórica como Mondlane, algo que também poderá ser inútil.
Com isso aquele académico pretendia evitar um debate sobre o tema se Mondlane teria sido ou não marxista, que segundo as suas palavras ainda é uma questão que parece preocupar alguns sectores da opinião moçambicana.
Para Duarte de José, esta questão assume apenas uma relevância na concepção teórica do seu pensamento político, pois “Mondlane apresenta-se-nos como a concretização histórica e simbólica da utopia moçambicana de ter uma pátria”.
Aliás, numa entrevista concedida a 7 de Dezembro de 1965 ao “War and Peace Report”, uma revista editada nos Estados Unidos da América (EUA), Mondlane afirma que a Frelimo deseja um governo democrático baseado num “governo de maioria”. Na mesma entrevista, quando questionado sobre a ideologia da Frelimo (se era comunista), Mondlane responde que “a nossa ideologia é a independência”.
Associando este e outros pressupostos, o académico e diplomata Duarte de Jesus conclui que não parece que Mondlane tivesse tendências marxistas.
Ademais, “não se encontram, na sua formação anglo-saxónica, elementos de natureza hegeliana que pudessem conduzir o seu pensamento para uma tendência de explicação do mundo de cariz marxista. Daqui que o seu pensamento político tenha sido profundamente pragmático”, vincou Duarte de Jesus.
A noção de “revolução” de Mondlane parece estar mais próxima da noção do filósofo austríaco Karl Popper de “peaceful social engeneering” (engenharia social pacífica, tradução literal em português), do que de um processo leninista de ruptura, como seria natural esperar de alguém que é antropólogo antes de ser sociólogo ou político, defende aquele académico.
Duarte de Jesus disse ainda que Mondlane também teria manifestado não estar interessado num modelo cubano para Moçambique.
“Mondlane disse claramente que não aceitava o modelo cubano para o futuro de Moçambique”, disse o académico.
Concluindo, Duarte de Jesus disse que Mondlane foi assassinado num dos períodos mais difíceis da sua vida política em termos de estratégias que deveria conceptualizar e pôr em prática no interior de uma Frelimo dilacerada por correntes e personalidades muito diversas, tendo sempre como objectivo manter a unidade do movimento.
Também era difícil face à interface que queria estabilizar entre as questões internas e a geostratégia da Guerra Fria, no quadro global.
Por isso, na óptica de Duarte de Jesus, Mondlane procurou salvar a independência de Moçambique não só do colonialismo português, mas das ameaças de quaisquer outros colonialismos, que se prefiguravam no horizonte africano das pós-independências ou das guerras pelas independências.
Neste quadro, Mondlane e a sua estratégia eram profundamente incómodos tanto no quadro micro que o rodeava, como no contexto macro em que a sua guerra se inseria.
Em suma, “Eduardo Mondlane era um alvo que interessava a muitos abater”, conclui Duarte de Jesus, que diz acreditar que “o seu desaparecimento mudou negativamente o evoluir da situação em Moçambique, a África perdeu um líder e uma referência invulgar, e Portugal perdeu, numa perspectiva de futuro a médio e longo prazo”.
Notícias - 24.06.2009

Comments

1
Nhansoa Mbuto said...
O historiador fala com propriedade sobre o que seria Eduardo Mondlane caso não fosse morto,para quem quer saber ou conhecer o perfil do primeiro presidente,deve começar auscultar as personalidades que o conheceram antes da revolução.Conforme pode-se depreender nas dissertações do historiador português,faz referência há certas entrevistas ou opiniões políticas que Mondlane dera antes.Não acho justo tentar trazer argumentos aqui de índole político,ou procurar fazer um encobrimento político, quando o que se pretende é fazer uma história sem tendencialismos políticos.Os moçambicanos precisam de auscultar essas vozes eruditas com conhecimento e informação suficientes.
Nhansoa Mbuto
2
Fernando Cerejeira said...
http://a1.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-ash4/386139_101807836603414_100003225933793_8560_1215050732_n.jpg
É este o URL da imagem actual do Dr. Miguel Murupa (que conheci em Nampula em 1972/73), publicada na sua página do Facebook.
3
Francisco Moises said...
A DATA DE 10 DE JUNHO DE 1965 E BALTAZAR DA COSTA CHAGONGA
Tres pontos principais a reter:1)Morte de Chagonga
2)Entegou-se ao Portugueses ou foi
capturado pelos Portuguese do Malawi?
3)A questao do Gwambe na primeira
eleiçao do primeiro congresso da
Frelimo.
Pode haver diferença enorme entre este autor e o compatriota senhor Ismael Maumane, mas este autor esta dedicado a factos historicos. A sua pesquisa sobre a morte do Chagonga coincide com o facto que Maumane apresentou do fundador do movimento UNAMI (Uniao nacional africana para um Moçambique -- que depois veio a fundir-se com a UDENAMO do Gwambe, Mahluza e Khamba e a MANU (Maconde African National Union) para formarem a Frelimo -- ter morrido em Setembro de 1988. A data especifica sendo dada como 25 de Setembro de 1988, o que faz arrepiar os cabelos um pouco por esta ser uma data sagrada da Frelimo que começou com a luta armada da libertaçao nacional naquela data. Foi um plano para acabar com o traidor ou foi coincidencia?
O dia 10 de Junho ficou gravado na minha cabeça para sempre. As relaçoes entre o governo Portugues e o seminario de Zobue nunca tinha sido boas visto que os Portugueses acusavam os Padres Brancos de nao embuir os alunos com um espirito de patriotismo portugues e diziam que o seminario tinha se tornado num "ninho de terroristas e rebeldes" --a razao que fez com que o governo portugues em 1967 corresse com os padres brancos europeus e os substituisse com os padres jesuitas portugueses como professores do seminario de Zobue que foi fundado pelos Padres Brancos. Naquele dia, porem, os seminaristas desceram para a vila de Zobue, 4 km a sul do seminario, para uma missa campal (ao ar livre) naquela data-feriado dedicada ao poeta Luis de Camoes. Durante a missa dita por um dos nossos padres houve uma comoçao, quando alguns brancos se retiram precipitadamente da missa.

Regressamos ao seminario embrulhados num misterio e perguntavamo-nos o que teria acontecido. Alguns dias mais tarde, o padre Jose Molina, espanhol, que foi convidado pela PIDE para presenciar a investigaçao dum terrorista que tinha vindo do Malawi, disse que se tratava dum grande chefe dos terroristas que se entregou as autoridades portuguesas de nome Baltazar Chagonga. Foi um choque visto que muitos de nos no seminario simpatisavamos com os terroristas da Frelimo. Nunca tinha ouvido falar do Chagonga antes daquilo. Era a primeira vez e o seu nome ficou gravado na minha memoria. Terroristas em referencia a Frelimo era a palavra que usavamos no seminario visto que ouviamos falar da Frelimo a partir das informacoes dadas nos jornais e radios portugueses.
Chagonga foi transportado no mesmo dia, algumas horas depois de se entregar aos Portugueses, para a cidade de Tete e nunca mais os Portugueses disseram algo de novo sobre ele. Nao soubemos o que Chagonga teria dito aos Portugueses, mas parece que teria dito que os terroristas se preparavam para atacar atraves de Zobue. Na tarde do mesmo dia, chegaram de Tete mais de 150 soldados da tropa portuguesa para serem estacionados em Zobue e mais vieram nos dias que seguiram. Nao estivemos acostumados a presença da tropa, mas eles vinham de camioes ao seminario para buscarem agua.O seminario jogavam futebol com eles. Os soldados eram amigaveis e conversavamos com eles. Os pretos entre eles, esses, por se identificar connosco pela cor, eram muito mais amigaveis e certos de eles tinham estado no norte onde tinham combatido os terroristas falavamcom com um desprezo enorme do terroristas.
A outra versao que li nas minhas pesquisas recentes é que ele teria sido raptado do Malawi e transportado para Milange, Zambezia. Esta versao pode originar duma confusao com a captura de Uria Simango e outros do Malawi, que foram entregues a Frelimo em Milange, Zambezia ou com o Arrancatudo -- que veio invadir o Instituto moçambicano na noite do dia 3 de Março de 1968 com Samora Machel, Chissano, Manave, que depois de desentender com os seus colegas -- se apresentou aos Portugueses em Milange.
Quanto a primeira eleiçao da Frelimo em 1962, existem tres versoes. A primeira que na verdade a vitoria de Mondlane foi uma batota urdida pelos tanzanianos visto que o presidente Nyerere queria que Mondlane fosse dirigente da Frelimo, custasse que custasse. A segunda versao é a do Jaime Khamba que escreveu que Gwambe perdeu contra Mondlane. Optei por aceitar esta versao visto que Khamba um dos fundadores da Frelimo estava la e ele votou para Gwambe. A terceira versao, esta apresentada por Maumane nesta coluna sem estatiscas, diz que a eleiçao foi entre Mondlane que obteve 80% dos votos, Uria Simango que obteve 20% e Baltazar Chagonga que obtve 0% dos votos. A ultima versao nao menciona Gwambe e parece ser a versao que a Frelimo cozinhou, visto que ela esta em conflito com a outra versao que diz que Mondlane ganhou por uma pequena margem contra Gwambe. E como historiador tenho que verificar todos os dados para os submeter a analises. Os leitores podem agora analisar e tirar as suas proprias conclusoes. Nao forço a ninguem a aceitar esta ou aquela versao.
Francisco Nota Moises
4
Ismael Maumane said...
Sr. Bwana:
Baltazar da Costa Chagonga morreu em Maputo em Setembro de 1988, segundo reza um anúncio publicado pelos familiares na secção de necrologia da imprensa local.
Ismael
5
Francisco Moises said...
Sr Bwana,
Tenho uma surpresa que fara rir para si e outros leitores sobre o Balthazar Chagonga e regresso com a surpresa logo amanha de manha no meu pais que sera amanha de tarde em Mocambique.
Francisco Nota Moises
6
Bwana said...
Ouvido o lado da historia do Dr Moises, e o lado do SR ou Dr tambem Ismael Maumané, cabe a cada um de nos tirar as suas conclusoe.
Quando o Sr Ismael Maumane diz que no primeiro congresso o Adelino Chitof Guambe nao esteve presente, mas sim o Sr Baltazar da Costa Chagonga, e que participou na eleicao, onde o Dr Mondlane venceu por uma margem pequena ao Rev. Simango; eu pergunto cadé esse Sr Chagonga hoje de que é feito dele? Porque é que ja nao se ouviu falar mais dele? Nem de que foi reacionario nem de heroi! Por favor sr Ismael Maumane ou Dr Moises, pode dizer me algo?
7
Francisco Moises said...
CARO JJLABORET,
GOSTEI IMENSAMANTE DO SEU COMENTARIO. ESTES HISTORIADORES INTERESSEIROS ESCREVEM SEMPRE SOBRE OS MORTOS -- MONDLANE, MACHEL -- QUE NAO TEM NADA A DIZER.
A acreditar que Ismael Maumane era, ou e , realmente quadro da presidencia da republica,como se identificou em mensagens de insutlos a este autor o ano passado, fiquem os leitores garantidos que e o proprio camarada Guebuza que se sente preocupado com o que coloco aqui, pois nunca foi material igual e identico revelado em qualquer parte que seja em livres ou em blogs. A ocupacao do Guebuza e camarilha e imensa, pois estao ainda vivos e nao gostariam de serem identificados internationalmente como criminosos contra a humanidade e terem talvez um belo dia que comparecerem no tribunal internacional de crimes contra a humanidade.
Nao ganho nada em por este material no Mocambique para todos, mais tambem ganho bastante da satisfacao de ter feito um pouco de justica por denunciar tais criminosos como Guebuza, Chissano, Marcelino dos Santos, Sergio Vieira, Aurelio Manave e os demais criminosos incluindo os seus acolitos como Ismael Maumane que ainda vivem em Mocambique. Porque e que estes historiadores nao escrevem sobre estes criminosos vivos? Sao historiadores interesseiros que querem se fazer um bom nome com a Frelimo e tem alguma coisa a ganhar do regime corrupto e criminoso em Maputo. Faco tambem a justica para muitos que conheceram o luto visto que os seus familiares foram massacrados, queimados vivos, enterrados vivos, fuzilados por estes maltrapilhos da Frelimo.
Francisco Nota Moises
8
JJLABORET said...
OS HISTORIADORES E OS MORTOS!
O que mais me espanta nesses "historiadores" é que só falam sobre os mortos!
Mortos são inimputáveis, a não ser quando se queira indevidamente fazêlos de heróis ou canonizá-los.
Existem ainda vivos, dezenas de partícipes por ação ou omissão ou mesmo solidariedade aos crimes praticados pelos tais "libertadores", quer sejam esses crimes praticados contra gente do povo, quer sejam os praticados em disputa política e de poder entre eles mesmos. MAS APENAS OS MORTOS TÊM APARECIDO PARA A FAMA!
Mondlanes, Machels,..."ET CATERVA"!
Por que calam sobre, digamos...ARMANDO GUEBUZA? Porque está vivo ou por que está ISENTO DO PESO DO PASSADO SOBRE AS COSTAS?
Coloquem-no logo na cena, pois que fez e faz parte dela!
Ou vou terminar acreditando que seja um santo!
9
Francisco Moises said...

OS MALES DA FRELIMO SAO TANTOS QUE ELA SE COZINHA NA SUA PROPRIA SOPA

O senhor Ismael Mahumane falou das boas maneiras. Quem me dera se as tais existissem quando milhares de mocambicanos eram desfilados como gado durante a dita operacao producao para serem exilados como escravos de trabalhos forcados la pelo norte de Mocambique como programado por Guebuza. Nunca houve boas maneiras da parte da Frelimo quando executava centenas ou milhares de mocambicanos. Mas Maumane requere boas maneiras da minha parte quando denuncio a violancao massiva dos direitos humanos pela Frelimo durante a luta e depois da independenica.
Bater no Marcelino dos Santos por ele ser insolente por exigir que fossemos a Nachingwea onde ordens existiam para nos matar e mais grave do que resisti-lo e pica-lo com uma lapizeira como o fiz. Nao e mais grave do que as decisoes que Marcelino tomou para a eliminacao de muitas pessoas que ele tinha condenado a morte. E tal de Aurelio Manave que supervisava tais matancas quando era governador da Frelimo em Niassa onde Simango, Gumane, Kambeu, Basilio Banda, Joao Unhai e muitos outros foram mortos sem julgamento previo? Sejamos claros, sejamos honestos.
Posso dizer com orgulho que nos travamos uma boa luta contra a ditadura mondlanista e dos seus sequazes. Foi um acto nobre como a que a Renamo fez como resultado da ditadura e brutalidades da Frelimo. Posso nao concordar como a maneira de agir do Dhlakama, mas tenho em alta consideracao e apreco a luta da Renamo contra a tirania e o totalitarismo da Frelimo.
Os actos da Frelimo faz com que ela se cozinhe na sua propria sopa, visto que tantos sao os males que ela cometeu e ainda comete, que nao faltara factos para um analista condenar a Frelimo.
Como a Frelimo nao pode me matar como ainda mata as pessoas por causa da distancia, Maumane requere que eu me mantenha calado.
Vivi na Tanzania durante 1 anos e 10 mezes e nao menos de 1 como Maumane tenta advinhar.
Francisco Nota Moises
10
Francisco Moises said...
POR MAIS AMARGA QUE OS FACTOS SEJAM, ELES DEVEM SER CONTADOS LEALMENTE
As boas maneiras, ora esta, senhor Ismael Maumane. Escrever a historia e tentar dizer a verdade, por mais amarga, e o dever de qualquer historiador. Respeito pelos velhos nao e aspecto historico, mas sim um aspecto de culturas autocraticas. Estudei a historia ao alto grau universitario tendo qualificado com uma das mais altas distincoes. Analize impiedosa dos factos e o que me ensinaram a fazer. Para alem, vivo nestes ultimos 22 anos numa das maiores democracias do mundo onde nao ha vacas sagradas, nem suas excelencias e nem deificacoes de qualquer lider que seja. Sim nao li ainda o livro de Jose Manuel Duarte de Jesus, mais as suas afirmacoes tais como Mondlane nunca seria ditador sao empiricas e so contrariei a tal afirmacao e outras empiricas com os factos que vi e vivi e sobre os quais li, para alem de ouvir as pessoas involvidas darem a sua visao.
Dizer que o Gwambe nao estava no primeiro congresso da Frelimo em Dar onde Eduardo Mondlane foi eleito nao e verdade. Gwambe nao aceitou o resultado e ficou critico de Mondlane antes e depois do congresso, dai a causa que fez com que o matassem.
Continuarei ca neste blog livre a dizer algo de diferente daquilo que a Frelimo diz e ensina. E por causa disto que descrevi o que escrevo como a outra versao da historia mocambicana, reconhecendo porem que a lideranca da Frelimo apresenta a sua historia, que reconheco ser uma versao diferente da minha embora nao concorde com muitas das coisas que dizem. Com razao que o pensador italino Benedetto Croce disse: toda a historia e historia intelectual.
Francisco Nota Moises
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11
Francisco Moises said...
Nao ha duvida que ao Ismael Mauname, frelimista da ultima hora que se identificou numa mensagens de insultos ao autor como quadro da presidencia da republica no passado recente, e dificil escutar a verdade. Este autor conta verdade daquilo que aconteceu, que ela seja amarga ou nao. Os moçambicnos tem que ouvir isto. Continuarei e ja começarei a escrever a historia de Mocambiue contemporanea que vi e vivi, que o Maumane queira ou nao.
Francisco Nota Moises
Francisco Nota Moises
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Ismael Maumane said...

Tenho acompanhado os comentários do Sr. Francisco Nota Moisés que ultimamente têm aparecido neste blog. Identifica-se o Sr. Moisés como antigo seminarista no Zóbuè.
A terminologia empregue pelo Sr. Moisés levanta sérias dúvidas sobre os benefícios que terá colhido naquele estabelecimento de ensino católico. A má-criação e a falta de respeito pelos mais velhos certamente que não foram ensinadas nos bancos do seminário frequentado pelo Sr. Moisés. Mas é isso mesmo que ele demonstra desde os recuados anos de 67 até ao presente.
Veja-se a título de exemplo, a seguinte afirmação do Dr. Moisés, ou Mussa, conforme ele se identifica neste blog, referindo-se ao Sr. Aurélio Manave:
“Assim porradas, pontapés, cuspes choveram contra o terrorista que a policia algemou. E alguém mesmo mijou no Manave.”
De certeza que não foram os padres católicos de Zóbue que ensinaram este comportamento infeliz do Sr. Moisés/Mussa e dos seus colegas e dos quais ele insistentemente faz alarde.
E puxar pelas barbas do Reverendo Uria Simango ou espetar uma lapiseira nas nádegas do Sr. Marcelino dos Santos são manifestações de alguém que é mal-educado, sem maneiras, desconhecedor das regras elelementares de etiqueta e da cultura africana quanto ao tratamento ao dar aos mais velhos.
Para além de malcriado, o Dr. Moisés/Mussa apresenta-se como pretensamente enciclopédico no que se refere à história da Frelimo, só por ter saído da sua aldeia em 67 e permanecido na Tanzânia pouco mais de um ano, até se refugiar no Quénia. O que ele nos conta é, essencialmente, do género do “ouvi dizer”ou do “consta-se”, que ele depois interpreta e extrapola de forma leviana e apressada.
É o caso da análise que decidiu fazer à obra do Sr. Embaixador Jesus de Duarte sobre Eduardo Mondlane, sem que tivesse sequer lido o livro acabado de publicar. Apressado como é, o Dr. Moisés surge com afirmações desprovidas de qualquer fundamento como a de que “Na eleição que se seguiu, a única que foi jamais democrática na historia da Frelimo, Mondlane ganhou por uma pequena margem contra Adelino Guambe,homem que era verdadeiramente nacionalista e revolucionário...”
Na realidade, Adelino Gwambe nem participou na eleição para a presidência da Frelimo em 1962. Os únicos candidatos eram Mondlane, Simango e Baltazar da Costa Chagonga. Gwambe entrou em rota de colisão com Mondlane muito antes da realização do 1° Congresso da Frelimo. Aliás, Gwambe encontrava-se ausente da Tanzânia quando as eleições em causar tiveram lugar.
Para além das boas maneiras e das regras elementares de etiqueta, seria salutar que o Dr. Moisés/Mussa aprendesse a ficar calado.
Isnmael Maumane
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Francisco Moises said...
Li este artigo sobre o livro "Mondlane -- Um homem a abter" por José Manuel Duarte de Jesus. Todo o meu respeito para o historiador portugues que parece ter sido muito extravagante em tecer as suas hipoteses sobre Eduardo Mondlane. Penso que ele escreveu sobre o Mondlane que idealizou e que muito tambem fez para agradar os Portugueses. Vide: aquando da sua visita a Moçambique em 1961 em companhia da sua esposa Janet, Mondlane falou, como reportado por uma ediçao do jornal Noticias de Lourenço Marques na altura, "do meu orgulho em ser cidadao portugues."
A tal visita, que muito agradou o governo colonial, foi depois transformado por ele e pela propaganda da Frelimo como uma visita de mobilisaçao para a causa nacional. Que ninharia tao rata e barata! Um ano mais tarde, Mondlane aparece em Tanzania a convite do presidnet Julius Nyerere que forçou os moçambicanos que tinham formado a Frelimo para aceitarem um moçambicano educado que ele tinha conhecido nas Naçoes unidas para ser o dirigente da Frelimo.
Nao foi facil convencer Mondlane para ir a Tanzania visto que se orgulhava do seu emprego como professor associado de sociologia na Syrcuse University de Nova Iorque, onde ele queria estar. Aceitou finalmente sobre a pressao dos americanos que ele devia estar na Frelimo que era para ser os olhos e os ouvidos dos americanos na entao formada Frelimo especialmente para controlar a ameaça da penetraçao comunista. Enfim, Mondlane aceitou e foi para Tanzania com a condiçao que ele so aceitaria estar na Frelimo como o dirigente supremo da organisaçao.
Na eleiçao que se seguiu, a unica que foi jamais democratica na historia da Frelimo, Mondlane ganhou por uma pequena margem contra Adelino Guambe,homem que era verdadeiramente nacionalista e revolucionario que viria mais tarde a ser morte pela Frelimo de Eduardo Mondlane, de acordo com as declaraçoes de Jaime Mauricio Kamba, um dos fundadores da Frelimo como o malogrado Fanuel Mahluza.
Uma vez na Frelimo, o regime de Mondlane nunca foi democratico. Muito longe disto. Foi ditador e criou-se na Frelimo um reino de terror, de insegurança, de matanças sem nunca e jamais com julgamentos. o documento de Uria Simango, "Gloomy Situation in Frelimo," escrito em 1969, fala de crimes contra a humanidade que se comitiam na Frelimo sob a liderança de Mondlane em que ele Simango era vice-presidente sem poderes visto que os verdadeiros poderes estiveram com os dois coroneis da KGB, Marcelino dos Santos e Joaquim Chissano, e os maoistas Samora Machel e Armando Emilio Guebuza.
No campo de treinos militares da Frelimo em Nachingwea, a indictrinaçao politica, como os treinos militares, eram dados por chineses e cada guerrilheiro tinha uma copia do pequeno livro de Citaçoes de camarada presidente Mao Tse-Tung. As armas vinham da Uniao sovietica e da China vermelha. Os dinheiros, certa comida, roupa da segunda mao, saboes e o resto de necessidades primarias vinham dos americanos por intermediario de Mondlane, forçando assim o padre Mateus Pinho Gwenjere a dizer sarcasticamente: "os americanos dao nos comida para nos engordarmos antes de sermos mortos pelas armas que eles fornecem aos portugueses."
Por designio ou por acidente, Mondlane perdeu controlo quando deixou a ala comunista tomar controlo da situaçao. Os sovieticos nao gostavam dele. Sobre isto nao havia duvida, nem os chineses gostavam dele. Para estes dois lados, Mondlane era agente dos americanos, que tambem nao estavam muitos satisfeitos com o trabalho que Mondlane vinha fazendo embroa a CIA continuasse a lhe dar "dinheiro para ironicamente fazer funcionar a Frelimo (Professor Ungar, "Africa", Stanford University, 1982"). A ala pro-sovietica veio a dominar a Frelimo depois da independencia visto que os pro-sovieticos, Marcelino dos Santos, Chissano, Sergio Vieira, Jorge Rebelo, Oscar Monteiro, fizeram entender que a Uniao sovietica, e nao a China, garantiria o poder da Frelimo com armas e outro apoio. Desaparecida a Uniao sovietica, Guebuza refaz o jogo hoje e da influencia a China.
Mondlane gostou do poder e tornou-se num ditador na Frelimo e nao seria menos ditador se tivesse tornado presidente dum Moçambique independente. Seria ditador dum regime comunista imposto sob a pressao daqueles a quem ele tinha permetido mito poder na Frelimo.
O Mondlane que Jose Mauel Duarte de Jesus conheceu é muito diferente do Mondlane que conhecemos e combatemos na Frelimo nos anos 1960. Admito que por causa da sua capacidade de homem educado e ocidentalisado, Mondlane tivesse sido diplomatico nas suas relaçoes com os seus mestres pourtgueses e americanos. Uma vez na Frelimo, Mondlane tornou-se num ditador e a ideologia comunista alicerçou-se na Frelimo com todos os membros a se chamarem " oamaradas". Para este autor, a palavra kambaradas é um termo para desprezar a Frelimo.
Nao ha duvida que o Mondlane de Jose Manuel Duarte de Jesus nao é aquele que nos conhecemos e combatemos.
Fraicnsoc Nota Moises

1 comentário:

Anónimo disse...

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