quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Médicos exigem fim das ameaças e reafirmam abertura para voltar a dialogar

Greve dos médicos continua na ordem do dia
 
Maputo (Canalmoz) – Desde que a greve dos médicos eclodiu o Governo nada mais tem feito senão uma campanha de ameaças de marcação de faltas e de abertura de processos disciplinares como forma de intimidar e desencorajar os médicos para deixarem de exigir melhorias das suas condições salariais e de trabalho para melhor poderem assistir os doentes.
Os médicos não acataram até aqui os apelos do Governo porque o Governo insiste em alegar que a greve é ilegal quando os juristas, mesmo até os geralmente próximos das posições governamentais argumentam que a greve é legal. Na terça feira o jurista José Caldeira foi um dos que considerou a greve LEGAL.
Ontem, a Associação Médica de Moçambique (AMM), emitiu um comunicado no qual reafirma que está “completamente aberta ao reinício das negociações da componente salarial”. Só que os médicos exigem jogo limpo por parte do Governo. Para que a negociação tenha lugar de uma forma a que chamaram de “transparente e num ambiente calmo e sereno”, os médicos exigem o fim das ameaças e intimidações aos Médicos e Médicos Estagiários, presença de entidade competente para a resolução da componente salarial, no caso o Ministério das Finanças, e a presença de um observador externo, convidando a OTM Central Sindical. De levar em conta que vários estudos já provaram que a direcção da OTM joga do lado da Frelimo.
Médicos lamentam a campanha “vergonhosa” da TVM
Contactados terça feira enquanto efectuavam limpeza na praia da Miramar, em Maputo, os médicos mostraram-se agastados pela campanha que está a ser levada a cabo pela Televisão Pública, a TVM. Segundo eles visa desacreditar a causa dos médicos. “Sabemos que a TVM é controlada e usada pela Frelimo, mas não sabíamos que era até este ponto. Estão a tentar trazer uma má imagem dos médicos que aderiram à greve. É lamentável. Nós estamos conscientes desta luta e somos responsáveis. Estamos a lutar por um direito que é nosso”, disseram vários médicos, numa perfeita coordenação de ideias.
Na mesma terça feira, quando a reportagem da TVM se fez ao local da concentração dos médicos grevistas na praia do Miramar muitos deles não quiseram ser filmados, comentando uns com os outros que já tinha chegado a Televisão instrumentalizada pelo Regime. (Redacção)

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