quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Islamistas da Somália dizem que vão matar francês que fizeram refém

 

Autoridades francesas acreditam que Denis Allex já está morto desde uma operação no fim-de-semana, quando o tentaram libertar.
Denis Allex foi raptado em Julho de 2009 em Mogadíscio junto com um colega AFP
Os islamistas somalis que mantêm um francês refém desde 2009 anunciaram que o vão matar. A decisão surge poucos dias depois de uma operação militar francesa com o objectivo de libertar Denis Allex ter falhado.
França acredita que o francês poderá ter sido abatido pelos sequestradores durante uma operação conduzida pela Direcção-Geral da Segurança Exterior (DGSE) durante a noite de sexta-feira para sábado. Já a milícia islamista Al-Shabab, com ligações à Al-Qaeda, assegura que tentou negociar alternativas durante três dias.
De acordo com um comunicado da milícia Al-Shabab, a decisão de matar Denis Allex foi unânime e seguiu-se a três anos daquilo que consideram terem sido “tentativas exaustivas de negociação” da sua libertação. “Com a tentativa de libertação, França assinou voluntariamente a sentença de morte de Allex”, justificam, citados pela Reuters.
Em reacção a esta posição, o responsável pela Defesa francesa, Edouard Guillard inisistiu, à rádio Europe 1, que desde sexta-feira nada indica que Denis Allex esteja vivo, pelo que as autoridades francesas estão convictas de que o refém já estaria morto.
A operação que decorreu no final da semana passada para tentar libertar Denis Allex, apesar de ter sido planeada durante muito tempo, acabou por ser um completo falhanço. Os comandos encontraram uma resistência feroz e o combate foi duro. Pelo menos um militar morreu.
O refém, conhecido pelo nome de Denis Allex (que deverá ser um pseudónimo), é membro dos serviços secretos franceses, e chegou a ser confirmada a sua morte pelo ministro da Defesa de França, que depois corrigiu o discurso para “tudo leva a crer”. Já os combatentes islamistas da milícia Al-Shabab além de terem desmentido a morte do refém, disseram ainda que têm em seu poder um soldado francês ferido, e que os comandos franceses se tinham retirado antes de conseguirem levar o corpo do colega morto.
Denis Allex fora raptado em Mogadíscio junto com um colega também dos serviços secretos franceses, em Julho de 2009. Aparentemente, cada um ficou em poder de um grupo diferente e o outro refém conseguiu escapar, relatando como fugiu dos seus captores durante a noite, enquanto todos dormiam, e demorou ainda cinco horas a chegar ao palácio presidencial na capital. Muitos duvidam desta versão, achando que terá sido pago um resgate pelo conselheiro dos serviços secretos.
Os dois franceses estavam na Somália numa missão de treino das forças do Governo somali contra os combatentes das Al-Shabab, que pretendem impôr uma versão estrita da lei islâmica no país. Denis Allex apareceu há cerca de três meses num vídeo em que lia um texto dirigido ao Presidente francês, François Hollande: “Sr. Presidente. Estou vivo, mas até quando? Isso dependerá de si.” Os combatentes pediram o fim do apoio francês às forças governamentais da Somália.

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