quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Escasso apoio militar europeu à intervenção no Mali causa mal-estar em França

 

Escasso apoio militar europeu à intervenção no Mali causa mal-estar em França
Nelson Richard/SIRPA, EPA

A França combate sozinha no terreno contra o avanço dos islamitas no Mali, e ressente-se da relutância dos parceiros europeus em fornecer reforços. Apesar de o esforço francês ter um apoio quase unanime por parte da comunidade internacional, a ajuda dos países da UE limitou-se, até agora, ao apoio moral e promessas de apoio logístico. Esta situação poderá modificar-se nos próximos dias mas, para já, a crise no Mali está a demonstrar que aquilo que divide os países da União Europeia não se limita aos aspetos económicos.

O plano francês para conter “o avanço de redes terroristas e criminosas” no Mali, aprovado pela resolução 2085 da ONU, conta com o envio de uma força multinacional africana organizada pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). De momento, só esse contingente de 3300 soldados, que deve chegar no terreno até domingo, serve de consolo aos franceses.

O jornal espanhol El Pais escreve hoje que, de todas as guerras travadas contra o terrorismo desde o final do século passado, nenhuma diz tanto respeito à Europa (especialmente ao sul do continente) como esta que a França lançou no Mali. Paradoxalmente, na melhor das hipóteses, os franceses só vão contar nas próximas semanas com a ajuda de alguns milhares de soldados africanos mal treinados e equipados.
Consenso internacional alargado não se traduz em apoios concretos
Como sublinha o El Pais, raras vezes uma operação antiterrorista contou com tanto consenso internacional e com tão pouco apoio concreto. No Conselho de Segurança da ONU, até os países que se opuseram à intervenção na Líbia e na Síria, Russia e China, apoiaram sábado a intervenção da França, embora Pequim o tenha feito com algumas ressalvas.

Há uma semana, o receio de que as colunas armadas dos rebeldes islamitas chegassem sem resistência a Bamako, capital do Mali, levou o presidente François Hollande a tomar a decisão de intervir militarmente.

Os bombardeamentos aéreos não conseguiram impedir o avanço dos islamitas que já tinham cruzado a linha norte/sul que divide o país, pelo que Paris se viu rapidamente forçada a optar por uma intervenção terrestre no Mali. Mil e quatrocentos soldados franceses que travam atualmente combates de proximidade com militantes aderentes da Al-Qaeda.
Paris pediu ajuda aos parceiros europeus
Os Estados Unidos aplaudiram a iniciativa francesa mas excluíram de imediato o envio de tropas suas. Washington ofereceu, em vez disso, acesso a informações dos serviços de inteligência, obtidas graças a satélites e aviões não tripulados (drones).

Paris não endereçou nenhum pedido de ajuda à NATO, mas fê-lo aos seus parceiros da União Europeia. No entanto, só a Bélgica se prontificou a enviar tropas para o terreno. Cerca de 70 soldados que vão participar em tarefas de transporte e manutenção.

De momento, a maioria dos apoios europeus diretos à França resume-se à ajuda logística. A Alemanha, a Bélgica e a Dinamarca e Grã-Bretanha ofereceram meios de transporte aéreo. A Itália diz-se pronta a fornecer apoio logístico.
"Nós mandamos umas enfermeiras e vocês que morram"
Dirigindo-se retoricamente, na primeira pessoa, à ausente chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, o eurodeputado Daniel Cohn-Bendit resumiu no Parlamento Europeu o desconforto dos franceses com a falta de solidariedade dos parceiros europeus.

“Madame Ashton: A sra. Disse que esta guerra nos diz respeito a todos. Todos nos dizem o mesmo. Mas ali [no Mali] só há soldados franceses. O que estão a dizer aos franceses é: Nós mandamos umas enfermeiras e vocês que morram", disse o eurodeputado franco-alemão dos verdes.

Quarta-feira, na Assembleia Nacional francesa todos os partidos parlamentares, sem exceção, criticaram o escasso apoio de Bruxelas e dos 27.
Eleições alemãs no final do ano e a resposta de Berlim
A sessão revelou o profundo mal-estar dos socialistas com a Alemanha que, juntamente com a França, tem um dos exércitos mais poderosos do continente europeu, mas que se negou terminantemente a enviar tropas, limitando-se a prometer ajuda médica logística e humanitária, além de alguns meios de transporte aéreo.

Segundo escreve o El Pais, a sensação dos franceses é que em pleno ano de eleições, A chanceler Angela Merkel quer a todo custo evitar capaz de jornais com fotografias de jovens soldados alemães, caídos a combater numa longínqua ex-colónia francesa.
França ainda não desesperou do apoio europeu
Referindo-se a esta questão, o ministro francês dos Negócios Estrangeiros disse, quinta-feira, que alguns países europeus poderão colocar à disposição soldados para a intervenção que atualmente decorrer no norte de África.

“É inteiramente possível que países europeus decidam, não somente fornecer logística, mas também colocar à disposição tropas” declarou Laurent Fabius à saída de uma reunião dos 27 em Bruxelas sobre a crise no Mali.

“Mas nós não os podemos obrigar. Há limites à política de segurança e de defesa, apesar de nós o lamentarmos” , disse o responsável pela diplomacia francesa.

Por seu lado a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton afirmou que vários países europeus não excluíam a hipótese de darem ajuda militar à França, embora não se tenham comprometido a enviar soldados.
Caterine Ashton diz que UE foi “unanime a saudar a resposta da França”
“Alguns países disseram claramente que estavam prontos a apoiar a França por todos os meios, e não excluíram um apoio militar”, disse a responsável pelos assuntos internacionais da EU numa conferência de imprensa.

“A França não está sozinha. Ela agiu exatamente como era preciso para responder a um pedido de ajuda do Mali, disse Catherine Ashton , acrescentando que Paris tem “o apoio da UE, a qual foi “unanime a saudar a resposta da França”, na semana passada.

Reunidos em Bruxelas os ministros dos negócios estrangeiros dos 27 decidiram esta quinta-feira acelerar o envio de 450 europeus (dos quais 200 são franceses) da missão de treino da EU no Mali (EUTM), a qual tem o objetivo ajudar a reerguer o exército maliano.

Na conclusão dos trabalhos foi afirmado que a reconstituição da EUTM “ é urgente” e que o objetivo é agora o de ter esta força operacional “o mais tardar em fevereiro” .

No entanto a União Europeia pôs de parte que os militares europeus mobilizados para a EUTM “venham a participar em operações de combate”

3 comentários:

Anónimo disse...

Bereіts ѕеit mеhreren Jahren gilt Viagra
аls eineѕ ԁer beκanntestеn Orgasmusmittel fֳ¼г Herren und daѕ aus
gutem Grund, denn das Orgasmusprodukt Vіаgra ist absolut wirkѕаm.
Uniquе Cialis rezeptfгei
Here is my web page - cialis

Anónimo disse...

Yοuг ωritе-uρ fеatuгes
proven necessaгy to us. It’s veгy usеful and yοu
really arе clearly quite eduсаted of thiѕ typе.
Υou have gοt expoѕed my facе fοr уou to
numerοus oρinion of thіs tοpiс with
intriguing and rеliablе content.

Here is mу site; Viagra
Also visit my weblog : viagra

Anónimo disse...

Hеya ϳust ωаnted to givе you
a brief heаds up and lеt you know a few of thе imagеs aren't loading properly. I'm nοt sure whу but I thinκ its a
linking issuе. I've tried it in two different web browsers and both show the same outcome.

My blog post: buy ativan
Also visit my page : ativan