segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Ásia, região de noivos desesperados: Voz da Rússia

14.01.2013, 15:01, hora de Moscou
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ASia, mulheres
© Flickr.com/dafuriousd/сс-by-nc

A Ásia tem falta de centenas de milhões de mulheres. Segundo os dados do Fundo de População das Nações Unidas, a região sente falta de aproximadamente 170 milhões de representantes do “sexo fraco”. Na opinião de demógrafos, tal pode levar a consequências sociopolíticas imprevisíveis, inclusive a guerras, à proliferação da escravidão e da poliandria.

A Ásia se transforma numa região de homens celibatários. Em resultado do desejo de ter apenas filhos varões que carateriza sociedades patriarcais conservadoras, cerca de 170 milhões de meninas não nasceram na Ásia, número equivalente à população de um enorme país. Na opinião do diretor do Instituto de Pesquisas Demográficas, Igor Beloborodov, o problema da dominância masculina crítica teve origem na China:
“Em tempos, foi aprovada uma lei estipulando que cada família chinesa não tivesse mais de um filho. Na cultura tradicional patriarcal chinesa é muito importante que a família tenha pelo menos um menino. E quando não há opção, é natural que as meninas fossem sacrificadas”.
Com o desenvolvimento de tecnologias que permitem determinar o sexo da criança antes do nascimento, as antigas tradições receberam uma segunda vida, diz o demógrafo Andrei Kototaev:
“Para que nada de terrível aconteça com os pais após a morte, o filho deve fazer sacrifícios. Se uma família não tem filhos, lhe esperam desastres após a morte. Tradicionalmente, era considerado que não pode haver poucos meninos. No século XIX, na China propagou-se o infanticídio – o assassinato de meninas recém-nascidas. Com o início da política de “uma família – um filho”, sobretudo com o surgimento das ecografias, estas tradições voltaram em forma de abortos seletivos”.
Este fenômeno tem um nome exótico – femicídio – assassinato de crianças em razão do sexo (feminino). Os demógrafos dizem que tais casos ainda ocorrem na China, Índia, Albânia, Argélia, Marrocos, Tunísia e em outras regiões. Qual será a vida destes homens que não conseguem encontrar uma mulher no seu país? É bastante complicado fazer um prognóstico exato, mas existem tendências gerais, características das sociedades com excesso de homens, diz Igor Beloborodov:
“Tal pode levar a uma guerra, porque é conhecido que as guerras ocorrem quando nascem mais meninos. A segunda variante é a propagação da homossexualidade. O terceiro cenário que também pode ser observado é um reforço muito sensível da escravatura. O rapto de mulheres é registrado em muitas províncias da China e em outros países asiáticos. As mulheres são sequestradas, transformadas numa mercadoria, alimentando o mercado de tráfico de seres humanos. Na Índia assiste-se a mais uma tendência – a poliandria, quando dois ou mais irmãos casam com a mesma mulher”.
Não há riscos de a poliandria poder surgir na Rússia. No país é registrada uma situação inversa. Segundo os dados oficiais de 2012, o número de mulheres na Rússia ultrapassa em 4 milhões o de homens na idades entre 15 e 65 anos. No mundo, em média, segundo os dados da CIA de 2011, para cada 1000 mulheres correspondem 984 homens. Estatisticamente, o número de bebês de sexo masculino e feminino, que nascem em tempo de paz, é aproximadamente igual.

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