domingo, 30 de dezembro de 2012

Será que o mundo necessita da experiência de matrimônios mistos?: Voz da Rússia

30.12.2012, 15:35, hora de Moscou
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família mista, casamento misto, multiculturanismo
© Flickr.com/dcmaster/cc-by-nc

Os casamentos mistos despertam sentimentos diversos nas pessoas. Os sociólogos constatam que o número de matrimônios entre pessoas de diversos grupos étnicos e religiosos vem crescendo. As opiniões da sociedade a seu respeito são diferentes. As paixões são especialmente intensas nos países em que as questões de imigração não foram solucionadas.

Na avaliação de casamentos mistos predominam dois pontos de vista. Há quem considere que estas alianças são o motor do progresso. Os partidários desta posição afirmam que as crianças nascidas em famílias mistas são mais inteligentes e bonitas. Além disso, para elas não existem fronteiras nacionais. Vem a seguir o comentário da psicóloga Anjela Kalistratova.
"As crianças nascidas nestas famílias dispõem de uma vantagem. Têm acesso a várias culturas, tornam-se mais ricas espiritualmente, vêem que existem pessoas diferentes e que o problema não é a nacionalidade mas, sim, o caráter da pessoa. As crianças tornam-se mais tolerantes e adequadas neste plano. Mais tarde, irão encarar os matrimônios mistos como um fenômeno absolutamente normal."
Mas existem também outros pontos de vista. Os sociólogos ressaltam que numa família mista, uma das tradições nacionais acaba por dominar. Portanto, a criança é forçada a escolher. Fala Alexander Sinelnikov, livre-docente da cadeira de Sociologia da Família e Demografia da Faculdade de Sociologia da Universidade Estatal de Moscou.
"Seria um erro pensar que os casamentos mistos resultam na formação de uma “humanidade desnacionalizada”. Por enquanto, estamos infinitamente longe disso. As crianças que nascem nos casamentos mistos não são crianças sem nacionalidade: afinal de contas, cada uma delas deve pertencer a uma nação. A sociedade pode reconhecê-las como suas e pode não as reconhecer. E isso lhes acarreta grandes aflições. Mas elas não se transformam em humanidade internacional."
A prática comprova que a posse de cidadania nem sempre garante o êxito. Os imigrantes, – mesmo os que possuem o documento de identidade do respectivo país, – preferem fixar residência juntamente com as pessoas da mesma etnia ou da mesma religião. Desta maneira, surgem bairros chineses, árabes e italianos fora dos limites do país de origem. Os imigrantes continuam a sofrer um certo incômodo ao manter contato com a população nativa. Cumpre assinalar, todavia, que em diversos países a atitude hostil para com os matrimônios mistos tem razões diferentes – desde a degradação cultural até o receio de opressão, afirma Emil Pain, diretor do Centro de pesquisas etnopolíticas e regionais.
"Não se pode afirmar que o mundo inteiro esteja possesso por preconceitos para com os grupos étnicos ou religiosos. As atitudes para com estes grupos variam. Verificam-se processos ondulatórios de incremento e de crescimento de fobias mas não se vê uma linha geral única."
A situação existente em cada família mista, assim como a interação de semelhantes famílias com outras não foi estudada até hoje. Um fator que vem agravar ainda mais a situação é o fiasco real do multiculturalismo com que depara, por exemplo, a moderna bsociedade europeia. A conclusão básica, feita por especialistas, é a seguinte: este fenômeno tem que ser analisado. É possível que a solução de problemas dentro de uma família mista sirva de chave para a solução da questão de coexistência de diversos grupos no quadro da sociedade moderna.

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