terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Rússia propõe industrializar o Afeganistão : Voz da Rússia

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© Voz da Rússia

A Rússia tenciona cooperar dinamicamente com o Afeganistão em diferentes esferas: da realização de projetos empresariais a iniciativas humanitárias conjuntas. Um papel importante nesta interação será desempenhado por organizações não-governamentais de afegãos residentes na Rússia.

Este tema foi abordado em Moscou numa reunião alargada da Sociedade de Amizade e Cooperação com o Afeganistão.
A história das relações entre Moscou e Cabul contém diferentes páginas. Nos anos 80 do século passado, o Afeganistão foi considerado um país amigo, os afegãos chamavam à Rússia, ou mais exatamente, à União Soviética, de "irmão mais velho". Mas, após a tomada do poder por mujahedins, tornou-se impossível falar de boa vizinhança. O Afeganistão de hoje continua a ser uma complexa região com uma guerra civil incessante. Mas não são tanto os confrontos militares, quanto o narcotráfico que ameaça o mundo. O país produz mais de 90% do ópio que entra no mercado mundial.
O destino do Afeganistão não é indiferente à Rússia contemporânea. Aquele país pode ser considerada a chave da Ásia. Como pode a região voltar ao caminho da paz? Esta questão é importante não apenas para Cabul, mas também para Moscou. As organizações sociais têm um importante papel no restabelecimento da paz. . Yuri Krupnov, chefe da Sociedade de Amizade e Cooperação com o Afeganistão, considera que Moscou deve ser mais ativa naquela região:
"Se a Rússia não apoiar ativamente a política construtiva no Afeganistão, não será possível alcançar a paz e a estabilidade naquele país. Se não houver estabilidade, continuará a predominar a produção de drogas. Não devemos mais fechar os olhos ao que lá acontece, não devemos ter medo da cooperação com o Afeganistão, com suas elites, para alterar radicalmente a situação no país. A OTAN, retirando suas forças, deve deixar o Afeganistão numa situação estável. Propomos tal projeto: ideias, tecnologias e quadros russos para o desenvolvimento do Afeganistão e dinheiro da OTAN e de países ocidentais. Nestas condições, poderemos industrializar o Afeganistão e alterar cardinalmente a situação".
Diversas organizações sociais russas estão dispostas a ajudar a restabelecer o Afeganistão, sobretudo aquelas que têm ligação direta com este país. Com o início da guerra civil, centenas de milhares de civis fugiram do Afeganistão para vários países. Só na Rússia, a comunidade afegã conta com aproximadamente 100 mil naturais do Afeganistão que são, na maioria, pessoas instruídas e empresários influentes. Eles estão dispostos já hoje a começar estes trabalhos, diz Gulama Mohhamad Jalala, chefe do Centro de Diásporas Afegãs:
"Estamos dispostos a desenvolver projetos conjuntos e não apenas na atividade empresarial, mas também na cooperação humanitária, por exemplo, na construção de uma universidade, de escolas e de estradas no Afeganistão. O desemprego é o maior problema no país. Estamos dispostos a abrir pequenas empresas em que poderiam trabalhar jovens afegãos. Este é um problema muito grande".
Nos últimos anos, o intercâmbio entre a Rússia e o Afeganistão cresceu dezenas de vezes, para 700 milhões de dólares. Nesta esfera, é grande a contribuição da comunidade afegã residente na Rússia, considera Gulama Mohhamad Jalala. Continua a ser ativa também a diplomacia popular. As últimas decisões de Moscou de reconstruir a antiga Casa de Cultura Soviética em Cabul podem ser consideradas como início de uma nova etapa das relações de amizade entre os dois povos.

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