terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Rússia e OTAN tentam não sobrevalorizar as ameaças: Voz da Rússia

4.12.2012, 22:08, hora de Moscou
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EPA

A Rússia não irá impedir a Turquia de realizar o seu direito à defesa de seu território mas considera que as ameaças não devem ser sobrevalorizadas.

Esta declaração foi feita em Bruxelas pelo ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov. No encontro de ministros do Exterior da Rússia e da OTAN, os países da Aliança tentaram convencer Moscou da necessidade de instalação de mísseis Patriot na Turquia.
O Conselho Rússia-OTAN, que há muito estava marcado, acabou por se realizar numa altura bastante complexa e tensa das relações entre as partes. A intenção da Turquia de instalar mísseis Patriot ao longo da sua fronteira com a Síria foi motivo da troca de comentários bastante críticos por parte da Aliança Atlântica e da Rússia. O ministro Serguei Lavrov vê nisso a possibilidade de novos confrontos armados. O secretário-geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen, disse que tais receios não têm fundamentos.
Mesmo assim, Moscou considera que, depois da instalação de mísseis Patriot na fronteira turca, há todos os fundamentos para falar do envolvimento da OTAN na crise síria. Tudo isso contribui para a continuação da militarização do conflito na Síria, declarou o ministro russo.
“Nós chamamos a atenção para o facto de não convir sobrestimar as ameaças. Sim, houve bombardeamentos, mas nós estamos certos de que foram bombardeamentos casuais. Propusemos a nossa ajuda no estabelecimento de uma ligação telefónica direta entre as partes turca e síria, para que incidentes não-intencionais não levem a consequências sérias. Ao mesmo tempo, a acumulação de armas cria sempre riscos adicionais de estes armamentos serem utilizados”.
A direção da OTAN, comentando a possível instalação de mísseis na Turquia, considerou esta medida como defensiva. Em conversa com Serguei Lavrov, Anders Fogh Rasmussen expôs a sua posição de forma mais detalhada. Juntamente com os ministros das Relações Exteriores dos países da Aliança, tentou convencer o responsável russo de que os mísseis americanos Patriot, pelo contrário, acalmarão a situação na região.
“Nós não temos intenções ofensivas. Isso faz parte da natureza da OTAN. Estamos prontos a realizar as ações necessárias para a defesa dos aliados, neste caso – da Turquia. Não penso que a Rússia se deva admirar. Estou certo de que o estacionamento de complexos Patriot se tornará um fator dissuasor e acalmará a situação na fronteira entre a Síria e a Turquia. Se os Patriot forem instalados, qualquer potencial agressor pensará duas vezes antes de atacar a Turquia”, disse o secretário-geral da Aliança.
O ministro Serguei Lavrov não respondeu de forma clara se os argumentos da OTAN o teriam convencido ou não. Ele recordou aos parceiros as próprias palavras destes de que “a Síria não é a Líbia” e da intenção de procurar uma solução política e não militar para solucionar o conflito sírio. Depois da discussão pormenorizada da situação na região, os representantes da Rússia e dos países da OTAN dirigiram-se para o local da reunião da Aliança Atlântica, onde iria precisamente ser tomada a decisão sobre a instalação de mísseis Patriot na Turquia.

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