segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Prêmio Nobel para a UE é um absurdo: Voz da Rússia

3.12.2012, 15:55, hora de Moscou
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Premio Nobel da Paz, escandalo
© Colagem: Voz da Rússia

A entrega do Prêmio Nobel da Paz de 2012 se transformou num escândalo. O Prêmio foi atribuído à União Europeia com as palavras “por seu trabalho para a unificação da Europa e para sua transformação do continente de guerras num continente de paz.” Especialistas ficaram chocados com o absurdo desta decisão.

O testamento de Alfred Nobel prescreve atribuir anualmente o Prémio Nobel da Paz a quem “fez a contribuição mais significativa para a unidade das nações, a eliminação da escravatura, para a redução do número de exércitos existentes e para a promoção de um acordo de paz.” Foram honrados pelo prêmio o fundador do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, de Henri Dunant, Martin Luther King, Madre Teresa, Mikhail Gorbachev, bem como a organização UNICEF e os Médicos sem Fronteiras.
Neste contexto, a UE parece ser indigna deste prêmio, considera o líder do Partido de Independência do Reino Unido Nigel Farage. Pelo menos, a primeira condição de Alfred Nobel – que diz respéito à unidade das nações – a União Europeia não está cumprindo:
A última coisa que vimos de interação entre pessoas de diferentes países da UE foi a visita de Angela Merkel a Atenas. Lá, ela foi recebida por pessoas vestidas com uniformes nazis. E o sentimento geral de aversão e até mesmo ódio entre a Alemanha e a Grécia só tem crescido. Portanto, a decisão do Comité Nobel causa perplexidade e desvaloriza o prêmio em si.
A UE cresceu de uma União de Carvão e Aço, que foi criada para proteger os interesses econômicos de um pequeno grupo de países, e não a paz mundial. E quando se trata de campanhas militares, os estados membros da UE calmamente tomam parte neles, lembrou a presidente do Comité Sociedade Civil Svetlana Gannushkina:
Eu sou uma adversária categórica de intervenção militar nos assuntos de outros estados. E isso já aconteceu mais de uma vez à nossa frente – no Afeganistão, e no Iraque, e na Líbia, e na Iugoslávia. Portanto, eu também não posso considerar toda esta estrutura como um campeão do mundo. Receio que, neste caso, interesses políticos prevaleceram sobre valores de paz e democracia.
Talvez os funcionários decidiram usar o Prêmio Nobel para fortalecer a UE que está se quebrando pelas costuras. Não nos podemos esquecer que a comissão de atribuição do Prêmio Nobel da Paz é dirigida pelo secretário-geral do Conselho da Europa, Thorbjørn Jagland, nota o especialista do Instituto de Estratégia Nacional Pavel Sviatenko:
“De fato, é uma auto-premiação que é muito semelhante aos prêmios que se atribuíram na União Soviética durante a era Brejnev, quando ele era agraciado repetidamente com o título de Herói da União Soviética, com prêmios literários e assim por diante. Neste caso, a insanidade afeta todo um espaço cultural e político. Podemos ver que, nos últimos anos, o Prêmio Nobel da Paz é concedido com base em argumentos políticos, não a promotores de paz reais, mas a pessoas seniores.”
Os feitos, honrados pelo Prêmio Nobel em 2012 em outras disciplinas, os especialistas chamam de proféticos e maximamente dirigidas para o futuro. Pesquisas em física, química e medicina são importantes do ponto de vista da teoria, mas ao serem implementadas na prática podem mudar uma vida. Neste contexto, o Prêmio Nobel da Paz para a União Europeia é estranho e parece um verdadeiro passo para trás.

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