domingo, 16 de dezembro de 2012

Política externa da Rússia: foram colocados os pontos nos "i": Voz da Rússia

15.12.2012, 17:49, hora de Moscou
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Ministério das Relações Exteriores, Rússia, política externa
© Colagem: Voz da Rússia

Foi divulgado na imprensa russa o projeto Concepções da política externa da Rússia, elaborado por ordem do presidente, dada ao Ministério Exterior, logo após a posse em 7 de maio. De fato este documento é a plataforma político-externa do país, no mínimo até as próximas eleições presidenciais em 2018.

Uma das premissas básicas do documento, baseado em artigo pré-eleitoral de Vladimir Putin sobre a política externa, é – a Rússia pretende edificar suas relações internacionais no mundo instável e ela será levada em consideração somente se for “forte e estiver firmemente de pé”. E o menos prezo dos princípios fundamentais do direito internacional leva à desestabilização das relações entre os países.
Justamente neste contexto Putin encara os passos dos EUA e da OTAN, que não se inserem na lógica do desenvolvimento contemporâneo e baseiam-se na “mentalidade de bloco”. Em primeiro lugar trata-se da ampliação da Aliança do Atlântico Norte e da construção de novas obras de infra-estrutura militar, por exemplo a EuroDAM. Entre outros fatores de instabilidade está a crise mundial, o nivelamento do papel da ONU e os desafios trans-fronteiras, tais como terrorismo e tráfico de drogas. Nestas condições é reservado à Rússia, com suas possibilidades geopolíticas ímpares, o papel de “estabilizador” da política internacional e da economia global.
Moscou neste sentido está disposta a continuar a participar ativamente no desenvolvimento de tais uniões como OCX, BRICS, CEI e OTSC. Será prioridade absoluta da política externa a integração no espaço pós-soviético, considera o politólogo Pavel Danilin:
“Ainda da Mensagem ao parlamento nós vimos que o papel da CEI e dos países do espaço pós-soviético crescerá amplamente. Na concepção a respeito foi falado com bastante pormenores. Suponho que serão ativadas as iniciativas de integração. Em relação à Rússia com o Cazaquistão e Bielorrússia será dada luz verde ao máximo. Os países que aceitarem isto receberão diferentes privilégios, inclusive em forma política.”
Moscou espera também edificar processos aprofundados de integração com Kiev. Aliás, a integração dos países no espaço pós-soviético não exclui absolutamente relações estreitas com outros grandes jogadores, países da região asiático-pacífica, da América Latina, África e UE. O presidente em seu artigo escreve: “A Rússia é parte orgânica integrante da Grande Europa, da ampla civilização europeia. Nossos cidadãos sentem-se europeus. Para nós está longe de ser indiferente como se desenvolvem as coisas na Europa unificada". Por isso na concepção a “linha europeia” tornou-se uma das prioritárias: lá se destacam as tarefas de alcançar o regime sem vistos e o desenvolvimento da parceria de negócios, inclusive energética.
No que se refere aos EUA, deles Moscou pretende alcançar garantias precisas da não orientação do sistema DAM contra a Rússia e também a observação das normas do direito internacional, inclusive não ingerência nos assuntos internos de Estados soberanos. Neste sentido pode-se lembrar o problema nuclear iraniano, que pode se tornar causa de operação de força contra esse país e seus adversários políticos. Na publicação pré-eleitoral Vladimir Putin assinala que a “crescente ameaça de golpe militar contra esse país preocupa a Rússia. Se isto acontecer as consequências serão realmente catastróficas. É impossível imaginar sua envergadura real. Estou convicto de que é necessário resolver o problema somente por meio pacífico”, conclui o líder russo. Ao mesmo tempo, na opinião de Putin, o status nuclear da Coreia do Norte é inaceitável para Moscou.
Moscou continuará a defender que não há alternativa para a ONU. O presidente declara: “Nós procuráramos entender e considerar os interesses de nossos parceiros – mas pedimos que respeitem os nossos”. No que se refere à tecnologia da política externa, ela é definida como “força branda”, que inclui um complexo de mecanismos com apoio nas possibilidades da sociedade civil, nos métodos de informação e comunicação, humanitários e outros alternativos à diplomacia clássica.

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