sábado, 8 de dezembro de 2012

Oficial guineense põe dedo na ferida: CPLP só intervém a reboque...

 

 
Oficial guineense põe dedo na ferida: CPLP só intervém a reboque...
Numa entrevista ontem concedida à RTP África, um oficial da Guiné-Bissau, representante do auto-denominado comando Militar, pôs – e com toda a firmeza – o dedo na ferida: a CPLP é inoperante só intervém a reboque!
O tenente-coronel, creio de nome Daba Nawana, quando questionado sobre o papel da CPLP na questão do Golpe, na linha das movimentações já “produzidas(?)” pela CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental), foi peremptório: a CPLP nunca faz nada de per si e só se imiscui ou participa quando algum dos seus membros o faz; ou seja, e claramente, afirmou: só intervém a reboque!
Custa, mas é a grande verdade.
Foi assim em outras situações na Guiné-Bissau; foi assim em São Tomé e Príncipe – titubeou até Angola intervir –; nada se ouvi de Moçambique quando a Renamo e a FMD estiveram quase a entrar em confronto em Quelimane; está a ser assim, novamente.
Dói-lhes ouvir, mas esta é a grande realidade.
O problema da CPLP é ter no seu seio três grandes potências com visões diferentes e, qualquer delas, desejar tomar o poder da organização: Angola, Brasil e Portugal!
Angola quer afirmar a sua emergente força político-militar tanto na região onde se insere como nos países africanos que pertencem à CPLP.
Facto que Brasil não contesta desde que isso não interfira na sua visão mais global: ser membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, razão pela qual nada se ouviu deles no seio da CPLP mas viu-se, outrossim, a sua ida imediata ao CS da ONU onde solicitou a intervenção desta organização multinacional – uma vez mais a CPLP na sua reunião disse, presente, desde que… com o beneplácito da ONU!
Quanto a Portugal, emerge e assume-se na CPLP como o estado-fundador da Lusofonia com a ainda evidente sofisma do neocolonialismo e da não-intervenção directa nos assuntos internos das ex-colónias. Uma falácia que deve ser denunciada de vez!
Ninguém deseja intervenções nas questões internas dos outros Estados.
Mas em casos extremos e contra-naturas quanto às liberdades e aos direitos humanos uma voz de bom senso e de respeito deve ser emitida e ouvida!
Esperar que outros façam o serviço e depois aparecerem como tendo qualquer intervenção onde nada houve só descredibiliza que o pratica.
Tem sido esta a sina da CPLP!
É totalmente inoperante e só intervém quando a reboque!
E, nem sempre, nas melhores condições!...
Melhores cumprimentos
Eugénio Almeida

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