terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O que os jornais devem ou não mostrar

 

A primeira página do New York Post de hoje está a gerar uma enorme discussão nas redes sociais e blogues norte-americanos. A imagem que faz a manchete mostra um homem, Ki Suk Han, a tentar subir para a plataforma do metro enquanto o comboio se aproxima. Momentos antes, tinha sido empurrado para a linha por um desconhecido. O título, a letras garrafais, diz tudo: “DOOMED” Segundos depois, Ki Suk Han morria esmagado.
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O fotógrafo do jornal estava naquela plataforma por acaso e assistiu a tudo. Ao próprio jornal, contou que começou a disparar a máquina para avisar o maquinista de que estava alguém na linha:
“I just started running, running, hoping that the driver could see my flash”
A composição abrandou, mas não parou a tempo. A discussão gerou-se a dois níveis. Primeiro, o fotógrafo R. Umar Abbasi devia ter largado a câmara e tentado ajudar Ki Suk Han? Segundo, o New York Post devia ter utilizado aquela fotografia na primeira página? Se não, qual a diferença entre esta imagem e aquelas que vemos todos os dias de vítimas em cenários de guerra?
Por cá, o único exemplo comparável de que me recordo é o do vídeo, publicado pelo Correio da Manhã, de António Silva, pai da juíza Ana Carriço, a disparar sobre o ex-companheiro da filha. Aqui levantam-se as mesmas questões. Quais os límites do jornalismo? Que imagens devem ou não ser mostradas?
Gostava de saber a vossa opinião sobre todas estas perguntas.

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