sábado, 22 de dezembro de 2012

Moçambique: ESTADO DA NAÇÃO REAL

 

ESTADO DA NAÇÃO REAL: Custo de vida
Icidua%20quelimane0Os números não deixam mentir. Há pelo menos 250 mil pessoas a passar fome em Moçambique. Os dados avançados pelo Relatório de Monitoria da Situação de Segurança Alimentar e Nutricional (RMSSAN), do Ministério da Agricultura, poderão estar muito aquém da realidade.
Contudo, dados estatísticos escasseiam. Ainda assim, organizações humanitárias que trabalham no país falam de mais de um milhão de pessoas em situação de insegurança alimentar. Por outro lado, a fome não é determinada pela falta de comida, mas por políticas ineficazes de destruição daquilo que se produz.
Por outro lado, há registos do Programa Mundial de Alimentação, PMA, de crianças que vivem nas zonas produtivas e que se apresentam malnutridas. No entender da directora-geral do PMA, Lola Castro, esse quadro revela “uma contradição. Por isso, estamos a trabalhar na área da educação, água e saneamento e na área dos produtos alimentares complementares para melhorar a situação.”
Lola Castro sugere que se reforce a rede comercial nas zonas produtivas, no norte e centro de Moçambique.
O fenómeno da fome em Moçambique não leva à subnutrição evidente e nem mata “de um dia para o outro”, mas tem consequências graves a longo prazo, afirma Manuel Macamo, professor universitário, que calcula que entre 35 a 40 porcento das famílias que vivem em zonas de risco possam ter “uma despesa com alimentação inferior àquela que se estima necessária para satisfazer as suas necessidades alimentares básicas”.
Refira-se, contudo, que os distritos mais críticos em termos de insegurança alimentar são: Maputo (Magude, Moamba, Namaacha e Boane), Gaza (Chigubo e Chicualacula), Inhambane (Funhalouro, Panda e Mabote), Sofala (Búzi, Machanga, Muanza, Nhamatanda, Chemba, e Gorongosa) e Tete (Mutarara, Changara, CahoraBassa, Chiúta, Moatize e Magoe).
Efectivamente, os baixos níveis da resiliência dos agregados familiares, devido à pobreza causada por vários factores, tais como a imprevisibilidade dos rendimentos e o esgotamento das reservas alimentares e de outros bens produtivos, nos últimos três anos e com condições de períodos de seca, provocaram baixos níveis de poder de compra o que limita o acesso económico aos alimentos, especialmente provenientes de mercados.
De acordo com o RMSSAN, a situação de vulnerabilidade está “a ser agravada pelo impacto negativo das condições de seca moderada, que afecta especialmente a produção de alimentos e outras fontes de rendimento das famílias” tais como o “autoemprego nas zonas áridas e semiáridas do país”.
Refira-se, contudo, que o Índice de Satisfação das Necessidades Hídricas (WRSI), actualizado em Março de 2012, deu a indicação de que a seca de meia estação que afectou a zonas sul e centro de Moçambique poderia provocar quebras nas colheitas abaixo da média nacional. Contudo, a zona norte do país registou um desempenho relativamente satisfatório das culturas. Porém, teve um desempenho entre médio e medíocre nas áreas semi-áridas na zona centro.
A dureza da seca pode, às vezes, dar a impressão de que a tragédia está em toda a parte. Mas é falso imaginar que a totalidade dos cidadãos que vive em áreas afectadas pela seca passa fome. Nas áreas atingidas vivem 650 mil pessoas. Desse total, 253.000 moram nas zonas mais críticas. Estima-se que nesse grupo haja perto de 100 mil indefesos em épocas em que a chuva escasseia como esta.
A voz do povo
“Mais péssimo do que nunca...Compras nem falo, procuro sobreviver. Ou seja, já não interessa muito o tipo de alimento basta passar da boca”, António Matola
“Não posso expressar a minha opinião, porque em Moçambique só o Presidente da República sabe como as pessoas vivem. O que ele diz encerra toda a discussão. Não se leva em conta as opiniões da pessoas. Então, vou falar para quê? Já se falou muito e nada muda. O meu filho está a trabalhar. O meu neto também. Eu sou aposentado, mas aquele salário que o Governo moçambicano paga é muito insuficiente. Não há emprego. As coisas são caras. Os preços estão-se a agravar. Sustentar o ensino das crianças, comprar vestes, cadernos, pagar “chapa” todos os dias é muito oneroso”, Narciso Tchecane, residente no bairro da Malhangalene, aposentado
“No nosso país, o custo de vida é muito elevado. Eu sou um pai de dois filhos e com os 3.500 meticais que recebo mensalmente não consigo fazer nada. Este país está péssimo. A minha sorte é que não vivo numa casa arrendada. Imagina se eu, com o pouco salário que ganho, tivesse de tirar uma parte para arrendar a casa. Este país ficou estragado desde 2009, quando o actual Presidente da República ascendeu ao poder.
Tudo mudou, o custo dos transporte foi-se agravando ano apôs ano; a qualidade do ensino reduziu drasticamente”, Jaime Sithoe, residente no bairro de Triunfo, bar man Eusébio Paulino, 42 anos de idade, residente do bairro de Mutauanha, tem um agregado familiar composto por nove pessoas.
“O meu modo de vida é caracterizado por sacrifícios, a única actividade que desenvolvo é a venda de casacos usados nas ruas da cidade de Nampula. Faço-o para evitar roubar aos outros que trabalham para ganhar o seu pão de cada dia. Compro cada artigo por 100 ou 150 meticais. Depois de lavados e engomados consigo vender por 180 ou 200 meticais. Com o valor compro alimentos para os meus filhos que abandonaram o processo de ensino e aprendizagem por insuficiência de recursos financeiros.
Tenho lutado, diariamente, para sobreviver visto que sou um cidadão desempregado e sem meios de sobrevivência para o sustento da minha família. Sofro barreiras dos dirigentes do Conselho Municipal para ter acesso ao fundo de Desenvolvimento Urbano disponibilizado pelo Governo central para apoiar as iniciativas de geração de renda. Nessas condições considero que o Estado da Nação é mau.
“Será que é BOM um Estado onde o funcionário recebe 2.500 MT, e tem de pagar (arroz, óleo, açúcar, escola dos filhos, a camioneta que lhe leva ao serviço, entre outras coisas), este mesmo funcionário está proibido de ficar doente, pois dizem estar coberto por um plano de saúde que atende muito mal (quando atende) e nunca tem medicamentos, e é obrigado a recorrer ao sector privado para pagar os serviços com os mesmos 2.500 MT que acabaram antes mesmo de receber com pagamento de Cotas que, sem o seu consentimento, lhe foram descontadas?”, Anónimo
“Não está bem, mas estamos a caminhar para lá chegar. Se pensarem um pouco verão que estamos muito melhor do que nos anos passados. Hoje já não faço fila para comprar pão, posso comer o que eu quiser e a qualquer hora. Naqueles tempos só comia ovo ou carne quem tivesse costas quentes. Por isso, acho que estamos a evoluir, pouco a pouco, mas chegamos lá”, Alberto Chongo
“O Estado da Nação é péssimo, 2012 foi o ano em que muitos produtos de primeira necessidade registaram uma grande subida, preço e casa subiram, a auto-estima subiu menos e os salários não subiram. Este ano Moçambique registou uma crise interna, por parte da família moçambicana”, Anónimo.
O Estado da Nação foi uma lástima em 2012, o índice de desemprego aumentou a passos galopantes e, como consequência disso, mais famílias tornaram-se pobres, tiveram menos acesso a serviços públicos, tais como saúde e educação. Os megaprojectos nada trouxeram para o povo moçambicano. Enfim, o Estado da Nação foi péssimo”, Manuel Premo
“Na minha óptica, o Estado da Nação não é bom, ressalto que temos um bom ambiente económico, porque há muitas oportunidades a surgir no país, mas o ambiente económico estável que se verifica no momento não tem muitas chances de prevalecer com as ambições de alguns líderes que, a pretexto da democracia, querem dividir e tomar a sua parte de um povo que é, pela sua humildade, tratado como gado” Nelly-ZI
“A meu ver a gestão país está péssima. As disparidades entre ricos e pobres está cada vez mais acentuada. As grandes cidades estão com problemas sérios de transporte e saneamento. Há problemas de inclusão social. Como jovem e funcionário público não vejo, por parte do Governo, políticas (habitação, saúde, transportes, etc.) capazes de me agradar/satisfazer...Sei que se pode fazer mais e melhor, apostem na fiscalização, cobrem resultados e nomeiem pessoa pela competência e não pela cor partidária ou afinidade de qualquer tipo. Quem não tem capacidades que seja substituído e não protegido ou apadrinhado”, Helsio Azevedo.
ESTADO DA NAÇÃO REAL: Transportes
O ministro dos Transportes merece, de todo em todo, a mais elevada admiração pelo seu excelente desempenho. Não é fácil um indivíduo brilhante, inteligente, de uma cultura invejável, competente e eficiente, passar para incompetente e vulgar em tão pouco tempo. Depois do sonho das bicicletas para Maputo e do barquinho de passageiros da Matola, dava para dizer que Zucula soube enquadrar-se numa perspectiva de asneiras nacionais e de demagogia. E por aí ficamos vendo o Ministério dos Transportes sem nenhuma utilidade para o país, numa clara situação em que o titular da pasta se tornou um carapau fora da água.
Em meados de 2012, trabalhadores da extinta empresa dos Transportes Públicos de Maputo (TPM) colocaram o ministério liderado por Zucula entre a espada e a parede. Estava em causa a possibilidade de ocorrência de uma greve porque ninguém respeitava os “acordos de aumento salarial de 17,5 porcento”. A greve não teve lugar, mas a gestão de Zucula ficou manchada.
Antes, porém, o bom ministro tinha dito que o problema dos transportes estava com os dias contados. Tal aconteceria devido à importação de um lote de autocarros Tata, adquiridos na Índia.
Ainda que tenha reconhecido que a vinda dos novos autocarros não iria resolver definitivamente o problema, porque um dos maiores obstáculos se prendia com o congestionamento do tráfego nas saídas da cidade de Maputo, sobretudo nas horas de ponta, Zucula esqueceu-se de informar aos moçambicanos que os lucros de tal aquisição beneficiariam uma empresa detida pelo seu superior hierárquico.
Um acto que, no país, é permito por lei, mas que roça a um abuso do poder que deve ser repudiado por qualquer cidadão sensato.
Assim sendo, a melhor solução passa necessariamente pela melhoria da actual rede de estradas. “Temos que ser muito criativos de forma a encontrarmos uma forma de minimizarmos o problema”, disse Zucula, que aventa a possibilidade da introdução, temporária, de algumas inovações em termos de tráfego rodoviário, sobretudo nas horas de ponta.
Estas medidas visam fundamentalmente descongestionar o tráfego e conferir fluidez na movimentação de viaturas nas principais artérias da cidade do Maputo. Actualmente, segundo Zucula, um autocarro chega a levar cerca de uma a duas horas para percorrer uma distância que, em condições normais, iria cobrir em apenas 20 minutos. Uma das consequências da lentidão do tráfego é o longo de tempo de espera a que os passageiros estão sujeitos nas paragens dos autocarros.
Por isso, disse Zucula, “estamos a pensar em tomar algumas medidas, utilizando a Polícia de Trânsito para, eventualmente, definirmos algumas linhas específicas para os passageiros que viajam nos transportes públicos.
Também poderemos redefinir o sentido de algumas estradas durante as horas de ponta e dizermos, por exemplo, que a avenida 24 de Julho das 06.00 até as 08.00 horas da manhã o tráfego circula apenas num sentido e a Avenida Eduardo Mondlane no sentido inverso. Creio que com essa medida poderíamos descongestionar o tráfego em mais de 50 porcento”.
Tudo isso saiu da boca do ministro e hoje o país tem menos transporte e mais congestionamento.
A voz do povo
“Como país ainda temos muito que fazer. Eu não entendo nada sobre os critérios que os políticos usam para avaliar se o país está “Bom” ou “Mau” mas, se for por aquilo que vejo, acho que ainda estamos muito longe. Começando pelos próprios políticos que parecem subir ao poder para enriquecer, esquecendo-se completamente do povo, daqueles que os elegeram. Por exemplo, eu acho injusto que as pessoas continuem a ser transportadas, em plena capital do país, como se de bois se tratasse, para, meia volta, os dirigentes que gingam com sirenes dentro de Mercedes dizerem que o país está num bom caminho. Para ser sincero, como país nós regredimos.
“Muitos vão dizer que o Estado da Nação é BOM, outros, muitos, vão concordar com os que assim o dizem. Agora eu pergunto: será que devemos considerar BOM um estado onde muitos (distraídos) andam pendurados em carroçaria de camioneta para chegar ao seu local de trabalho, enquanto outros poucos usam, para passear, carros caríssimos, pagos por aquele que anda na carroçaria de uma camioneta?”, António Vasconcelos
“O Estado da Nação é Bom, conseguimos comprar um Mercedes Benz blindado S500 de 500 mil dólares para a presidente da AR, o OE para 2013 sofreu um agravamento e, o mais importante, enfiámos uma ROLHA no “S” do Povão! Tenho dito”, Júlio Nhancume
“Alguém dirá que o Estado da Nação é bom, consegui sair às 5h e só cheguei por volta das 8h30 e ainda tive uma falta por atraso...É o meu país, o que fazer?” António Matola
“Melhorou muito: antes eu ficava na terminal uma hora à espera do chapa ou autocarro, agora permaneço três horas e meia”, Duarte Neto
“Nos últimos dois meses o sistema de transporte registou alguma melhoria, embora haja ainda alguns indivíduos que resistem à mudança. Refiro-me aos próprios operadores dos semicolectivos que continuam a cometer indisciplina encurtando, por vezes, as rotas e ainda alguns agentes da polícia camarária que, no lugar de fazerem cumprir as rotas, fazem cobranças ilícitas aos transportadores. Verifiquei isso por duas vezes na paragem do Museu onde no segundo dia um agente da polícia municipal levara porrada da população”, Euclides Cumbe
“Estado do transporte é péssimo... 1. As vias de acesso foram engolidas pelos buracos. 2. Antes de as tarifas do chapa aumentarem, as pessoas eram transportadas em condições desumanas. Agora, com o aumento do preço do chapa piorou ainda mais. As condições pioraram. Agora as pessoas parecem animais. Onde é que isto vai parar?”, Angelii Ivenilayne Gonçavinha
“A situação dos transportes e vias de acesso vai de mal a pior, agora já não se sabe se são buracos na estrada ou estrada em buracos. Os transportes também não oferecem condições. Leva-se 3 horas na paragem e nem os transportes públicos fazem-se presentes, pois estes encontram-se estacionados em algum terminal alegando que não há passageiros” Vanya Filipe
“No meu bairro não há vias de acesso porque o Nhancale nada faz, Sandra Bila
“A situação é crítica, há poucos transportes e os poucos existentes encurtam muito as rotas. Na minha opinião, deveria haver mais fiscalização ou implementação dos TPN”, Timóteo José Paulino Muatica.
“Acho melhor não falar, podes confirmar pessoalmente, vivo na zona do Costa do Sol”, Luís Panguene
“Na minha cidade, Matola, bairro de Khongolote, o sistema de transporte está um caos, um insulto ao povo trabalhador e sofredor, humilhado e transportado em chapas de crimes ambulantes (caixas abertas), como animais. É vergonhoso e deprimente em pleno século XXI”, Reginaldo Mangue...
“Sou transportada em condições desumanas, banco de 4 entram 7 pessoas, abrem o vidro da janela para sentar alguém com o rabo na janela, as pernas dentro a pisar com sapatos sujos em alguém, a cabeça fora, assim chego ao meu destino toda suja, por vezes até machucada, para não dizer as bagagens de peixe, sacos a cheirarem mal dentro do carro, para além das bagagens em cima do carro que não são poucas, o motorista à frente acompanhado de mais de 2 pessoas, até criança na frente, por vezes a fumar. Passamos por polícias de trânsito, PRM, Alfândegas...só pedem documentação do carro, não olham para o estado das pessoas, nem condições e põem-se a rir com os motoristas. Estado da Nação está péssimo!”, Luluck Oliveira
“No meu bairro, a nível de transportes, há uma boa organização. Somos transportados minimamente em boas condições tendo em conta as do resto do país. O problema que enfrentamos é da estrada porque quando chove fica cheia de água, o que condiciona a circulação dos transportadores e, consequentemente, há falta de transporte. Agradecia que fosse reparado este problema. Grande Maputo”, Lucílio Américo
“Vou falar do Moçambique em geral: se é que nós somos bois os transportes estão bem. Mas se continuamos seres humanos os transportes não estão bem em todo o país”, Silva Sisal
“Sou residente do bairro N’kobe. E acho que nem preciso de dizer qual é o estado do mesmo porque acredito que muito de vós conhecem este bairro através dos canais televisivos que incansavelmente reportam o nosso sofrimento no que diz respeito ao troço que inicia no quilómetro 15 até ao mesmo. Estrada péssima, uma guerra de ligações de transporte uma vez que os vulgo Fematro (salvação do povo) há muito que não circulavam nesta estrada. O problema de os centros de saúde, bancos, atm´s estarem distantes deste bairro agasta a população residente.”, Guibandgo Rich.
ESTADO DA NAÇÃO REAL: Democracia
O exercício democrático, em 2012, ficou marcado por alguns episódios vergonhosos para a nossa jovem história. Ainda que a versão dos factos que nos chegaram possam carecer de veracidade absoluta, já lhes basta não ser mentira para ficarmos realmente assustados. Quando um comandante de uma polícia municipal ordena a destruição de estandartes de um partido político içados em locais públicos de uma cidade, levantam-se duas questões: a legalidade do acto e o mérito do mesmo.
Relativamente à legalidade, somos em crer que não assiste ao comandante, salvo se a este termo tiver de atribuir um conteúdo de trajes que ele próprio veste em serviço, isto é, se partirmos do princípio ridículo de que um polícia camarário, apenas por sê-lo, tem cobertura legal para todas as asneiras que comete. A farda legaliza os actos de quem a enverga.
Isso porque, de acordo com a lei a que todos temos tido acesso, não é proibido hastear bandeiras partidárias nas nossas cidades. A admitirmos que exista tal proibição, não cremos que ela preconize a a sua incineração.
Para isso, as bandeiras tinham de constituir um perigo tal à sociedade, que a sua própria existência seria uma ameaça suficientemente forte para se exigir a imediata destruição, sempre que fossem postas em circulação ou fabricadas com esse intuito. Tínhamos de passar primeiro por uma proibição de fabricar as próprias bandeiras ou exigir que os partidos não as tivessem.
Afonso Dlhakama está em Gorongosa, confinado, entrincheirado ou escondido é o que se não sabe. No mínimo, que é quanto se vê claramente, o pai da democracia entrou num novo esquema de chantagem. E, neste capítulo, o líder da Renamo tem sido um especialista de marca. Em nome de uma estratégia de que já ninguém se lembra, decidiu, certa vez, fixar residência em Sofala.
Mais tarde, por motivos que só se podem aferir por autópsia, passou para Nampula, de onde dirigiu o partido nos últimos anos. Agora, em nome de algo que parece não ter sido feito a seu gosto há vinte anos, passou para Gorongosa, onde espera encontrar-se com o, ou um, interlocutor para a paz em Moçambique. Vezes sem conta, ameaçou paralisar o país e, outras tantas, prometeu manifestações pacíficas à escala nacional.
Em qualquer das situações, deixou o país em estado de alerta, plantou medo suficiente e insegurança capazes de instabilizar mais do que a triste realidade de uma guerra. Quando os ventos amainam, fica sempre a sensação de um alívio temporário, porque se não sabe qual vai ser o próximo passo de Dlhakama.
O terceiro acto que marcou negativamente o país foi a detenção dos membros do MDM por ilícitos eleitorais nas eleições intercalares de Inhambane. Um acto que foi interpretado, pela sociedade civil, como uma tentativa de fragilizar o partido de Daviz Simango.
Por outro lado, o ano ficou marcado pelos congressos da Frelimo e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM). Porém, o mais marcante, diga-se, foi o primeiro do MDM que reforçou, na opinião pública, a imagem de um partido que se apresenta, cada vez mais, como uma alternativa ao poder da Frelimo. Democracia
A voz do povo
“Nos últimos meses tem havido um problema entre a Renamo e o Governo moçambicano que carece de diálogo entre as partes, a fim de se encontrar pontos comuns que contribuam para que o país caminhe em paz. É que nós podemos menosprezar a situação, mas o problema é que nós não sabemos o que é que os homens da Renamo estão a maquinar. Isso pode perigar a paz que nós conquistámos duramente” Hermínio José.
“Este foi na generalidade um ano negativo. Houve muitas doenças, muitos acidentes que dizimaram vidas. A criminalidade manteve-se e o salário continua abaixo das nossas expectativas sobretudo para nós, guardas-nocturnos, que ficamos à margem do salário mínimo definido pelo Governo. Tive o privilégio de viver o período pós-independência do país e, apesar do que se dizia, que o Presidente Samora Machel era um homem mau, noto que hoje vivemos o pior momento da nossa história. É triste ver neste país uns a enriquecerem exponencialmente à custa dos outros.” Miguel Horácio, guarda-nocturno
“Para mim, o Estado da Nação é bom. Tenho a citar o facto de a ajuda externa ao orçamento do Estado ter decrescido para 36%, ao invés dos anteriores 64%, o que demonstra que há a construção de uma independência económica a médio prazo. Aliás, isto permite-nos outrossim, escolher acções que são prioritárias para o nosso desenvolvimento, avessas a uma espécie de ajuda financeira com ‘anexo’. Por outro lado, só tenho a lamentar a proliferação de segmentos da sociedade descontentes, que constituem uma nódoa para a boa governação que a cada dia, pedra sobre pedra, constrói afincadamente o país”, Américo Matavele, funcionário público.
“O Estado da Nação não é bom. Nem podemos buscar argumentos para provar o contrário. Como alguém ligado à área económica, lamento bastante o facto de os governantes deste país andarem nas televisões a anunciar que a economia está a crescer. Está a crescer? Sim, as contas bancárias pertencentes ao Estado estão a aumentar e sobremaneira graças aos megaprojectos e alguns negócios do Estado, mas, e depois? Será que com esta economia em crescimento compramos carteiras? Conseguimos vencer a crise dos transportes? Houve pouca venda de terrenos no município da Matola? É praticamente impossível dizer que o país está a crescer, só quem está por cima pode sentir isso”, Antonieta Antunes, funcionária bancária
“Será BOM uma nação onde os governantes, numa atitude de desprezo, simplesmente ignoram aos que lá os colocaram, uma nação onde a distância entre o rico e o pobre é grande, uma nação em que distritos registam bolsas de fome por falta de estratégias para suprir estas situações, uma nação onde a agricultura definida como base para a erradicação da pobreza absoluta recebe pouco dinheiro do OGE, e o pouco que recebe é usado para gerar riqueza absoluta para uns (gastando o pouco dinheiro em ajudas de custos, carros de luxo, salários astronómicos)? ”, Anónimo
“Politicamente falando, dirão que está bom ou rumando para a prosperidade, pois é nesse estado que eles vivem, de muito luxo e ostentação. Agora, a Nação onde vivem os moçambicanos como eu, ou seja, a maioria dos viventes desta pérola de bijutaria, é péssimo, o Estado da Nação é mau, com paz negativa (desigualdades, inclusão, participação, igualdades, liberdades). Délio Zandamela.
“Nem Estado da Nação existe, apenas Estado da família de G... Daí que o custo de vida aumenta e beneficia apenas a sua família e o povo que se irrite. O povo não é culpado, tudo faz para ver as suas vidas melhoradas mas quanto mais tentam apenas mais beneficiam alguém ou alguns/minoria. Onde vamos com isso? Nós já sabemos o que se vai falar, o habitual, que o “país está a crescer graças ao povo”, mas na verdade são pessoas/elites/ governantes, os que estão no topo que estão a crescer/desenvolver saqueando os bens públicos e individuais”, Bom Coração
“O Estado da Nação é bom!” “Mesma música, mesmo disco arranhado. Sr. Presidente, a que estado se refere? Se for da Nação que o Sr. e os seus criaram tudo bem! Mas esta que luta para comer, dormir, apanhar um chapa, escola, saúde e quanto mais luta mais é recuada, está mal e o Sr. sabe. É melhor manter- -se na sua cama e sonhar com as suas biliocontas”, Benvindo Naymunda “O país não está mal... Mas devia estar melhor... É imperioso que os nossos dirigentes parem de ver o país como se fosse o próprio umbigo deles...”, Mahumana
“O ‘Estado da Nação’ continua caótico, com o galopante aumento do custo de vida, prova disso são as sucessivas greves em diversos sectores laborais reivindicando melhores salários, que sejam adequados ao nível de vida actual”, Adelson Rafael
“O estado das liberdades está limitado: o moçambicano é livre de pensar que é livre, mas não é livre de ser livre, exercer e exigir os seus direitos! Liberdade de expressão sim, mas depois de censuras e pressões partidárias. Na minha visão, não é permitido que os moçambicanos não filiados às redes partidárias tenham acesso à Educação que lhes permita questionar o que há de errado e elogiar o que há de bom! Embebedam-lhes com tentação, el salvador e demais bebidas de baixo custo para que se anestesiem dos reais problemas sociais”, Lu.
ESTADO DA NAÇÃO REAL: Um ensino viciado
Por estas alturas do ano, os que não vivem casualmente fazem contas à vida em diferentes âmbitos. Desenham o seu Estado da Nação em função dos fracassos e sucessos.
O Sistema Nacional de Educação está prenhe dos mesmos vícios e vicissitudes do passado. Sem falar da tal passagem automática que continua sem efeitos notáveis pela positiva, em 2012, o ano lectivo iniciou com um défice de 40 mil salas de aula para o ensino primário. Não é um problema recente, arrasta-se desde 2010. Por via disso, mais de 200 mil crianças, em idade escolar, estão fora do sistema. São estimativas oficiais do Ministério da Educação.
Em relação ao ensino secundário, o diagnóstico é igualmente desalentador. Nas zonas rurais e urbanas, anualmente faltam 200 salas de aula. Em 2012 foi a mesma coisa.
Uma e outra coisa é considerada como boa na Educação, porém, as adversidades imperam: a qualidade de ensino é ainda um problema recorrente, existe um grande número de professores primários sem formação adequada para leccionar, a “estória” de três turnos por dia – para fazer face à insuficiência de salas de aulas e professores – é também amplamente criticada porque não garante a permanência dos alunos nas escolas para que possam aprender mais... O rácio médio de professor- aluno é de 01 para 74.
Sobre as reprovações no ensino secundário, todos já sabem o que se passa: acabaram de ver in loco há pouco tempo, aquando da divulgação dos resultados dos exames da primeira época.
Uma vez mais, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) veio a público, este ano, colocar a nu alguns reveses da nossa Educação: a taxa de conclusão, tida como indicador chave para medir a qualidade de ensino, continua baixa. Isto porque quase metade das crianças em idade escolar no ensino primário abandona a escola antes de concluir a 5ª classe. Há muitas escolas sem infra-estruturas adequadas, tais como água e saneamento. Faltam carteiras, cadeiras e material escolar.
No ensino técnico-profissional, as escolas técnicas, os institutos de formação de professores, as universidades e institutos superiores padecem de enfermidades similares, variando a gravidade de cada problema de caso para caso.
No ensino superior acontecem coisas que relançam, à consciência, a ideia de que se aprende mal. Aliás, Arlindo Chilundo, vice-ministro da Educação, disse, a partir de algures em Chimoio numa dessas suas visitas, que a qualidade do ensino superior está aquém do almejado. Embora não seja novidade este pronunciamento, pelo mesmo é bom ouvir alguém que lida com estes problemas a assumi-los, de forma veemente, que não são benignos. Como corrigi-los? O tempo dirá porque promessas já foram tantas...
Os professores “turbos” continuam a infestar o ensino superior. A sua qualificação não é de todo recomendável. E onde ensinam esses pedagogos? Em salas improvisadas e arrendadas. Algumas instituições, não poucas, não têm laboratórios para aulas práticas. De quem é a culpa? É de um Governo que passou o tempo a autorizar a abertura de estabelecimentos de ensino superior sem sequer exigir o mínimo de condições. Um ensino viciado
A voz do povo
“Se o profissional da Educação não possui as mínimas condições para trabalhar significa que não terá amor para ensinar os alunos. Se estes tiverem problemas elementares no que respeita à sua subsistência, significa que não terão moral suficiente para transmitir ensinamentos às crianças e garantir a sua formação como homens. Em resultado disso o país fica enfermo de problemas como a má qualidade de ensino. Num mesmo ano, os professores passam vários meses sem salário. Eles vivem à base de dívidas. Então, como é que tais professores serão capazes de “abrir” as mentes dos seus educandos?”, João da Silva, ex-militar
“A Educação está pior do que no tempo colonial: as crianças não sabem o que vão fazer à escola, os pais não ensinam, os professores não ensinam, e assim chegam ao ensino superior: formatados e sem foco”, Lu
Na Educação foram recentemente realizados exames que trouxeram um alto índice de reprovações que só ilustram que, afinal, a qualidade de ensino neste país ainda está muito longe de se ter como uma realidade, consequentemente, vamos continuar a importar tudo quanto é tecnologia porque a nível interno nada se faz para mudar tal cenário”, Hélder “Esta péssimo, má qualidade de ensino, professores mal pagos, turmas superlotadas. Há muito que se fazer na Educação”, Francisca Bucar
“Falando da Educação na minha zona, falo da tua também porque Moçambique é um só, e a política que reina nos ministérios é a mesma. A Educação está cada vez pior. Professores mal formados, excesso de carga e a frequente mudança de currículo é a chave de todos resultados negativos. Antes de alterarem, primeiro é consultar. Mas nunca vão consultar, eles já conhecem os seus objectivos. O plano da Educação em Moçambique precisa duma revisão cuidadosa e não precipitada, já disse”, Simões Anela Jr.
“Eu, sinceramente, digo que o Ministério da Educação tem de melhorar a qualidade de ensino, os miúdos da escola primária não têm saído maduros para o ensino secundário. O meu sobrinho não sabe ler mas passou para a oitava classe. Não só ele, mas muitos miúdos do meu bairro. O ministério tem de rever a qualidade de formação dos professores, desde o ano que introduziram a passagem automática e o novo curriculum. Sinto muito, meus caros”, Arsénio Pinto Velho.
“No que concerne à Educação qualquer um sabe a quantas anda e em que condições decorre o PEA nas nossas escolas (claro em péssimas). Actualmente as crianças transitam de classe sem que saibam ler e muito menos escrever, mas tudo isso devido às novas políticas aplicadas na Educação.”, Diovaldo Cuamba
“Acho que devia entrar numa gestão privada porque, enquanto a responsabilidade estadual depender de parcerias e burocracias, só podemos sair desta para o péssimo porque pior já estamos”, Egildo Uazanga
“A Educação em Moçambique está péssima. Alunos sem carteiras a estudarem debaixo das mangueiras. Com tanta madeira a ser exportada para A China em benefício dos Deuses deste País. Professores mal pagos, e sem qualidade, venda de notas etc. etc. Por isso o Estado desta Nação vai de mal a pior”, Benjamim José
“Duma forma clara e directa, a Educação no país está numa fase péssima, não existem professores preparados para tal”, Osvaldo Francisco
“Está claro que o Estado da Nação é deplorável, se tomarmos em conta as assimetrias que se verificam nesse pesadelo do país, mas ele vai dizer que é bom ou não vai dizer nada, só vai ler a monografia dele para este ano e pronto. Não guardem expectativas para não se decepcionarem”, Belares Soares.
“Bom, no meu distrito a Educação está num estado regressivo! Isto porque a cada ano que passa pessoas passam de classe sem ter a noção dos conteúdos da classe anterior”, Clay Wizzy Classic “Piorou, professores já não são formados, mas sim capacitados, aluno da 10ª classe com graves erros ortográficos”, Milton Armindo Nhachale.
“A situação melhorou, só que faltam ainda salas de aulas e mobiliário escolar e há falta de afectação de professores.”, Timóteo José Paulino Muatica
“A partir do momento em que existem turmas com 100 alunos, repito 100 alunos, o ensino não existe. É impossível os alunos aprenderem, e é impossível o professor ensinar”, Juvenal Santos.
“É de reconhecer que a Educação tende a melhorar, mas também temos que admitir que a política desenhada tende para a massificação, em que todos os moçambicanos com idade escolar estejam inseridos no Sistema de Educação, isso é bom mas temos que olhar também para a qualidade de ensino que é hoje um tanto esquecida”, Natacha Karina
“Na minha zona, Quelimane, como irão melhor com gente a estudar sentada no chão?”, Silva Sisal
“Pobre e em condições deploráveis, com o ensino muito mal que só se passa de classe com média 10 que talvez tenha ido à mesa de votação porque os docentes já não leccionam porque o sistema já não obriga”, João Carlos José Nhambir “Piorou muito. Muita gente com 12ª classe sem vagas para o ensino superior público, só nas privadas que pertencem à Frelimo. Uma lástima”, Filipe Simango
“Parece cada dia bem pior. Cada vez mais, aparecem professores que subornam alunos, fraca qualidade no ensino, professores faltosos, etc.”, Cristino Paulino Dinis.
“Bem, falando de um desenvolvimento cognitivo, diria eu que está de mal a PIOR! Estamos num estágio em que meninas de 11 anos escrevem a jornais dizendo que querem fazer SEXO!!! Onde isto vai parar”, Arsénio Flávio...
ESTADO DA NAÇÃO REAL: Saúde de “vergonha”
Em 2012, o sector moçambicano da Saúde contribuiu com os mesmos problemas de sempre, para a manutenção da visão depreciativa dos utentes. O Estado da Nação real desta área está nas dificuldades com que as populações dos distritos se debatem para terem acesso a tratamento médico.
As pessoas ainda não estão em condições de dar nota positiva ao trabalho feito por aqueles que diariamente garantem um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças, no ser humano.
O atendimento aos pacientes, nos hospitais moçambicanos, é uma “vergonha”. Desta vez quem o diz já não é o povo, é o próprio ministro do pelouro, Alexandre Manguele, frustrado com os “falhanços” da Estratégia de Qualidade e Humanização dos Cuidados de Saúde. Humanizar o quê se as pessoas continuam a ser destratadas nas enfermarias?
O mau atendimento aos utentes persiste nas unidades sanitárias em Moçambique. As queixas, constantes, dos cidadãos sobre a conduta de alguns, não poucos, agentes da Saúde deixa indícios de que a propalada humanização dos cuidados de saúde ainda não transitou do papel para a realidade.
Por estas e outras razões, Manguele assumiu publicamente, este ano, que a maneira como as pessoas são atendidas nos hospitais é deveras preocupante. É uma grande tristeza. Desconforta qualquer um, sobretudo os pacientes. Dá vergonha.
Os problemas de que os cidadãos se queixam, há anos, não se esgotam por aí. A lista é extensa e já vai transitar para o próximo ano: reina a insatisfação em relação à maneira como os doentes, sobretudo os desprovidos de condições financeiras, são tratados. São atendidos aos berros e insultados. Não lhes é dispensado o devido respeito. Falta civismo aos profissionais da saúde.
É repugnante que em pleno século XXI ainda haja pessoas que prestam serviço público como se fosse um favor. Que haja serventes e parteiras que maltratam as parturientes. Que cobram dinheiro para garantir a vinda ao mundo de um ser humano. Que vasculham as bolsas ou sacolas das parturientes enquanto estas se contorcem de dores...
É igualmente inadmissível ver todo um sistema de Saúde ser maculado por pessoas que podem muito bem ser apontadas com o dedo e tomar-se medidas arrojadas e exemplares contra elas.
Como de costume, em 2012, uma vez mais, os médicos endureceram as suas reclamações, com as quais justificam, às vezes, a sua má serventia. Queixam- se de estar a receber salários magros, não têm habitação, por aí em diante...
Enquanto isso, quem de direito tem revelado uma tamanha incapacidade de resolver os problemas de que os médicos se queixam. É um erro crasso colocar em perigo a saúde e a vida de milhares de cidadãos, em particular pacientes que, dia e noite, são “vigiados” pelo pessoal médico, por causa duma contenda salarial. Até quando a resolução deste assunto será protelada com promessas não efectiváveis por parte de quem as faz? Saúde de “vergonha”
A voz do povo
“Será que é BOM um Estado em que o cidadão fica doente (padece de cancro), durante 3 meses aplicam-lhe medicação errada e, por não ver nenhum avanço no tratamento, este mesmo doente decide por conta própria transferir-se para o famoso Hospital Central de Maputo e lá descobre que lhe aplicaram medicamentos errados e, mais, que já é muito tarde para reverter a situação da doença, pois já estava num estado muito avançado? Alternativa: mandam-te de volta para morrer em casa, e é este mesmo médico que hoje ameaça paralisar os trabalhos nos hospitais porque lhe pagam mal”, Anónimo
“Se o profissional da Saúde não possui as mínimas condições para trabalhar significa que não terá amor para tratar os enfermos”, José Abudo, militar na reserva
“Penso que as pessoas que trabalham nos hospitais são altamente qualificadas para o trabalho que fazem, mas por causa da falta de incentivos acabam por praticar acções que desonram o trabalho que devem fazer. Então, na sua comunicação em relação ao Estado da Nação, eu penso que o Presidente da República devia explicar aos moçambicanos sobre as mortes massivas que acontecem diariamente nos hospitais. Será que há falta de medicamentos? Será que os médicos que nós possuímos não conseguem receitar os fármacos certos? Há muitos aspectos que carecem de esclarecimento em relação à mortalidade nos hospitais. Presentemente, as pessoas têm medo de ir para o hospital pura e simplesmente porque sabem que se forem podem não retornar à casa”, João da Silva
“É lastimável a situação que se vive no país. O Sistema Nacional de Saúde é deficitário, o atendimento nos nossos hospitais não é dos melhores, alguns profissionais da Saúde mal atendem os seus pacientes, é vergonhoso um médico receitar um determinado tipo de medicamento ao seu paciente e ainda dizer lhe que na farmácia do Estado não tem o medicamento X, Y ou Z que irá encontrá-lo no sector privado. Afinal de contas o Governo compra medicamentos para o SNS, mas algum grupinho desvia-os para alimentar as suas firmas farmacêuticas”, Euclides Cumbe
“O sector da Saúde enfrentou muitos desafios nos últimos dois anos, mas as coisas estão a voltar a normalizar-se, porque o MISAU tem um ministro menos sensacionalista e mais batalhador, tentando moralizar a classe trabalhadora e devolver a dignidade que o Sector merece”, Orlando Chirindze
“O sector da Saúde tende a registar melhorias, o único problema é a falta de medicamentos nas Farmácias Públicas”, Vanya Felipe
“Na Saúde a qualidade do atendimento baixou com a saída de Ivo Garrido e há um claro descontentamento dos quadros no tocante à remuneração”, Tomás Pedro Carvalho
“Na Saúde há uma ligeira melhoria no atendimento e isso tem- -se notado. O problema é a grande afluência de pacientes e não a falta de pessoal suficiente para responder à demanda, mesmo em médicos. Esta situação obriga os que têm posses ( PAGANDO ) a irem às consultas em casa de alguns médicos fora do horário de expediente, Euclides Premo
“Muitas vezes, quando alguém da minha família está doente ao levá-lo ao hospital não conseguimos ter medicamentos mesmo que seja a malária, ora as farmácias dos hospitais não têm os fármacos ou porque não estão abertas”, Santos Inácio.
“O estado do sector da Saúde é mau porque crianças ainda morrem por falta de cuidados básicos”, Lu
“O Estado da Nação não é bom porque milhares de pessoas não têm acesso aos serviços de saúde, o atendimento é deficitário e os recursos humanos não têm o mínimo de humanismo. O país está mergulhado numa verdadeira imundície política e social e urge eliminar os males que apoquentam o sector da Saúde, nomeadamente a melhoria do atendimento, e colmatar a falta de medicamentos que continua a ser uma pedra no sapato para os utentes. Na minha óptica, o pleno do Estado da Nação implica a existência de condições aceitáveis para um Sistema Nacional de Saúde de qualidade e sem limitações de trabalho para os agentes da Saúde, Victor Chilaúle.
“Ainda não se atingiu um estado pleno, mas há melhorias no Sistema Nacional da Saúde. Porque há uma explosão e expansão tímida da rede hospitalar. O nosso país está numa situação muito caótica porque ainda persiste um tratamento e atendimento desiguais nos hospitais, muito por culpa do próprio Governo que não cria condições aceitáveis para a classe médica desenvolver o seu trabalho com dignidade, Acácio Tembe.
“O Estado da Nação é deficitário, porque a Saúde está doente e precisa de uma solução urgente para evitar que haja mais pessoas a morrerem por causa das condições que o Governo não quer conceder à equipa da Saúde nacional em detrimento da estrangeira. O país está mergulhado num autêntico caos porque se está a deixar mais pobre a população que se vê impedida de ter acesso à Saúde, muito por culpa do Governo que não quer fazer nada para expandir as unidades hospitalares para todos em face da sua governação arrogante”, Alberto Julião.
@VERDADE – 20.12.2012
 
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1 comentário:

Anónimo disse...



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