sábado, 22 de dezembro de 2012

Finalmente...“Estado da Nação” com uma dose de realismo


Armando Guebuza
Informação anual do Presidente da República sobre o Estado Geral da Nação.
Deputados da Renamo abandonaram a sessão quando Guebuza se dirigia ao pódio, mas não se coibiram de ir receber novas viaturas ontem distribuídas.
O Presidente da República, Armando Guebuza foi, ontem, ao Parlamento apresentar a informação anual sobre a situação geral da nação. Foi um discurso de 32 páginas e 125 pontos onde Guebuza procurou responder às grandes questões da Nação, com especial destaque para o debate em torno dos recursos minerais. Do ponto de vista comparativo, o informe ontem apresentado pelo Presidente da República é, de longe, o melhor do ponto de vista de estrutura e abordagem profunda de várias matérias. Longe das análises superficiais, e até certo ponto românticas, Armando Guebuza foi ao encontro das questões e apresentou a sua visão em torno das mesmas: falou do diálogo entre o Governo e a Renamo; trouxe dados ilustrativos sobre a indústria extractiva e abordou com números os benefícios que o país tem vindo a obter com a exploração dos recursos naturais. Mais: fez um cruzamento interessante entre os recursos naturais, formação e redistribuição da riqueza e concluiu: “A nação moçambicana continua a crescer mantendo-se firme na sua caminhada rumo ao progresso e bem-estar”, disse Armando Guebuza.
DIÁLOGO GOVERNO-RENAMO
Logo na segunda página do seu informe, Guebuza falou da necessidade de haver diálogo entre as várias forças vivas da socieddade. Apelou à continuação do diálogo iniciado entre uma delegação do Governo e da Renamo. “Esperamos que, no espírito de boa-fé, a Renamo apresente preocupações que sejam de interesse nacional e concorram para a manutenção da paz e da reconciliação nacional”, disse Guebuza, deixando claro que este diálogo deve estar enquadrado nos valores prescritos da Constituição da República. Quer isto dizer que está fora de questão a dissolução das instituições da República como exige a Renamo.
REDISTRIBUIÇÃO DA RIQUEZA
No que tange à questão da redistribuição da riqueza gerada pelos recursos naturais, o Presidente da República disse que é preciso “transformar este crescimento em factor de melhoria constante das condições de vida do povo, o que depende da adopção de mecanismos de redistribuição dos rendimentos que integrem critérios de justiça social e de sustentabilidade. A meta, neste processo de redistribuição, é aproximar os serviços, cada vez mais, dos cidadãos”, disse Guebuza, tentando contrariar a ideia de que há um grupo de moçambicanos ligados à elite política que enriquece sozinha quando milhares minguam na pobreza.
GESTÃO DOS RECURSOS NATURAIS
Nesta questão, Guebuza entrou no debate e respondeu que a existência dos recursos naturais não significa, em si, desenvolvimento nem riqueza. “A descoberta de recursos naturais e riqueza é uma promessa de riqueza que ainda precisa ser realizada”, disse Guebuza para, depois, explicar, por exemplo, que o gás natural de Temane foi descoberto em 1960 e a sua produção industrial só iniciou em 2004. Por outro lado, Guebuza explicou que só em 2018 é que o gás na Bacia do Rovuma sairá do mar. Por isso, Guebuza diz que se coloca o desafio de “transformar a promessa de desenvolvimento e de riqueza em desenvolvimento e riqueza de facto”.
EMPREGO PARA JUVENTUDE
Guebuza tentou também contrariar a ideia de que os jovens continuam a ser marginalizados e procurou, com dados, explicar que os maiores beneficiários da indústria extractiva são os jovens. “São jovens a maioria dos beneficiários destes postos de trabalho. O conjunto de operações de prospecção mineira contribuiu para a criação de 10 mil novos postos de trabalho...a mineração artesanal e de pequena escala tem estado a gerar mais de 150 mil empregos...a exploração de recursos naturais, para além dos empregos directos, dinamiza o empoderamento das comunidades que se sentem desafiadas a aumentar os níveis de produção...”
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