sábado, 8 de dezembro de 2012

Eleições no Japão - contra todos: Voz da Rússia

8.12.2012, 10:33, hora de Moscou
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Japão, eleições
EPA

Em 16 de dezembro no Japão se realizarão eleições parlamentares antecipadas. Na tradicional oposição estão os dois partidos mais fortes do país: o Democrático e o Liberal-Democrático. Apesar de, quais forem os resultados, os eleitores irão votar, não porque gostam de determinado partido, mas porque estão decepcionados com todos os demais.

As próximas eleições parlamentares no Japão deveriam se realizar em 2013. Mas a quantidade de criticas, que atingiram o governo dos democratas, obrigaram o líder do partido, que também é primeiro-ministro, Yoshihiko Noda, a dissolver o parlamento. A corrida eleitoral promete ser curta e acirrada. Justamente os democratas são so que apresnetam menor preparo para essa corrida. Eles estiveram no poder apenas três anos e é pouco provável que os japoneses possam lembrar de quaisquer méritos deles.
Os democratas governaram o país em um complicado período da história. Eles tiveram não apenas de cuidar das dívidas dos antecessores, mas também combater as consequências da crise econômica mundial e do acidente na usina nuclear Fukushima-1. Sua lentidão e indecisão foram criticadas tanto na arena internacional, como dentro do país. Os democratas arruinaram-se definitivamente ao aprovar uma série de leis que não agradaram à população. A última gota foi o novo imposto, explicou o professor do Instituto dos Países do Oriente, Anatoli Koshkin:
“Os democratas, contrariando suas promessas, feitas há três anos, aumentaram o chamado imposto de consumo em 10%. Isto significa que em cada compra ou uso de qualquer serviço, os japoneses, além do preço estipulado, pagam mais 10%, que vão para o orçamento do país”.
Todos os especialistas prevêem a vitória do Partido Liberal Democrático. Esta é a força política mais antiga e forte do país, que o governou praticamente sem interrupção no período de 1955 a 2009. O caráter específico do partido consiste em não ter um programa preciso, somente alguns princípios gerais, e a política concreta e um período concreto é definida pelo líder. A julgar pelas últimas declarações do chefe dos democratas liberais Shinzo Abe, em um futuro próximo a país poderá passar pela reforma do Banco Central e sua subordinação ao governo e também o ingresso do Japão na parceria transoceânica para agradar os EUA, o que pode influir negativamente sobre a agropecuária.
Mas, por mais estranho que pareça, estas propostas não deterão o partido no caminho da vitória – considera o catedrático de Estudos Orientais do Instituto Estatal Moscovita de Relações Internacionais, Dmitri Streltsov.
“Provavelmente vencerá o Partido Liberal Democrático. Simplesmente porque a conduta eleitoral dos japoneses se caracteriza pelo movimento ondular. Os eleitores apóiam uma força política, depois decepcionados com ela, começam a apoiar outra força, por espírito de contradição, querendo punir pelas esperanças frustradas.”
As próximas eleições são interessantes porque, na disputa dos democratas e liberais-democratas, poderá interferir, em muito tempo, uma terceira força. É a coligação de dois partidos novos: União do Renascimento e Partido do Sol. Nos últimos anos eles se dedicam a criticar os políticos experientes e propõem reformas bastante escandalosas. Por exemplo, o líder da União do Renascimento, Toru Hashimoto já apresentou várias vezes iniciativas de introdução de eleições diretas do primeiro-ministro do país, de diminuição das cadeiras no parlamento e revisão da constituição.
Por causa de semelhantes declarações ele adquiriu popularidade, mas para a vitória da união dos dois partidos nas eleições isto será insuficiente – considera o dirigente do centro de pesquisas japonesas do Instituto do Extremo Oriente da Academia de Ciências da Rússia, Valeri Kistanov:
“Eles praticamente não têm nada de seu. Eles não têm programa sério, nem visão do futuro, nem quadros. Eles apresentam apenas uma série de lemas populistas. Mas eu penso que irão votar neles os cidadãos do Japão, que se decepcionaram com os partidos Democrático e Liberal-Democrático, agindo segundo o princípio “a peste em ambas as vossas casas”.
Para os japoneses agora, como nunca, é indiferente a política externa de seu país. Eles necessitam de reformas internas adequadas, do saneamento da economia. Os especialistas duvidam de que algum dos candidatos à vitória nas eleições poderá atender esta reivindicação.
Mas há outra coisa que preocupa – em face da indiferença geral para com as relações internacionais, os políticos, de repente, interessaram-se por elas e já se destacaram por uma série de declarações altissonantes. Em particular isto se refere ao líder dos liberal-democráticos, Shinzo Abe, que prometeu veementemente defender os interesses do Japão nos litígios territoriais. Assim que o resultado das eleições parlamentares no Japão pode ser não a melhoria da situação interna, mas o agravamento da externa.

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