segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Campo de tortura descoberto em região de diamantes no Zimbábwe

09/08/2011

 

Zimbabwe%20diamonds Um programa do canal televisivo inglês BBC descobriu a existência de um campo de tortura na região de Marange, rica em minas de diamantes, no Zimbábwe. O programa Panorama ouviu depoimentos de vítimas de espancamentos e violência sexual no local. O governo do Zimbábwe foi procurado pela BBC mas não deu resposta oficial às denúncias.
As informações foram divulgadas num momento em que a União Europeia tenta aprovar parte da exportação de diamantes vindos do Zimbábwe. A comercialização das pedras do país está sob embargo.
Em documento interno do bloco, ao qual a BBC teve acesso, a União Europeia diz que duas minas na área passaram a obedecer os padrões internacionais, e quer que os diamantes destas áreas sejam aprovados imediatamente para exportação - o que suspenderia parcialmente um embargo imposto em 2009.

O embargo passou a vigorar por determinação do chamado Kimberley Process (KP), organização internacional que fiscaliza o comércio de diamantes. O órgão denunciou assassinatos e abuso por parte das forças de seguranças do Zimbábue nos campos de diamantes de Marange. O KP foi criado pela indústria de diamantes, governos de vários países e organizações não governamentais para evitar a entrada no mercado de diamantes vindos de áreas de conflito.
Chicotadas
Testemunhas afirmam que os campos de tortura estão em atividade há, pelo menos, três anos. Em Marange, polícia e militares recrutam civis para procurar diamantes de forma ilegal, e trabalhadores que exigem uma fatia maior dos lucros são levados para os campos de tortura. Civis flagrados procurando diamantes por conta própria também são levados para os campos. O principal campo descoberto pela reportagem é conhecido na região como "Base Diamante".
Segundo testemunhas, o campo fica numa área afastada. Ele é formado por barracas militares em uma área sem cobertura, cercada por arame farpado, onde prisioneiros eram mantidos. Este campo fica perto de uma área conhecida como Zengeni, em Marange - uma das mais importantes áreas de exploração de diamantes do mundo. O campo fica a cerca de 1,6 quilômetro da mina Mbada, que produz diamantes que a União Europeia quer aprovar para exportações.
A companhia responsável pela mina é chefiada por um amigo pessoal do presidente do Zimbábwe, Robert Mugabe.
"É um local de tortura onde algumas vezes os mineiros não conseguem andar por causa dos espancamentos", disse à BBC uma das vítimas, libertada do campo principal em fevereiro.
"Eles davam-nos 40 chicotadas pela manhã, 40 à tarde e 40 à noite", disse o homem, que ainda não conseguia usar um dos braços por causa dos espancamentos, e mal conseguia andar.
"Eles usaram pedaços de madeira para bater-me embaixo dos meus pés, enquanto eu estava no chão. Eles também acertaram meus tornozelos com pedras."
Ele e outros homens foram mantidos como prisioneiros no campo por vários dias antes da chegada de outros prisioneiros. Mulheres eram libertadas mais rapidamente, frequentemente depois de estupros, segundo testemunhas.
Todos os prisioneiros destes campos conversaram com a reportagem da BBC sem se identificar.
Um ex-integrante de uma unidade paramilitar da polícia que trabalhou no campo principal, em 2008, disse à BBC que torturou prisioneiros e também usou cães, que eram estimulados a atacar os detidos no local. "Eles algemavam o prisioneiro e soltavam o cachorro, para mordê-lo", contou.
O homem, que também falou à BBC sem se identificar, contou ainda que uma mulher foi mordida no seio pelos cães enquanto trabalhava no acampamento. "Não acho que ela sobreviveu", disse.
Proibição
O KP havia pedido à polícia do Zimbábwe para garantir a segurança da área, mas testemunhas disseram à BBC que a polícia e os militares do país é quem gerenciam os campos de tortura.
Nick Westcott, um porta-voz do grupo de trabalho em monitoramento do KP, disse que a descoberta dos campos "é algo que não foi relatado ao Processo Kimberley".
Em junho, o presidente do KP, Matieu Yamba, anunciou formalmente que a proibição da exportação de diamantes de duas minas importantes de Marange tinha sido suspensa, uma decisão que a União Europeia não aceitou.
Agora a União Europeia lançou uma proposta que visa acabar com o impasse. A proposta concorda parcialmente com a suspensão da proibição, mas insiste que o monitoramento internacional deve continuar em toda a região de Marange.
@VERDADE - 08.08.2011

Muna said...
Ao Sr. Licos Ivar:
1. Existindo alguma gratidão, o Presidente Robert Mugabe pagou caro. Pagou tudo o que tinha a pagar. Os "indomáveis" permaneceram no Zimbábue durante séculos e não contente com isso quiseram, ainda o pretendem, fazer do Zimbábue seu quintal. O que os "indomáveis" não esperava, possuídos pelos vírus da exploração, era a revolta do povo zimbabweano, mormente a coragem que teve o Presidente Mugabe teve em deixar a coleira que já vestia há mais de 25 anos.
2. Antes se rebelar dos seus antigos patrões, Robert Mugabe era o 'filho querido' dos "indomáveis". Era tido como o líder perfeito, o único, porquanto Mugabe prestava bajulação aos "indomáveis", até que veio a saturação. De resto, não faltou aviso ao Presidente Mugabe, o próprio Presidente Samora o avisou "o carvão quando não queima, suja". E eu pergunto, por que razão Mugabe deixou de ser o filho querido dos "indomáveis"?
3. A independência do país preconiza, entre outros fitos, a conquista da liberdade e da terra. Na verdade, este objectivo nunca foi cumprido. Os "indomáveis" foram dando paliativo ao povo, através de um governo "fantoche" liderado pelo próprio Mugabe, em troca da estabilidade política (que assolou boa parte dos países africanos), económica e financeira. Mas não se iluda não, 'chamuale' Ivar, porque TODA a riqueza produzida no país era enviada para o celeiro (bancos) dos "indomáveis".
4. O que prefere o amigo Ivar, ser escravo e comer à tripa-forra ou ser livre e batalhar pela vida? Pois bem, Zimbábue nunca esteve livre. Deixe-me esclarecer-lhe uma coisa: 90por cento das terras do país estavam nas mãos dos "indomáveis", um só "indomável" chegou a ter até à década de 2000 o equivalente ao tamanho da grande Lisboa. Era terra que nunca acabava. Os pretos até então só podiam ter uma pequena parcela de terra, do tamanho do WC dos "indomáveis"!
5. Quando o executivo do Presidente Mugabe orientou a esses "indomáveis" para ceder parte da terra, mas o que se viu foram campanhas difamatórias de que se safou (o Zimbábue) por pura habilidade e inteligência do Presidente Mugabe. Tentaram impor embargos, não conseguiram. Tentaram forjar notícias, não conseguiram. Tentaram fazer-se de vítimas, arrependeram-se. Tentaram queixar-se aos tribunais afins, perderam. Tentaram dizer que o Zimbábue estava quase a desaparecer, decepcionaram-se. Tentaram um pouco de tudo, mas sem sucesso. Hoje o Zimbábue está em progresso.
5. Ivar, porque é que a idade de Mugabe lhe incomoda? Já pensou em perguntar, primeiro, quantos anos está no poder a Rainha Isabel II? Qual foi a punição que deram ao senhor Tony Blair depois de ficar provado que este forjou informações para atacar o Iraque? Tudo isto para si e outros séquitos dos "indomáveis" é irrelevante. Eu até entendo porque... Fiquemos por aqui.
Zicomo
PS: Agradeço que leia mais, um pouco mais do livro de El-Baradei. Ou então, um pouco da história mundial para perceber que são na verdade os "indomáveis". Deixe o Zimbábue em paz, aquele país é dos e para os zimbabweanos. Pergunte ao senhor Nota de que valeram as sanções contra o Zimbábue. E se quiser, se não tiver muito que fazer, leia este texto do Prof. Elísio Macamo, aqui: http://moziepoliticando.blogspot.com/2007/10/outra-vez-o-zimbabwe-e-mugabe.html (21/08/2010).

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