sábado, 22 de dezembro de 2012

Cabo Verde - O presidente da esperança

No rescaldo de uma visita de dois dias ao Tarrafal
 
Ninguém ficou indiferente à sua passagem por este município de Santiago, e a impressão causada por Jorge Carlos Fonseca foi tão forte que lhe pediram para que regressasse. Um pedido de gente simples de um povo sofrido, mas que não desiste da labuta intensa por um porvir melhor e que encontrou no Presidente uma mecha de esperança
“Esforçar-me-ei e trabalharei, no âmbito de minhas competências e em articulação leal com outras instâncias do poder, para ajudar a resolver progressivamente os problemas que afetam os tarrafalenses", garantiu o Presidente da República
“Esforçar-me-ei e trabalharei, no âmbito de minhas competências e em articulação leal com outras instâncias do poder, para ajudar a resolver progressivamente os problemas que afetam os tarrafalenses", garantiu o Presidente da República


Praia, 22 dezembro 2012 – A visita oficial de dois dias efetuada pelo Presidente da República ao Tarrafal de Santiago, e que apenas se encerrou na madrugada de hoje, foi talvez aquela que envolveu maior moldura humana de todas as efetuadas por Jorge Carlos Fonseca aos municípios de Cabo Verde.
O contacto direto com as populações, as autênticas “assembleias populares” que aguardavam o presidente para uma troca de palavras, foram a tónica de uma visita oficial que foi organizada ao pormenor pela Câmara Municipal que mostrou uma capacidade empreendedora pouco comum por estas paragens.
JUVENTUDE NA PRIMEIRA LINHA
Um dos momentos mais marcantes ocorreu com os jovens do Tarrafal a encherem o local da reunião com o Presidente da República, apesar de mesmo em frente ocorrer um festival de música. Como vem sendo a sua marca indelével, Jorge Carlos Fonseca iniciou uma conversa descontraída, olhos nos olhos, despida de qualquer formalismo que inibisse a participação da assembleia e, por várias vezes, num registo onde sobressaiu o humor.
O desemprego, a formação profissional, o acesso ao ensino superior, a Constituição, a democracia, o combate à discriminação, a descentralização e o desenvolvimento estiveram no centro do debate. Mas, de igual modo, um tema que começa a ser recorrente entre os jovens: o nepotismo. A que não será alheio o escândalo em que se envolveu a ministra da Juventude, Janira Hopffer Almada, que, sem que o supusesse, chamou a atenção para um dos maiores problemas da administração pública e da vida política cabo-verdiana – o mérito lhe seja reconhecido…
Mas nas memórias desta viagem oficial ficaram também outros encontros, como o de Chão Bom, com os agricultores a encherem a sala onde se realizou a reunião com o Chefe de Estado, dando conta dos problemas que mais os afetam e que passam, fundamentalmente, pela necessidade de mais água e do seu preço elevado, do recurso ao crédito, da inexistência de proteção social garantida pelo Estado, bem como da urgência em serem feitos investimentos na agricultura e pecuária, transformando-os em setores centrais para o desenvolvimento do município.
EMOÇÕES FORTES
Emocionante, e que muito tocou o Presidente da República, foi o encontro com as populações de Lagoa e Achada Lagoa, “gentes que têm um apego e um amor impressionantes à sua terra praticamente encravada mas lindíssima, e que quase mendigam e sonham com um acesso, uma estrada, com um discurso emocionado e as lágrimas quase a derramarem rostos fustigados pelo vento e pela desesperança, mas que ainda assim nos dedicaram um batuque em jeito de mensagem e recado”, segundo as palavras registadas por Jorge Carlos Fonseca, madrugada adentro, quando se preparava para retemperar forças da cansativa – e paradoxalmente revigorante – jornada.
De assinalar, de igual modo, o encontro que levou ao Mercado Municipal de Artes e Cultura o número impressionante de 450 idosos; mas também as conversas soltas com as gentes de Achada Tenda, Achada Porto, Figueira Muita, Chão, Ribeira Prata e Achada Meio, saldadas por o destapar de preocupações coletivas e, de algum modo, de esperança.
“Esforçar-me-ei e trabalharei, no âmbito de minhas competências e em articulação leal com outras instâncias do poder, para ajudar a resolver progressivamente os problemas que afetam os tarrafalenses e alguns de seus desígnios: desemprego, formação para jovens, degradação das habitações, acesso a água e energia, apoio a agricultores e pescadores, condições que possam um dia levar a que o campo de concentração do Tarrafal seja considerado Património da Humanidade”, assinalou o Presidente na sua página pessoal na rede social Facebook, à laia de balanço desta visita oficial.
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NOTÍCIA RELACIONADA
Pesca, Agricultura e Turismo – apostas para o desenvolvimento do Tarrafal: http://liberal.sapo.cv/noticia.asp?idEdicao=64&id=38084&idSeccao=523&Action=noticia


 
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