sábado, 17 de novembro de 2012

Um barril de pólvora

Um barril de pólvora chamado Marínguè
Escrito por José Chirinza
mariMarínguè, distrito onde se localiza a temida Base Central da Renamo, representa um permanente barril de pólvora que a qualquer momento pode voltar a explodir. O clima que reina naquele distrito é de medo e insegurança, fertilizado com o aumento dos efectivos das Forças de Intervenção Rápida (FIR), que se movimentam próximo da área controlada pelas forças leias a Afonso Dhlakama. O que reina é uma espécie de paz armada e um curto-circuito pode resvalar para confrotações sem paralelo.


O SAVANA apurou que o próprio presidente da República, Armando Guebuza, está à busca de corredores para acalmar o líder da Renamo Afonso Dhlakama, rompendo com duros posicionamentos da chamada ala radical do seu partido. Aliás, em presidências abertas e em discursos de circunstâncias, Guebuza começou a reorientar o seu discurso. É mais complacente.

Termos duros como “apóstolos da desgraça que ficam por cima dos muros”, “preguiçosos”, “pobres de espírito” foram abandonados e substituídos por “povo laborioso e rico de pensamento”.

Em presidência aberta em Marínguè o termo PAZ foi multiplicadamente repetido, coisa que só acontecia nos primeiros anos após a assinatura dos acordos de paz em Roma, capital italiana.

Recorde-se que recentemente o partido de Afonso Dhlakama rompeu as negociações (diálogo para Frelimo) que vinha mantendo com a formação política no poder desde a proclamação da independência nacional. Em teoria, as negociações/diálogo visavam tratar aspectos malparados dos acordos de paz, mas na prática era o início de uma operação visando acomodar melhor Afonso Dhlakama e a Renamo, sobretudo, na partilha do poder político e económico.

Clima de medo em Marínguè

Nesta terça-feira, Armando Guebuza escalou o conturbado distrito de Marínguè em mais uma presidência aberta e confrontou-se com ambiente de medo e insegurança.


O clima de mal-estar fora agudizado pelo recente tiroteio registado há duas semana entre os ex-guerrilheiros da Renamo e os agentes da FIR.
A FIR vinha em socorro a um grupo do braço juvenil da Frelimo, a OJM, que foi atacado quando efectuava a limpeza da pista de aterragem Afonso Dhlakama, sem antes solicitar competente permissão aos guerrilheiros da Renamo. A pista estava a ser preparada para receber os cinco helicópteros de Armando Guebuza em mais uma presidência aberta e inclusiva em Marínguè, um território hostil para a Frelimo.


Lembre-se que quando Joaquim Chissano viajava para a região em visita presidencial o pedido para a aterragem era previamente feito aos homens de Afonso Dhlakama. A pista foi erguida pela guerrilha da Renamo durante o conflito armado que durou 16 anos e baptizada com o nome do seu líder: Afonso Dhlakama.


Na impossibilidade de usar esta pista, os helis de Guebuza recorreram a um campo de futebol que dista a pelo menos mil metros da pista Afonso Dhlakama.


As forças leiais a Afonso Dhlakama andam devidamente fardadas com espingardas de assalto e tiracolo, mas em prontidão combativa. Porém, durante a estadia de Guebuza não foram incomodadas pelas forças governa-mentais que povoavam a região.


Guebuza passou a noite em Marínguè e nesta quarta-feira escalou Cheringoma, uma outra região que durante a guerra estava sob controlo da Renamo. Fecha a presidência aberta à província de Sofala nesta quinta-feira em Marromeu.

Camponeses

O ambiente que se vive em Marínguè é tenso, a população está em constante nomadismo, receiando mais um reacender de confrotações.
Maior parte dos funcionarios de estado afectos naquele distrito que queria apostar na construção de pousadas ou casa para alojamento, pondera abandonar os projectos devido ao clima de insegurança.


O número de efectivos e manobras militares da FIR aumentaram significadamente, o que indicia que algo mais catastrófico ainda está a caminho. Os efectivos da FIR estão a posicionar-se cada vez mais próximo do perímetro controlado pelas forças leiais a Afonso Dhlakama.


Para alguns populares enquanto o quartel general da Renamo, com um arsenal bélico significativo, não for desmantelado, o conflito pode voltar ao país, com epicentro em Marínguè. Mas Dhlakama sempre se recusou a desmantelar a sua antiga base central, uma recusa que encontra explicação no facto de ser a sua única pedra de aremesso numa eventual resposta às “manobras” da Frelimo.


A reportagem do SAVANA apurou no terreno que a assistência alimentar que os ex-guerrilheiros da perdiz recebiam frequentemente da liderança do partido já não é canalizada regularmente, um claro indicativo de uma eventual rebelião tendo como base a fome.


Nos últimos anos a produção agrícola em Marínguè tem sido um fiasco, devido a prologandas secas.
No comício popular orientado pelo presidente da República na localidade de Nhamapaza em Marínguè, a população denunciou casos de vandalismo supostamente protagonizados pelos antigos guerrilheiros da Renamo.


Manuel Francisco subiu ao palco improvisado para atender o chefe de Estado para denunciar roubos nas machambas e proibição de praticar a agricultura nas proximidades da base central da Renamo.


“Em caso de resistência somos sujeitos a maus tratos”, lamentou.


Francisco afirmou que os chamados homens armados da Renamo têm frequentemente inquietado as suas vidas e a população está saturada de discursos tranquilizantes. Apelou ao PR para que ordene a expulsão daqueles homens.


Para este, o lugar ideal para inplantação de quartel para os homens da Renamo é Mangunde, em Chibabva, terra natal de Afonso Dhlakhama.


Por outro lado, Fazbem Semo, residente e natural de Marínguè, lamentou o facto de 18 anos após assinatura de acordo geral de paz, o quartel general da Renamo não tenha sido desactivado e ninguém do governo os explique porquê permanecem armados os guerrilheiros do antigo movimento rebelde.


“Com a presença daqueles homens nenhum investidor suficientemente lúcico irá arriscar colocar o seu dinheiro nesta região”, vaticinou Semo, um camponês de 65 anos de idade.


Segundo Semo, na sequência do recente tiroteio, várias crianças estão interditas de assistir as aulas porque alegadamente os seus professores com receio de novas investidas abandonaram o distrito.

2 comentários:

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