quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Solução de conflito sírio só pode ser encontrada em cooperação com a Rússia: Voz da Rússia

15.11.2012, 09:53, UTC
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Oriente Médio, Síria, encontro, Serguei Lavrov, Faixa de Gaza, violência
RIA Novosti

Sem ter em conta a opinião de toda a oposição interna síria não se pode falar da formação de uma coalizão nacional, disse o ministro do Exterior russo, Serguei Lavrov, depois das conversacões em Riad.

Na capital da Arábia Saudita teve lugar a segunda rodada ministerial do diálogo estratégico Rússia - Conselho de Cooperação dos Estados Árabes do Golfo Pérsico.
Alguns dias antes desta reunião, em Riad aconteceram vários eventos significativos. Na capital do Qatar foi anunciada a unificação da oposição síria, o que é uma das principais exigências do comunicado de Genebra do grupo de ação para a Síria. Os países-membros da Liga Árabe, incluindo a Arábia Saudita, já declararam seu apoio à Coalizão Nacional recem-criada. E praticamente na véspera a França não somente foi o primeiro país da UE a reconhecer a Coalizão Nacional da oposição síria, mas disse também que iria facilitar o seu reconhecimento internacional.
Moscou avalia positivamente os acordos concluídos em Doha, mas insiste que ainda não foi criada uma verdadeira coalizão de oposição unida, disse Serguei Lavrov após conversações em Riad:
“Se juntaram certos grupos que foram apresentados na reunião em Doha. No entanto, as principais estruturas oposicionistas internas da Síria não estiveram lá. A razão são as divergências sobre as formas de saída da crise. Em primeiro lugar, as divergências têm a ver com a possibilidade de uma invasão estrangeira. Nós inevitavelmente apelamos à união da oposição síria mas, repito, de toda a oposição, e apenas com base na disposição para o diálogo”.
Segundo Serguei Lavrov, ainda é cedo para falar de tal disposição. O texto dos acordos alcançados em Doha declara abertamente que a unificação da oposição ocorreu com base, sem compromissos, da derrubada do regime e da destruição de todas as instituições estatais existentes.
Mas este caminho - como muitas vezes mostrou a história - leva ao caos, sublinhou Lavrov. No entanto, ele observou uma vez mais que tal posição não significa que a Rússia apoia o regime de al-Assad. Mas isso não convenceu os jornalistas árabes. Um deles perguntou a Serguei Lavrov, se Moscou entende que “apoiando o presidente sírio, a Rússia perdeu o mundo árabe?”. O Ministro do Exterior russo disse que, pelo contrário, hoje o papel particular de Moscou na estabilização é reconhecido por todos os países da região:
“Eu me encontro constantemente com representantes de estados árabes, e eu não sinto que eles nos considerem perdidos para eles. Isso se aplica a todos os grupos da oposição síria. Eles estão todos interessados em manter a Rússia na região, e todos enfatizam o papel de equilíbrio da Federação Russa. Os povos árabes conhecem a nossa posição consistente. Incluindo o fato de respeitarmos as prerrogativas do Conselho de Segurança da ONU, organização destinada a lidar com a resolução de litígios e cujas competências não incluem o apoio a revoluções e mudanças de regime”.
A resposta de um homólogo de Lavrov, o ministro das Relações Exteriores do Bahrein, Khalid Al Khalifa, foi a mais emocional. Ele disse que o encontro que teve lugar em Riad do Conselho Estratégico da Rússia e dos países do Golfo Pérsico enfatiza precisamente a natureza especial das relações entre Moscou e o Oriente árabe. Estas relações têm uma longa história. É por isso que, hoje, as soluções para muitas questões, incluindo a da Síria, só podem ser encontradas em cooperação com a Rússia.
O ministro salientou que a crise síria, apesar de toda sua gravidade, não deve obscurecer outros problemas. Em primeiro lugar, a questão palestina que novamente se tornou relevante após o início da operação especial de Israel na Faixa de Gaza. Serguei Lavrov disse que é necessário parar imediatamente os bombardeios e lamentou que o quarteto do Oriente Médio seja incapaz de evitar a escalada da violência.

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