segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Silêncio prenúncio de tormenta ou de movimentações nos bastidores?

11/11/2012

Em: http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2012/11/sil%C3%AAncio-pren%C3%BAncio-de-tormenta-ou-de-movimenta%C3%A7%C3%B5es-nos-bastidores.html

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Por: Noé Nhantumbo
As opções estratégicas e os métodos eleitos diferem…
Mas que o país está numa “tremedeira” angustiante não se pode negar…
Alguns até já devem estar afiando os dentes à espera que as armas voltem a falar. Outros devem estar equacionando cenários dantescos que irão impedir que a sua rotina quotidiana seja violentamente alterada.
Não se pode parar de falar e de abordar as nuances possíveis neste imbróglio em que os políticos da Frelimo e da Renamo parecem resolvidos a colocar o país.
Há razões de sobra para estarmos verdadeiramente preocupados com a leveza com que alguns políticos tratam de assuntos que todos sabemos serem sérios e de consequências que ultrapassam simples conjecturas de um escriba afastado dos centros do poder e de decisão dos partidos que assinaram a vinte anos atrás, o AGP em Roma.
Não dá para confiar em movimentações secretas ou silenciosas de intermediários como os sul-africanos. Tanto Mbheki como Zuma no caso zimbabweano ainda não conseguiram fazer valer as opções do povo daquele país.
Os zimbabweanos votaram claramente a favor da vitória do MDC e o estado-maior da SADC votou pelo governo de unidade nacional.
Quanto ao Zimbabwe em si na pessoa do PR Robert Mugabe claramente não é a pessoa que reúna o consenso e a confiança de uma das partes, Renamo.
É bom que ainda não haja relato de armas sendo disparadas na Gorongosa nem em outro lugar do país.
Que a Renamo tem conseguido exercer alguma coacção no sentido de controlar seus homens é um facto. Se atendermos a antecedentes pós-AGP em que morreram pessoas após desavenças associadas a interpretação de resultados eleitorais fica claro que a liderança da Renamo por interesse próprio e por capacidade, decisão e estratégia conseguiu evitar novos banhos de sangue.
Essa posição que se pode denominar de “pacifista”ou de gestão de um conflito que se anuncia há já alguns anos tem sido crucial para a manutenção da Paz. Os detractores de Afonso Dhlakama não conseguem analisar nada de outro prisma que não seja a habitual verborreia o demonizando. Não se pode ter simpatias de todos e sobretudo de escribas que fazem o seu salário e garantem regalias agradando quem se encontra no poder.
Outro aspecto importante e que deve ser utilizado para analisar a situação actual julgo ser a diferença de postura entre o antigo PR Joaquim Chissano e o PR de hoje, Armando Emílio Guebuza. O primeiro terá optado para exibir uma veia diplomática que terá sido completamente esquecida pelo líder da Frelimo, Armando Emílio Guebuza.
Épocas e circunstâncias diferentes ditam, sem dúvidas, procedimentos igualmente diferentes por parte dos políticos.
Na altura em que Joaquim Chissano era PR ainda não se vivia a febre das “descobertas” de valiosos recursos minerais ou pelo menos não se verificava um empenho do capital internacional em intervir e acelerar a colocação dos recursos no mercado internacional. Obviamente que os recursos minerais, pedras preciosas, ouro, rubi, ferro, carvão, gás natural, petróleo, urânio, prata e outros, aguçaram apetites e produziram uma determinação de cariz completamente diferente do que reinava quando os moçambicanos assinaram o AGP.
Os recursos naturais trouxeram à superfície caracteres e mentalidades que os moçambicanos não conheciam entre os seus políticos.
Também estamos vivendo uma oportunidade única para aferir que tipo de políticos realmente tem no país.
O tipo de proposições políticas que exibem na comunicação social é notoriamente voltado a servir suas agendas privadas.
Procurando nos BR’s é possível encontrar a composição e accionistas de muitos empreendimentos no domínio dos minerais.
Ministros, directores nacionais, governadores, a reforma e no activo são accionistas de tudo o que é empresa moçambicana e com áreas de prospecção aprovadas.
Se alguém alguma vez pensou que isso se concretizaria sem a reclamação ou reivindicação de outros moçambicanos enganou-se pois agora a questão surge como parte do que Renamo reclama, o que as confissões religiosas declaram que está acontecendo. Os partidos políticos da oposição parlamentar e extraparlamentar, com intensidade diferente abordam as mesmas questões que o signatário do AGP, Renamo reclama.
Não pode estar esta gente errada.
Parte dos que não se manifestam ou se escondem e proclamações legalistas são gente proeminente no circuito oficial das organizações da sociedade civil. Outros que alinham pelo diapasão oficial do governo e de seu partido são as associações económicas quase todos eles constituídos e compostos por entidades que ao longo dos anos tem beneficiado dos esquemas de acesso a créditos bancários e ao enriquecimento “ilícito”catalogado como componente fulcral do “empoderamento económico negro”.
Nestas andanças, com avanços e retrocessos, verifica-se algum mutismo preocupante por parte de parceiros externos fundamentais de Moçambique.
Como alguém já disse e muito bem quanto mais fraco for o governo e mais instável for a situação em Moçambique mais fácil será forçar a assinatura de contratos na área dos recursos naturais amplamente vantajosos para as corporações internacionais.
Não cola a tese da não ingerência nos assuntos internos de Moçambique pois quando foi a vez de carimbar como livres, justas e transparentes, eleições moçambicanas contestadas por alguns dos participantes foram observadores destes países, origem dos observadores internacionais que se apressaram a fazê-lo.
Este deve ser o momento em que os moçambicanos que se sentem patriotas e comprometidos com a causa nacional, se apresentam com uma só voz. Urge que os moçambicanos saibam ler a situação com olhos de ver, críticos e fundamentados naquilo que os serve.
Queremos a paz e a estabilidade.
Queremos viver num país que seja mais do palco de extracção de recursos que pertencem a todos sem que as contrapartidas financeiras dessa actividade não nos beneficiem.
Queremos um sistema judicial funcional em que o tratamento dos cidadãos seja de acordo com a lei e não com a cor partidária do prevaricador.
Há razões acrescidas de preocupação quando os “gigantes” do país não falam uns com outros e nem deixam saber o que estarão maquinando nos bastidores.
Um país que se queira estável e funcional não pode coabitar com situações de açambarcamento virtual de tudo o que tenha interesse económico e financeiro por uma minoria voraz, que se proclamou em termos práticos dona e senhora única do país.
Se não houver vontade política de quem detém o poder em reverter cenários declaradamente funestos a situação só se agravará.
Uma simples adopção de uma postura mais tolerante e estrategicamente virada para a promoção de verdadeiros debates, organizados e concebidos por moçambicanos poderia reverter rapidamente uma situação que compromete a paz e as aspirações legítimas dos moçambicanos a uma vida plena de vigor, dignidade e partilha.
Já é tempo de entender-se que o país reclama não só democracia política mas de ver seus cidadãos gozando de democracia económica.
A ganância desmedida por parte de alguns tem o potencial real de perigar não só a paz mas de tornar o país numa entidade inviável, num estado falhado.
Não nos esqueçamos da via que seguiram outros vizinhos e outros países desta África.
A única opção viável é que os moçambicanos se unam em termos práticos para além da retórica barata, gasta, oca e irrelevante…
Repitam até a exaustão “Unidade Nacional”mas façam-no mostrando que estão realmente engajados em encetar conversações sérias e definitivas sobre todos os “pendentes”.
Não se pode construir um país quando os governantes e governados não se entendem e se apresentam de costas voltadas.
Urge reinventar o processo político moçambicano numa perspectiva em que se assumam as responsabilidades decorrentes do mesmo, os erros cometidos pelas partes.
Há necessidade renovada dos políticos moçambicanos, os seus partidos avançarem para uma reconciliação em que se reconheça verdade, reconheçam-se os crimes cometidos por moçambicanos contra moçambicanos, se institua a lógica do respeito entre os moçambicanos, que os heróis dos outros também tenham expressão nacional e reconhecimento oficial.
Onde houver necessidade de “pedir perdão” não haja hesitações e receios pois o único caminho para aquela reconciliação que continua faltando é por aí.
Sem que receba a atenção devida a questões que alguns teimam em enterrar e considerar sepultadas como a descriminação com origem étnica e racial, ressurgem no país de maneira camuflada mas que logo se confirma real. As pessoas não estão satisfeitas com a situação em que vivem e facilmente discursos e teorias baseadas na tribo recebem oxigénio e fertilizantes.
Enganou-se quem definiu que se deveriam nomear alguns governadores e embaixadores originários dos mais variados lugares do país como forma de colmatar tendências e interpretações que relacionassem a política oficial como de base étnica ou racial. Isso não deixa de trazer dividendos políticos mas de modo material resume-se criação de novos-ricos de origem diferente mas não resolve os sentimentos da maioria dos que se sentem descriminados pela acção ou agenda em implementação no país.
Falemos e conversemos sobre tudo o que nos apoquenta.
Já não dá para esconder que temos problemas sérios por resolver…
Canal de Moçambique – 07.11.2012

2 comentários:

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