domingo, 11 de novembro de 2012

Será que Obama vai fazer uma reforma eleitoral?: Voz da Rússia

2012
10.11.2012, 12:43
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barack obama eua presidente
EPA

Logo após reeleição, Barack Obama prometeu aos norte-americanos corrigir as deficiências do sistema eleitoral.

Os jornais dos EUA escreveram hoje que se ele o fizer, ele será lembrado não apenas como o primeiro presidente afroamericano, mas também como um reformador de uma estrutura cheia de atavismo. É claro que para o 44 º presidente não será possível remodelar completamente o sistema. Para isso seria preciso alterar a Constituição dos EUA. E isto é quase o mesmo que reescrever a Bíblia. Mas ele pode pelo menos iniciar o processo de reestruturação. A questão é se Obama terá coragem suficiente para cumprir essa promessa para os eleitores?
Na história dos Estados Unidos é difícil pensar em um caso onde o presidente eleito, em seu discurso triunfal, reconhece que a eleição nos Estados Unidos não é totalmente certa. Dirigindo-se aos eleitores, em Chicago, Obama disse:
"Eu quero agradecer a todos os americanos que participaram nestas eleições. Aqueles que votaram pela primeira vez, e aqueles que tiveram que ficar um tempo muito longo em filas. Nós, a propósito, queremos corrigir isso."
A missão de observação da OSCE, após as eleições, listou as principais deficiências do sistema estadunidense. Comparado com o que há na Europa, incluindo a Rússia, o sistema americano parece, no mínimo, ultrapassado. Há problemas nas restrições do direito de voto, listas de eleitores imprecisas, opacidade no financiamento de campanha, procedimentos de contagem e complexidade do registro eleitoral. Um fato é marcante no mundo de hoje: em 2012, foi negado o direito de votar a 50 milhões de americanos.
Isso é explicado pelo fato de que as eleições nos Estados Unidos não são diretas, universais e nem igualitárias, diz o chefe da Comissão Central Eleitoral da Rússia, Vladimir Churov.
"Infelizmente, nos últimos meses, esta desigualdade pode ter piorado por causa do debate sobre introdução de um documento mais rigoroso para a concessão do direito de voto. Como sabemos, na América não existe documento de identidade. Vários estados já introduziram uma regra de que o voto só é permitido mediante apresentação de documento com foto. Mas nem todos possuem em suas mãos tal documento e nem todos têm a oportunidade de fazê-lo rápido."
Esta crítica é o mesmo que foi dito sobre as deficiências do sistema norte-americano no relatório de acompanhamento da Comissão Eleitoral Central da Rússia. E este foi feito uma semana antes das conclusões da OSCE.
Os jornalistas americanos acreditam que é quase certo que Obama inclua reformas políticas no novo programa legislativo de seu governo. Estas incluem, entre outras coisas, uma possível alteração da Constituição. Esta alteração limitará as possibilidades dos chamados comitês de ação política para gastar dinheiro ilimitado em publicidade em favor de um determinado candidato. Especialistas chamam estas comissões de parte mais corrupta do sistema político americano. Além disso, o governo vai provavelmente tentar facilitar o registro dos eleitores. O seu novo programa legislativo, Obama vai entregar no próximo ano.
É improvável que Obama seja capaz de fazer mais do que pequenos reparos do sistema eleitoral. Congressistas republicanos têm a maioria. Os democratas do Senado tem uma vantagem mínima. Para emendas à Constituição é necessário uma maioria de dois terços, em ambas as casas do Congresso.

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