segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Rússia quer alimentar a China

 



5.11.2012, 10:04
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cereais, exportações, China
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A Rússia deverá começar a exportar cereais para a China. Conforme comunica a imprensa, os fornecimentos a este país poderão começar já no próximo ano. No entanto, segundo a opinião de peritos, as exportações russas poderão ser impedidas por falta de infraestruturas. Por outro lado, a própria China intensifica a ritmos acelerados a produção de cereais.


Muitos países não têm acesso ao mercado chinês de cereais, que foi encerrado no fim dos anos 90. Os chineses não ficaram satisfeitos com a qualidade dos produtos fornecidos. Em lotes de cereais foram descobertas doenças que os tornaram imprestáveis para consumo. Recentemente, os mídia comunicaram, citando o representante da Rússia na China, Serguei Tsyplakov, que as conversações sobre o levantamento da proibição se encontram na etapa final.
O mercado chinês é muito almejado. O desenvolvimento impetuoso da economia levou à subida do consumo naquele país. Sabe-se que os cereais são a base da cadeia alimentar. Atualmente, a China compra trigo e milho ao Canadá e aos Estados Unidos. Mas o país está interessado em diversificar os fornecimentos. Esta vontade já é aproveitada pelo Cazaquistão, que começou a fazer exportações experimentais para a China.
A Rússia fornece cereais, principalmente, a países da África do Norte e do Oriente Médio. Contudo, a direção da Rússia destacou reiteradas vezes considerar a Região Asiática do Pacífico como um mercado prometedor de venda de trigo. Igor Pavenski, analista da companhia Rusagrotrans, considera que os problemas logísticos tornam pouco atraente o projeto chinês do ponto de vista comercial. Embora a região seja interessante devido a uma procura crescente, as bases de produção estão situadas longe de portos e terminais, cujo número é insuficiente na China. Por outro lado, o país precisa mais de cereais de forragem, que são pouco produzidos na Sibéria. Por isso, as exportações são possíveis em poucas quantidades e não proporcionarão grandes lucros.
O perito ressalta que a possibilidade de entrar no mercado da Região Asiática do Pacífico é discutida há muito, mas ainda não foi conseguido alcançar um grande progresso nesta via. O mercado do Extremo Oriente exige grandes investimentos. Já o presidente da União de Cereais da Rússia, Arkadi Zlotchevski, afirma que o país tem tudo para exportar de forma comercialmente eficaz para a China. A Sibéria, principalmente a região do Altai, produz consideráveis quantidades de trigo que poderão ser facilmente fornecidas à China, através da Mongólia. Isso, porém, não é viável nesta temporada agrícola. Devido às más colheitas, os preços no mercado russo são superiores aos mundiais.
A fraca produção, contudo, é um fenómeno provisório. A principal dificuldade consiste no fato de as autoridades chinesas se darem conta da envergadura da possível problema alimentar e envidarem grandes esforços para aumentar a sua própria produção. Já hoje, nas palavras de Arkadi Zlotchevski, a China não é apenas o maior consumidor de cereais, mas também o maior produtor:
“A China pretende até 2015 começar a produção de trigo geneticamente modificado, o que permitirá evitar riscos climatéricos e aumentar consideravelmente as colheitas. Em caso do êxito, a própria China poderá exportar trigo e a Rússia perderá este mercado”.
Naturalmente, a Região Asiática do Pacífico não se limita à China. Os maiores importadores de cereais são o Japão e Coreia, seguidos por Taiwan e Vietnã. Contudo, na opinião do presidente da União de Cereais da Rússia, os países de África e do Oriente Médio continuarão a ser os clientes prioritários dos agrcultores russos apesar de toda a atração da região asiática.

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