terça-feira, 20 de novembro de 2012

Rússia envida esforços para garantir paz no Oriente Médio: Voz da Rússia

20.11.2012, 10:06, UTC
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Oriente Médio, Faixa de Gaza, Conselho de Segurança, ONU, Paz, Palestina, Israel
© Voz da Rússia

A Rússia propõe convocar uma reunião urgente do quarteto de mediadores internacionais para o Oriente Médio no pano de fundo da escalada da crise entre Israel e a Palestina. Tal iniciativa foi apresentada pelo chefe do MRE da Federação Russa, Serguei Lavrov, nas conversações com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, no quadro da cúpula da Asean no Camboja.

Moscou espera que, após a regularização da crise em Gaza, seja possível organizar um encontro entre a Rússia, Estados Unidos, ONU e União Europeia (UE) a nível ministerial com a participação da Liga Árabe. Serguei Lavrov comunicou neste contexto ter discutido o tema com Hillary Clinton:
“Acordámos que é necessário por todos os meios apoiar os esforços do Egito e de outros países com vista a alcançar um armistício. A Rússia trabalha também com representantes de Israel e do Hamas. Apoiamos os esforços árabes, enviando ao mesmo tempo um sinal ao Conselho da Segurança (CS) da ONU que está discutindo atualmente um projeto de documento que apela a que os dirigentes da Faixa de Gaza e de Israel concluam um armistício. Por enquanto é difícil dizer quão rapidamente for possível alcançá-lo”.
A Rússia demostra uma posição bastante ponderada, desempenhando o papel de árbitro equidistante, destaca Dmitri Mariassis, perito do Instituto de Estudos Orientais da Academia de Ciências da Rússia:
“O departamento diplomático russo tenta discutir antecipadamente a possibilidade do futuro diálogo ao nível estratégico, não se limitando apenas a declarações táticas. Sem dúvida, a suspensão de ações militares em Gaza é uma condição necessária para continuar o diálogo. É impossível discutir o futuro sem terminar o conflito”.
Para alcançar um armistício no Oriente Médio, a Rússia recorreu ao potencial do CS da ONU, tendo apresentado um projeto de resolução, em que se apela a que as duas partes acabem imediatamente com a violência, para estabelecer o regime de cessar-fogo. O documento apela ainda a que sejam apoiados todos os esforços internacionais e regionais voltados para regularizar politicamente a situação. O projeto dispensa especial atenção à necessidade de reiniciar as conversações entre os israelenses e palestinos.
Entretanto, a reunião do CS da ONU dedicada a esta questão terminou segunda-feira sem resultados. Um dos membros do Conselho de Segurança, destacou o embaixador da Rússia na ONU, Vitali Tchurkin, aludindo aos Estados Unidos, não está disposto a concordar com qualquer reação da comunidade internacional ao conflito entre Israel e a Faixa de Gaza. Na opinião do perito Oleg Fomitchev, este é mais um exemplo de padrões duplos:
“Eles têm uma atitude dupla para com os acontecimentos no mundo. Os Estados Unidos lançam suas forças propagandistas para acusar o exército governamental da Síria de ter exterminado, alegadamente, habitantes civis do país. Ao mesmo tempo, quando mulheres e crianças morrem em resultado de bombardeios em Gaza, eles não encontram palavras para censurar Israel. Evidentemente, ninguém pode apoiar também o lançamento de mísseis contra o território de Israel”.
A reunião do CS da ONU sobre o conflito na Faixa de Gaza continuará terça-feira. A Rússia propôs votar o projeto por si apresentado.
Hoje, completam-se sete dias de ataques aéreos maciços de Israel contra a Faixa de Gaza em resposta ao lançamento de mísseis por combatentes do Hamas contra seu território. O número de vítimas no enclave ultrapassou 100 pessoas, inclusive mulheres e crianças. Segundo serviços médicos palestinos, segunda-feira foi fixado o maior número de vítimas. Contudo, de acordo com militares israelenses, naquele dia os palestinos reduziram consideravelmente a intensidade dos ataques de mísseis contra o território de Israel

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