domingo, 11 de novembro de 2012

Que armamento importa a Rússia e para quê?: Voz da Rússia

11.11.2012, 12:10
Imprimirenviar por E-mailPostar em blog
 Centauro armamentos Rússia importações blindados
Centauro
EPA

A Rússia importa armamentos em um valor de 100 a 150 milhões de dólares por ano, declarou o diretor geral da agência de exportação de armamento Rosoboronexport, Anatoli Issaikin. O número atraiu a atenção dos peritos, pois é mais comum se falar da Rússia como de um grande exportador de tecnologia militar.

Os números citados por Issaikin é uma média de vários anos, mas não considera o único grande contrato assinado pela Rússia que é a aquisição de dois navios de desembarque universais franceses da classe Mistral, por 1,2 bilhões de euros. Esse contrato é único e não há razões para esperar a sua repetição. Sem se considerar os Mistral, as importações russas de armamentos correspondem em média a 1% das suas exportações. Em 2012, o valor total das exportações de armas russas foi de 13 bilhões de dólares.
Que armas compra a Rússia? Em geral, se trata da aquisição de tecnologias e componentes estrangeiros (por exemplo, de componentes eletrônicos) para a produção de artigos russos. Um exemplo típico é a compra de matrizes francesas para termovisores produzidos na Rússia. Os componentes eletrônicos importados são largamente utilizados nas armas russas destinadas à exportação.
Além disso, a Rússia compra tipos de materiais que o país não produzia no passado e cujo produção irá demorar bastante tempo. Os contratos firmados para importação de armas mais conhecidos são a aquisição dos veículos aéreos não-tripulados israelenses Searcher e Bird Eye. A Rússia foi forçada a comprar esse tipo de tecnologia. A URSS não lhe dedicou a atenção necessária e, nos anos de 1990 e no início dos anos 2000, o país não tinha meios suficientes para investir nessa tecnologia. A importação dos VANT israelenses irá também permitir exercer uma pressão adicional sobre os fabricantes russos dessa tecnologia, obrigando-os a acelerar as suas investigações e projetos.
São também compradas pequenas quantidades de aviões ligeiros de transporte checos, L-410, que se destinam a realizar voos de reconhecimento e transporte de chefias militares. A Rússia não fabrica aviões dessas dimensões, por isso eles eram importados ainda no tempo da URSS.
O ministério da Defesa russo importou, para testes, blindados de rodas italianos Centauro e Freccia. Também há planos semelhantes em relação ao blindado de transporte alemão Boxer. A indústria russa se atrasou nos últimas décadas no fabricação de veículos de combate de rodas. Os veículos blindados modernos russos são baratos, seguros, têm uma estrutura aperfeiçoada e um armamento poderoso. Contudo, a concepção soviética ultrapassada com o seu motor traseiro e uma blindagem insuficiente tornaram-nos pouco apreciados pelas tropas. A Rússia conta utilizar os modelos estrangeiros nos estudos para criar o seu próprio veículo blindado de rodas de nova geração. Também estão em discussão as possibilidades para a compra de patentes. São também largamente importadas armas ligeiras especiais estrangeiras, como é o caso dos fuzis de precisão. Para os destacamentos de reconhecimento dos paraquedistas foram compradas várias centenas de fuzis de precisão austríacos Steyr Mannlicher.
Apesar da importação de armamentos por parte da Rússia estar se tornando diversificada, os dirigentes russos declararam por diversas vezes que as necessidades das forças armadas nacionais devem ser supridas pela indústria nacional. A importação e a cooperação internacional são úteis quando permitem tomar conhecimento das tecnologias de ponta estrangeiras e aumentar o nível tecnológico do material russo.

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