terça-feira, 6 de novembro de 2012

Obama parte em vantagem para a reeleição

Especial eleições EUA:                            
06.11.2012 - 07:53 Por Rita Siza
  • 1 de 1 notícias em Mundo
Vantagem de Obama sobre Romney é ao mesmo tempo "modesta" mas "significativa" Vantagem de Obama sobre Romney é ao mesmo tempo "modesta" mas "significativa" (Jewel Samad/AFP)
O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, parte para a votação de hoje com uma vantagem sobre o seu adversário republicano Mitt Romney que é ao mesmo tempo "modesta" mas "significativa": apesar de as sondagens sobre a intenção de voto mostrarem uma divisão ao meio do eleitorado norte-americano, no conjunto limitado de estados que desempatam a corrida à Casa Branca, os números dão uma ligeira vantagem a Obama para chegar aos 270 votos do Colégio Eleitoral que consagram o vencedor.
As últimas sondagens da campanha de 2012 mostram polarização do eleitorado em trincheiras bem demarcadas de democratas e republicanos - ou liberais e conservadores - em que cada grupo corresponde genericamente a 48% do total. Os números divulgados no domingo e ontem apontam para um empate técnico, com o intervalo entre Obama e Romney a ficar dentro da margem de erro das sondagens: 49-49 são os valores da CNN/Opinion Research; 48-48 para o Politico/George Washington University Battleground; 48-47 no inquérito da NBC News/Wall Street Journal; 49-48 no da ABC News/Washington Post. A Rasmussen e a Gallup colocam o republicano na frente 49-48.

Os números finais do Pew Research Center - que tem a maior fiabilidade na previsão dos resultados das eleições anteriores - dão uma vantagem de três preciosos pontos ao Presidente candidato à reeleição: 50% contra 47%. Em 2004, os resultados da sondagem do Pew foram exactamente os mesmos do total da votação, e em 2008 a sua previsão de 52% para Obama ficou um ponto abaixo do resultado (mas a estimativa de 46% para John McCain foi o resultado exacto alcançado pelo republicano).

Vários dados deste último inquérito favorecem o cenário de vitória de Obama: "Cerca de 39% dos eleitores, ou quatro em dez, apoiam fortemente o Presidente, contra 9% que apoiam moderadamente. E um terço dos eleitores apoia Romney fortemente, contra 11% que apoiam moderadamente. Desde 1960, o candidato com a percentagem mais elevada de forte apoio foi o vencedor da eleição", diz o relatório.

Os números apontam para uma magra vantagem de Obama no voto antecipado (dos 34% de eleitores que já votaram, 47% escolheram o Presidente e 45% optaram por Romney), e também a prevalência do democrata nos nove estados decisivos: 49% contra 47% para o candidato republicano. O Pew, tal como a Zogby, atribuem à performance de Obama na resposta ao furacão Sandy a sua vantagem de última hora. Além de subir cinco pontos junto dos independentes, recuperou o favoritismo entre as mulheres e os moderados, e eliminou para metade a vantagem de Romney entre os seniores.

O panorama oferecido pelas médias das sondagens nos estados decisivos também serve de confirmação da ligeira vantagem de Barack Obama. A campanha do Presidente erigiu há meses uma "barreira antifogo" em torno dos estados do Iowa, Ohio e Wisconsin, e manteve a liderança na Pensilvânia e no Nevada. A corrida está suficientemente competitiva na Florida, New Hampshire e Virginia para que o Presidente ultrapasse os 270 votos do Colégio Eleitoral.

A campanha republicana tem desvalorizado as indicações das sondagens, insistindo que a amostra que serviu de base aos inquéritos não é representativa do eleitorado que vai comparecer às urnas em 2012. Mas no domingo, o conhecido consultor republicano Matthew Dowd já identificava os sinais do alarme entre os conservadores: "O primeiro sinal de que uma campanha está a perder é quando diz que não acredita nas sondagens. O segundo sinal é quando diz que os inquéritos não reflectem os eleitores. E o terceiro é que a única sondagem que importa é a contagem dos votos."

Como aconteceu em 2004, os americanos correm o risco de ficar toda a madrugada à espera por uma declaração oficial de vitória, enquanto se contam os votos. O Ohio é o estado para onde convergirão todas as atenções: se as televisões arriscarem projectar um vencedor após o fecho das mesas de voto, a eleição estará decidida.

Sem comentários: