domingo, 25 de novembro de 2012

O retorno de Hitler?: Voz da Rússia

Natalia Pavlova
16.11.2012, 20:14, hora de Moscou
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história, Segunda Guerra Mundial, Hitler, livro, Filme
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Ultimamente na mídia mundial aparece cada vez mais frequentemente o nome do antigo líder do nacional-socialismo, Adolf Hitler, que levou o povo alemão e toda a humanidade para a guerra mais sangrenta do século XX, em cuja fornalha se consumiram 60 milhões de vidas humanas.

Há dois anos, no Museu Histórico Alemão de Berlin foi realizada a exposição Hitler e os alemães. Um povo único e os crimes. Cada nova geração quer responder à questão: como foi que Hitler chegou ao poder, que pessoa ele era, quais foram as causas da sua crueldade, que influência a sua personalidade exercia sobre os que o cercavam?
Na semana passada, o Primeiro Canal de Televisão Alemã ARD transmitiu o drama Rommel do diretor alemão Niki Stein. A estreia dedicada ao marechal do Terceiro Reich, Erwin Rommel, comandante das tropas do Eixo no Norte da África, e pessoa muito contraditória, reuniu junto das telas de TV mais de seis milhões de espectadores.
Será que o Adolf Schicklgruber possuía um certo carisma obscuro que atrai até hoje os cientistas e a gente simples? É este o tema da nossa palestra com o professor, doutor Hans-Henning Schroder, historiador e politólogo do Instituto Alemão da Política e da Segurança Internacional.
"Por um lado, o filme sobre Rommel é, apesar de tudo, um filme sobre a resistência. É sabido que Hitler forçou-o a suicidar-se. Trata-se de um soldado que percorreu o caminho de partidário de Hitler a seu inimigo. Por outro lado, na Alemanha existe até hoje o potencial para o radicalismo da direita. De acordo com as últimas pesquisas cerca de 9% dos alemães são partidários do radicalismo fechado da direita. Nos territórios orientais, que se incorporaram há relativamente pouco na República Federal da Alemanha, - este índice é ainda mais alto, chegando a 16%. Estas pessoas apóiam as idéias de nacional-patriotismo. E esta situação é característica não somente para a Alemanha mas também para outros países".
O jornal inglês Daily Mail informou na sua seção de perguntas e respostas que sobre Hitler foram escritos 39 187 livros, enquanto que sobre Napoleão, 85 640. Mas Napoleão faleceu há 191 anos, enquanto que Hitler, há 67 anos. Se o interesse em relação a Hitler não diminuir, é perfeitamente possível que ele ultrapasse esta diferença. Quero fazer, por este motivo, uma pergunta sobre o livro de Hitler, Mein Kampf. De acordo com as informações da mídia, ele pode ser reeditado. É verdade?
"A edição deste livro é proibida pela lei da Alemanha, incluindo a legislação da Baviera, detentora dos direitos autorais deste livro, e ela utiliza este seu direito para proibir a edição do livro em qualquer lugar. Todavia, a legislação internacional restringe o prazo de vigor dos direitos autorais a 80 anos. Este prazo expira em fins de 2015 e depois disso qualquer editora poderá lançar este livro. E agora o Estado alemão busca uma possibilidade de impedir este processo no futuro".
Na opinião de um outro dos nossos interlocutores, Evgueni Murzin, autor da publicação Rosa Branca, dedicada ao movimento antifascista na Alemanha, o interesse em relação à personalidade de Hitler é perfeitamente explicável.
"Agora a nova geração da Alemanha, - a parte mais ativa da sua população, - interpreta a história do século XX como algo, com que ela, - ao contrário da geração anterior, - não tem nada a ver. Mas os jovens querem saber, o que é que ocorreu nas décadas de 30 e de 40. A Alemanha é um dos poucos países, ou, talvez o único, que conseguiu, - nem que seja com ajuda da comunidade mundial, - ponderar novamente de uma forma crítica o seu passado e, inclusive, reavaliá-lo".
Os historiadores ressaltaram mais de uma vez que é preciso recordar o passado para não repetir os erros no futuro, é preciso dar valor real ao passado, não deturpar os fatos, nem substituir os valores.

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