quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O 25 de ABRIL - IDEALISTAS, ARRIVISTAS e REVANCHISTAS

 

Sermão de Domingo
J.Verdasca
(O Movimento das FFAA que ontem derrubou o regime, hoje é Poder e amanhã permite e comete o crime)
Caros paroquianos, o sermão de hoje é dedicado aos actos, factos, tratos e desacatos do 25 de Abril, numa tentativa de abordagem psico-filosófica dos procedimentos mais polémicos que o caracterizaram, e que nos últimos dias vêm sendo objecto de sérios pronunciamentos, com interpretações opostas e contraditórias, por vezes fundamentalistas, em relação aos ex-centuriões, por parte de comentadores de todas as ideologias político-partidárias, de todos os estratos da pirâmide social, de todos os níveis socio-culturais e ainda dos mais variados sectores e posições economico-financeiras. Apesar de a esmagadora maioria dos polemistas pertencer à classe militar, nota-se também razoável participação do sector dos espoliados retornados, além, claro, de cidadãs (os) que se interessam e ou apaixonam pelo tema. E - vejam bem - todos estarão certos de suas razões, todos se consideram discutindo honestamente e todos merecem o nosso profundo respeito, quando argumentam educada e sinceramente. O tema é apaixonante, e envolve uma boa parte da população portuguesa, neste dramático estágio da vida da NAÇÃO, quando a uma profunda e grave crise financeira se soma outra não menos grave CRISE MORAL, em que o CARÁTER e ou os CARACTERES da nossa gente se encontram amolecidos, a provocar alterações de personalidade, juízos de valor apressados, mudanças culturais, morais (de mores=costumes) e comportamentais significativas e até mesmo reacções não antes vistas, a revelarem mudança de rumo adotadas por quem sempre foi ortodoxo, tradicionalista e equilibrado. Convivi lado a lado com o Otelo durante todo o primeiro ano da Academia Militar na Amadora, permanecemos juntos mais dois anos no curso em Lisboa, pensava conhecê-lo bem, mas, depois, muito me surpreendeu com seu comportamento após o 25 de Abril, o mesmo acontecendo com o Campos Andrada e outros, dos quais jamais esperei o comportamento que tiveram. Aqui, aplica-se a teoria de Ortega e Gasset: "Eu - ou nós - sou eu (nós) e minhas (nossas) circunstâncias". É que, em condições (circunstâncias) ANORMAIS, os homens comportam-se anormalmente !. E os Capitães de Abril NÃO ESTANDO PREPARADOS PARA TANTAS LUZES - PARA TANTA RIBALTA - PARA TANTA FAMA - PARA TANTA RESPONSABILIDADE, deram com os burros na água, como dizia Sarmento Pimentel. Passando de simples majores a generais, de comandantes de pequenas unidades a comandantes de Regiões Militares, pura e simplesmente, NÃO AGUENTARAM. e NINGUÊM REPAROU NO COMPORTAMENTO DO CAPITÃO SALGUEIRO MAIA, QUE, COMO CAPITÃO, REGRESSOU À SUA UNIDADE !!!!!
A carne é fraca, e a vaidade, o Poder, a ambição, o orgulho e a ganância tornam fraca a forte gente. Camões - que era sábio, pelo estudo e pela experiência - assim falava, mas, após o 25 de Abril, a Nação entrou em transe, esqueceu-se de que precisava trabalhar, que necessitava poupar, que urgia produzir, que só com ordem se alcança o progresso, que só a disciplina constrói, que apenas respeitando se é respeitado. Spínola renunciou por falta de apoio, e, a ele, seguiu-se o caos que foi o PREC, cúmulo e acúmulo de indisciplina e desordem, de vagabundagem e irresponsabilidade, de procedimentos criminosos apoiados e até mesmo instigados por alguns "lideres", sob o olhar complacente de quem deveria tomar providências, pois eram manifestações e procedimentos da ralé da Nação, da escória da sociedade, do pior que havia em Portugal, a que se somou um pouco do pior que o país acolheu. Entre esta gente, sobressaíu o escol da Pátria, representado pelos impropriamente designados RETORNADOS, que chegados só com a roupa do corpo - mas habituados ao trabalho honesto, acostumados a vencer - logo se encaminharam na vida, lição que ninguêm quiz seguir, exemplo que ninguêm ousou seguir, rumo que mais ninguêm tomou, pelo que - em pouco tempo - desapareceu a PESADA HERANÇA, representada por muitas centenas de toneladas de ouro, poupança do regime anterior, apesar de seus defeitos, de suas agressões, de seus crimes !!!. E, nestes 35 anos - talqualmente como antes - os portugueses viram-se obrigados a recorrer à emigração - uma vez que a sua Pátria continuou a empobrecer RELATIVAMENTE AO RESTO DA EUROPA, ONDE CONTINUA A SER A LANTERNA VERMELHA, O QUE PARECE SER O NOSSO FADO, O NOSSO TRISTE DESTINO, QUAL FATALIDADE DE QUE JAMAIS CONSEGUIMOS LIVRAR-NOS, DEPOIS DE TERMOS SIDO O MENOR ESTADO A TORNAR-SE O PRIMEIRO E MAIOR IMPÉRIO DO SÉCULO XVI, PRESENTE NOS CINCO CONTINENTES, PÁTRIA DE GIGANTES DESBRAVADORES E COLONIZADORES, EVANGELIZADORES E POVOADORES, DESCOBRIDORES E NAVEGADORES.
Um autêntico SERMÃO deve ter características PEDAGÓGICAS, não podendo ficar-se ou limitar-se a citar erros, antes devendo apontar soluções, indicar caminhos, sugerir objectivos, aconselhar metas, mas sempre obedecendo a PRINCÍPIOS, respeitando gentes e normas, submetendo-se a regras e leis, subordinando-se a usos, costumes e tradições que são a CULTURA de um povo, a IDENTIDADE de uma NAÇÃO e a personalidade de suas gentes. Ora, Portugal está hoje derrubado pela violência, a revelar a ineficácia das leis, e, consequentemente, a necessidade de as reformular e adaptar às actuais circunstâncias. A Assembleia da República - por sua dependência dos partidos, de que dependem os deputados, por sua colocação nas listas de candidatos - não será um PODER - e como tal independente - enquanto não for constituída por DEPUTADOS INDEPENDENTES, cujas decisões não possam ser objecto de represálias do governo, quando o deputado não seguir a liderança de seu partido. Os chefes de governo não podem continuar a poder ser designados sem exigências mínimas de escolaridade, de moralidade, de idealismo, serviços prestados, de garantias quanto a comportamentos criticáveis e ou condenáveis. Aos políticos tem que passar a exigir-se boa conduta, idoneidade moral, passado limpo, atestado de bom comportamento. Aos funcionários públicos, há que não perdoarabusos e infrações, que castigar faltas e omissões, que exigir eficácia e competência. EM SUMA, HÁ QUE DISCIPLINAR O ESTADO, DAR BONS EXEMPLOS À NAÇÃO, NÃO DESILUDINDO O POVO HUMILDE, HONESTO E TRABALHADOR, QUE A TODOS AQUELES SUSTENTA, ATURA E AGUENTA. FALTA HUMILDADE AO PODER PARA OUVIR O RUMOR DAS RUAS, PARA SENTIR AS RECLAMAÇÕES DA PLEBE, PARA SE COMPORTAR COM SENTIDO DE JUSTIÇA, PARA NÃO ABUSAR DE REGALIAS, DE SALÁRIOS ALTOS, DE MORDOMIAS, DE PRIVILÉGIOS, E DE TODA UMA SÉRIE DE INJUSTIÇAS DISCRIMINATÓRIAS COM QUE SE VÊM LOCUPLETANDO ABUSIVAMENTE, ENQUANTO A "ARRAIA MIÚDA" PASSA NECESSIDADES, VIVE DESAMPARADA, EXPOLIADA, ENCURRALADA. HÁ QUE ACABAR, DEFINITIVAMENTE, COM AS MUITAS APOSENTAÇÕES DE POUCOS E A MISERÁVEL APOSENTAÇÃO DE MUITOS.
H A J A V E R G O N H A !!!!!!!!!
Cordialmente, JVerdasca

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