segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Kilamba da vaidade - Victor Aleixo

Em http://www.club-k.net/index.php?option=com_content&view=article&id=13627:kilamba-da-vaidade-victor-aleixo&catid=17:opiniao&Itemid=124

Luanda - Cumprindo um dos capítulos relevantes do seu programa eleitoral de 2008, o governo do MPLA atacou frontalmente a questão da habitação, fazendo surgir no dicionário político nacional a construção de centralidades, que mais não são do que novas cidades integradas por um conjunto de casas habitacionais, de forma geral construídas na vertical, com áreas de educação e lazer para se evitar transtornos àqueles eleitos a habitarem nesses locais.
Fonte: Figuras e Negocios

Luanda, como capital, e creio que no âmbito dos esforços para desafogar o perímetro urbano do centro, foi a escolhida para o pontapé de saída do erguer das centralidades. A 20 kilómetros do actual centro de Luanda, surgiu a cidade de Kilamba, um conjunto arquitectónico de muito betão com traçado moderno arejado, cujo propósito é o de se reduzir o alto défice habitacional. Numa primeira fase, foram erquidos 115 edificios, com 3180 apartamentos e 48 lojas e 10 kilómetros de estrada. A nova cidade do Kilamba, cujo projecto global contempla 710 edifícios, 24 creches, nove escolas primárias e oito secundárias e 50 kilómetros de estradas, impressiona pela sua dimensão e deverá constituir um elo de transição para a nova urbe de Luanda, que já se comentava que se irá situar junto à margem do rio Kuanza.

Pois bem, Kilamba é, hoje, uma realidade, tem sido o regalo dos nossos olhos e o executivo faz dela a sua menina de olhos bonitos, ao incluir no programa de todas as entidades estrangeiras que aqui se deslocam uma visita àquele local.É normal que assim seja, porque não são muitos os exemplos nessa África, de empreitadas habitacionais com muita sustentação, como a que encontramos no Kilamba. Mesmo que se queira questionar a opção pela construção vertical, que contrasta com o carácter cultural do Povo, mais habituado a projectos horizontais, urge ressaltar que Kilamba e outras centralidades também já em marcha, algumas a concluí ainda este ano, como a do Cacuaco, também em Luanda, e do Dundo, na Lunda Norte, constituem argumentos fortes para se acreditar no governo quanto a minimização da crise habitacional e que afecta fundamentalmente a juventude.

Não existindo bela sem senão, Kilamba, quase um ano depois da sua primeira fase ter sido concluída, ou seja, pronta para os seus prédios serem habitados, continua assim mesmo: desabitada e a ser apenas o local de vaidade para os interessados apreciarem a obra que foi feita empatando-se milhões de dólares. A primeira impressão que ressalta, e os factos parecem não desmentir, é que o governo meteu mãos à obra a construção das centralidades mas esqueceu-se, desde logo, de delinear as regras de jogo para a sua habitabilidade. Depois dela pronta, e estou seguro que o mesmo erro, se se não se acautelar já, se poderá repetir em outras centralidades em fase de acabamento, é que se delineam estratégias para se definir quem e como poderá habitar as casas prontas. Erro de palmatória, que compromete,e de que maneira, a acção do governo. E é triste constatar que hoje, e por argumentos vários, entre os quais pontifica os preços elevados que estão a ser cobrados por cada habitação, Kilamba está habitável por pouco mais de meia centena de pessoas.

Estamos diante de uma situação com soluções fáceis de resolução, desde que o executivo não chame para si apenas a responsabilidade de decidir sozinho as melhores formas de viabilizar projectos cuja finalidade visa servir a sociedade no seu todo. Se é verdade que em todo mundo, quando se avança para a construção habitacional é imperioso ter-se em conta a estratificação de classes,o que não é, nem de longe, apadrinhamento de discriminação, temos de convir que Kilamba foi concebido para um padrão de classe média. E não se encontrando nesse segmento potenciais compradores a pronto pagamento das referidas habitações, mas que nem por isso deixam de trabalhar e alguns até a viverem problemas gritantes de habitação, o bom senso aconselha que se deveria privilegiar o sistema de pagamento de renda resolúvel. Ou seja,o inquilino tem de pagar mensalmente a sua renda de casa até atingir o valor estipulado na venda. E isso não é inovação, pois a maior parte dos angolanos não nasceu debaixo de um tecto de casa própria. Então, porquê agora inventar, se um trabalhador honesto, com os preços assustadores que se aplicam no domínio habitacional é simplesmente um "deskuanzado"?

2 comentários:

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