quinta-feira, 8 de novembro de 2012

José Chichava propõe retorno aos Grupos Dinamizadores

 

26.06.2009
Em sessão da Assembleia Municipal de Maputo
Chichava, foi ministro de Administração Estatal do Governo de Joaquim Chissano
“Falar dos Grupos Dinamizadores é recordar os maus momentos por que o povo moçambicano, em particular os munícipes de Maputo, passaram”. “É falar de torturas, da fome, da deportação dos cidadãos para os campos de reeducação e de entre outros momentos maus”, afirmou Fernando Mazanga, membro da Assembleia Municipal da Cidade de Maputo pela Renamo, que considerou ainda a palestra como “pensamento de marxista saudosista”.
Durante uma palestra na Assembleia Municipal cujo tema foi o “papel das Autoridades Administrativas dos Bairros Municipais em Maputo para uma Reflexão conjunta e busca de um modelo mais simples e Operativo”, o convidado de honra do edil de Maputo foi José Chichava que disse a certa altura que o projecto só poderia desabrochar se houver retorno aos grupos dinamizadores, ou seja, aos tempos dos famosos e famigerados “GD´s”.
“Tenho experiências dos Grupos Dinamizadores GD´s que surgiram como transformação dos comités do partido Frelimo”, disse Chichava recordando e fazendo a apologia do passado que acabou suscitando uma sangrenta guerra civil de triste memória.
A palestra proferido pelo ex-ministro de Administração Estatal do Governo do ex-presidente da República Joaquim Chissano, não agradou à bancada municipal da Renamo que “se viu obrigada a abandonar” o salão nobre do Município de Maputo, pois, segundo Fernando Mazanga, “os GD´s como modelo de governação autárquica, significa que não vão reconhecer as transformações políticas operadas em Moçambique que culminaram com a assinatura do Acordo Geral de Paz e a mudança do sistema de governação no País”.
“Nós gostaríamos de dar também as nossas experiências de Governação a partir do que era Maringué e outras zonas no passado, isto é, antes do Acordo Geral de Paz, em 1992”, disse Mazanga.
Acrescentou ainda que “são experiências que podem ser acolhidas e úteis para o país”.
Ainda segundo Mazanga, “falar dos Grupos Dinamizadores é recordar os maus momentos por que o povo moçambicano, em particular os munícipes de Maputo, passaram”.
“É falar de torturas, da fome, da deportação dos cidadãos para os campos de reeducação e de entre outros momentos maus”, afirmou Fernando Mazanga da Renamo, que considerou a palestra como “pensamento de marxista saudosista”.
Com Renamo ausente da sala
Entretanto, mesmo com a ausência da Renamo, a palestra continuou por cerca de uma hora com José Chichava a exibir o seu conhecimento sobre o modelo dos GD´s e a defender o que apregoa. Fez recordar aos presentes na reunião o exemplo de Mocuba, em Outubro de 1974, que, segundo ele, sistematizou as experiências de trabalho dos GD´s e definiu a sua organização, tarefas e requisitos.
“Os Grupos Dinamizadores foram os veículos de dinamização e implantação dos princípios e práticas democráticas em todo o país e foram chamados também a preencher o vazio criado pelo desmoronamento do aparelho administrativo colonial”, disse o ex-ministro que considera ainda que os mesmos deram efeito para as tarefas que enumerou, de mobilização e organização da população, para a defesa e vigilância popular, produção colectiva e comércio através de cooperativas, alfabetização, educação de adultos, campanhas de vacinação, limpeza, saneamento do meio, resolução dos conflitos sociais, incluindo até administração da justiça nos bairros.
Chichava disse ainda, de entre outras questões inerentes à administração dos bairros, que estas estruturas, os GD´s contribuíram para a mobilização e organização das populações bem como a transformação dos bairros existentes em comunais.
“Os Grupos Dinamizadores dinamizaram o movimento cooperativo, fizeram a preparação das populações para as acções de vigilância e defesa popular, na organização e controlo do novo sistema de abastecimento, funcionaram no funcionamento dos tribunais comunitários e também para na operação produção” concluiu.
(Alexandre Luís) -CANAL DE MOÇAMBIQUE - 26.06.2009

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