sábado, 10 de novembro de 2012

Jornal de Angola lança campanha difamatória contra Almirante Miau

Em: http://club-k.net/index.php?option=com_content&view=article&id=13543:jornal-de-angola-lanca-campanha-difamatoria-contra-almirante-miau&catid=17:opiniao&Itemid=124

Luanda - A coligação CASA-CE tem um vice-presidente que é falso advogado. Ao fazer-se passar pelo que não é, prejudicou os clientes mas também os verdadeiros advogados. E sobretudo deu uma machadada na credibilidade do sistema de Justiça, precisamente num momento em que os operadores judiciais fazem tudo para garantir a independência dos Tribunais e a celeridade processual, para que não exista excesso de prisão preventiva e os longos anos à espera de um julgamento ou de uma sentença não sejam uma pena acessória.

Fonte: Jornal de Angola
Sobre o falso advogado nada vou dizer porque não quero dar demasiada importância a um caso de polícia. Mas quero criticar outro vice-presidente da CASA-CE, o almirante Miau, pelo seu silêncio ensurdecedor sobre esta situação. Quando os políticos se arrogam o direito de julgar os outros, substituindo os Tribunais e os verdadeiros juízes, dão de si próprios uma imagem degradante que não se coaduna com os princípios do Estado Democrático e de Direito. O justicialismo é um abuso que fica mal a todos os que o praticam, sejam políticos ou magistrados.


André Mendes de Carvalho fez uma carreira às costas do partido que hoje ataca com azedume e mal disfarçado ódio. Costuma dizer-se que quando o sapateiro quer subir além da chinela, está o caldo entornado.

O almirante na reserva Miau pelos vistos ainda queria mais do que lhe foi prodigamente oferecido pelos seus antigos camaradas. E como não viu satisfeitas as suas ambições, optou pela dissidência e assim compõe o seu pecúlio como deputado.

O dissidente teve uma falsa partida quando disse que a providência divina salvou Abel Chivukuvuku da morte, em 1992, porque Deus tinha reservado para ele o cargo de presidente. O senhor almirante sabe que Chivukuvuku, então dirigente da UNITA, protagonizou um golpe de estado que fracassou. E na fuga foi capturado por populares. Elementos das FAA salvaram-no do linchamento e os médicos do Hospital Militar trataram-lhe os ferimentos. Deus nada teve a ver com este salvamento com o qual todos nos devemos regozijar porque a morte é a definitiva tragédia.

Mas também é trágico que André Mendes de Carvalho guarde um silêncio tumular sobre as peripécias do seu colega vice-presidente da CASA-CE. O justicialista meteu a viola no saco e escondeu o rabo entre as pernas. O moralista deixou a moral a pastar nas ruas da amargura.
O deputado eleito Bento Kangamba foi denunciado pelo moralista vice-presidente da CASA-CE como estando a incorrer em ilegalidade porque apesar de condenado a prisão maior, concorreu a deputado nas listas do MPLA. O tempo veio provar que não há ilegalidade nenhuma e o senhor deputado Miau perdeu uma excelente oportunidade para estar calado. Mas falou pelos cotovelos. Agora que devia berrar, vociferar, rasgar as vestes, fica em silêncio.

André Mendes de Carvalho sentia-se incomodado no Parlamento, partilhando aquele espaço nobre com um colega condenado. Guardião da moral e dos bons costumes, falou grosso ao denunciar aquilo que lhe pareceu uma imoralidade e mais do que isso: uma ilegalidade.

Bento Kangamba não perdeu tempo e suspendeu o mandato. Não tinha que fazê-lo, mas para não alimentar falatórios e campanhas maldosas contra ele e a sua família, optou por esse caminho. Pelo menos mostrou que é uma pessoa de bem.

O almirante Miau saiu do MPLA porque achou que no partido que lhe deu tudo, não podia continuar já que os seus princípios estavam a ser espezinhados pelos seus camaradas. Fundou a CASA-CE e aceitou ser vice-presidente da coligação, ao lado de um indivíduo que espezinha semanalmente o código ético e deontológico dos jornalistas. Alguém que usa a difamação e a intriga como armas de arremesso contra as suas vítimas. Fiquei espantado mas dei-lhe o benefício da dúvida. Afinal, um almirante que se preza, não lê um pasquim infecto.

Mas afinal o seu consentimento tem tudo de cumplicidade. Ele sabe quem é o seu colega vice-presidente. E se não tem para com ele os mesmos escrúpulos que teve para com um deputado de outro partido, é porque não tem escrúpulos nenhuns e apenas é movido pelo oportunismo e pela ambição.

Um político que se acha o guardião da moral pública e fica em silêncio quando lhe cai no muzongué um falso advogado, não passa de uma personagem de opereta, que não olha a meios nem a palcos para tratar da vidinha.

Se estou enganado, peço antecipadamente desculpas e dou a mão e o corpo todo à palmatória. Mas só há uma maneira de saber do meu engano: é André Mendes de Carvalho demitir-se imediatamente da coligação ou exigir que o seu colega falso advogado seja demitido. Não há terceira via, nem com a ajuda da providência divina. Um político que protagoniza um caso de polícia, como se fosse um candongueiro que encurta as rotas e cobra o dobro nos percursos, não pode ser vice-presidente nem de casa dele. E um dirigente partidário que aceita esta situação perde toda a credibilidade.

O almirante tem uma desculpa: até agora, o seu presidente providencial, também está em silêncio, à espera que a divina providência o oriente em tão difícil momento. Casas que começam pelo telhado, nunca se aguentam em pé. E quando os políticos deixam de servir a política para se servirem dela, o resultado é sempre trágico.Os partidos instantâneos ou prontos a servir, sem bases de apoio nem programas, acabam por servir apenas para garantir privilégios e desnatar dinheiros públicos. O Estado Angolano é grande e anda há muitos anos a alimentar quem não tem moral.

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