sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Haverá falta de vinho no mundo?: Voz da Rússia

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RIA Novosti

A seca deste verão não permitiu uma boa colheita de uvas na Europa. Em França, as empresas vinícolas e associações de vinicultura apontam para uma hipótese de encarecimento de todos os tipos da bebida preferida dos franceses.

Entretanto, a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), evidentemente apreensiva, dá conta de reduções na produção mundial do vinho. Os observadores da Voz da Rússia efetuaram um inquérito a vários peritos estrangeiros, que alertam para um autêntico perigo de carência generalizada desta bebida.
Nas palavras do diretor-geral da OIV, Federico Casteluccio, a situação na vinicultura mundial nunca foi tão desastrosa desde 1975. Na França, a colheita deste ano foi muito má, 20% inferior à de 2011. Daí o encarecimento deste produto no mercado de consumo, anunciou um perito da Confederação de Cooperativas - CCVF.
Enquanto isso, o diretor do Centro de Pesquisas do Mercado Federal e Regional de Bebidas Alcoólicas, Vadim Drobiz, assinalou que, nos últimos 10-12 anos, o consumo mundial de vinho evidenciou uma brusca redução. Por outro lado, os vinicultores se defrontaram com problemas de produção excessiva. Assim, as empresas do ramo contam com grandes reservas de vinho não consumido, ressaltou Drobiz igualmente entrevistado pela Voz da Rússia.
"Para recompensar, pelo menos em parte, os prejuízos sofridos nos últimos 10 anos, surgirão muitos ânimos pessimistas e até histéricos quanto à falta de vinho e de matéria-prima, o que, com efeito, provocará um aumento dos preços."
Todavia, nem todos os vinicultores consideram a situação catastrófica. Tristan Cressman, diretor de empresa vinícola Château Latour-Martilla também se referiu à seca, mas acabou por revelar um otimismo moderado.
"Este ano, congratulamo-nos com o vinho fabricado, embora alguns tipos de vinho estejam em vias de amadurecer. Nós encaramos o futuro com otimismo, sobretudo, no que concerne ao vinho seco branco e tinto. Os preços de varejo serão competitivos e razoáveis, pelo que o mercado resolve tudo."
Os concorrentes também "não dormem". Na Itália, a atual colheita diminuiu em apenas 3%, um indicador suficiente para conquistar a primeira posição na produção mundial de vinho.
No que respeita à competitividade, no Novo Mundo os vinicultores não dão o braço a torcer, inventando seu próprio know-how. Iris Boenninger, diretora comercial da empresa ProChile, em contato à Voz da Rússia acentuou o seguinte.
"Apesar de temperaturas anormais, registradas este Verão, as empresas latino-americanas não ficaram muito prejudicadas. Ao contrário da Europa, alargamos as áreas de vinhas, podendo as exportações para os países comunitários ser incrementadas. A situação no mercado tem sido favorável."
Mas até hoje a Itália, França e Espanha mantêm a liderança no mercado de produção e comercialização de vinho. Em paralelo, vem crescendo a popularidade do vinho importado da América Latina, sem bem que os países desse continente ocupem menos de um terço do mercado das exportações. Recorde-se que há 30 anos este indicador era de apenas 1%.

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