sábado, 10 de novembro de 2012

Fundos Soberanos versus William Tonet, quem gera maior preocupação? - Nelo de Carvalho

Em: http://club-k.net/index.php?option=com_content&view=article&id=13544:fundos-soberanos-versus-william-tonet-quem-gera-maior-preocupacao-nelo-de-carvalho&catid=17:opiniao&Itemid=124

Brasil - Na língua portuguesa os verbos que indicam intenção, declaração de vontade, geralmente o sujeito é o infinitivo, exemplo, “ Intenta-se fazer grandes coisas”, “Pretende-se reerguer as colunas” (ver Napoleão Mendes de Almeida, Gramática Metódica da Língua Portuguesa, Editora Saraiva).

Fonte: blogdonelodecarvalho.blogspot.com

O que é belo e grandioso na língua portuguesa na política pode ser um desastre.

Mas em Angola certas coisas acontecem de tal forma que a política como ciência e as suas irmãs de aparências semelhante não conseguem explicar os absurdos com que o atual reinado de Sua Excelência, o Presidente da República, e a corte presunçosa que rodeia o mesmo, têm nos habituados. Sorte que nossos corações resistem a todos os sustos, até parece que geneticamente estamos preparados para todos os tipos de ousadia, daqueles que nesta vida só se prepararam para zombarem de uma nação de gente infeliz.
A arrogância de quem está no poder chegou à conclusão que agora o cidadão, com o seu senso de inteligência banalizado, deve se encarregar de flexionar e torcer, literalmente, em favor daqueles que com suas sutilezas e bondades, nos habituaram com estas a fingir que até suas maldades existem para o bem da nação. Exigem dos cidadãos esse tipo de esforço diabólico. Crer e acreditar no que está aí. Na mentira, no escarnio, na zombeteira e no grande fantasma de que “Angola é o país de todos”. É a flexão que você tem que fazer, amigo cidadão, quando se quer impor a maldade, ou mesmo, quando ela já foi imposta. E a burrice institucionalizada vem em cima de você, no melhor dos discurso do Comissário Político, herdado nos antigos Cires ( Centros de Instruções Revolucionária): “mas camarada você não entende que o nosso Presidente-Líder está trabalhando para isso e o partido está mobilizado para isso”. Como se as boas vontades e a distorção dos mesmos, para bem ou para mal em todas as direções e sentidos, por todos, fossem mais do que suficientes para se construir um país.
É como na Gramática Portuguesa, na sua elegância indiscutível, você tem as regras gerais que alegremente no início da página que possa te interessar os olhos brilham por mais um princípio geral que enterrará sua ignorância. Mas você descobre que a felicidade daquela “descoberta” dura pouco, porque nossa ciência -essa aqui a discutida- trás nela a mania das exceções.
Assim, também precisamos aprender a flexionar às más e boas intenções do camarada Presidente e a quadrilha de salvadores da pátria, sempre bem intencionados, que rodeiam o mesmo. E ai de quem não conseguir flexionar a vontade do Grande Líder. Estarão na pele de toda escória social que esse país já produziu: Advogados falsários, traidores da pátria e noutro hora uns foram até acusados de canibalismo selvagem.
Vamos explicar. O bom entendimento de quem está aqui em baixo é pedido como um ato de gratidão que a nação deve ter com aqueles que estão no poder. -Gente?! Não seria o contrário?
A pergunta é, que vem do segundo período do parágrafo anterior, a troco de quê? Por que teríamos está obrigação de sermos tão compreensíveis e até mesmo educados com aqueles que banalizam o nosso senso de racionalidade? Diante dessa gente, para quem não sabe, somos um bando de piolhos que vivemos para invejá-los dos êxitos e dos sucessos que a providência destinou a cada um deles.
Aqueles que acreditam que suas obrigações públicas nada têm a ver com o prestar de contas à sociedade, por que acreditam que os milhões de eleitores podem ser tão compreensíveis com os atos Administrativos de um Presidente da República? Que na calada da noite, quando menos a opinião pública –se para este existe alguma opinião pública que temer- foi informada de que os Fundos Soberanos da Nação seriam entregues ao sobrinho e ao filho de Sua Excelência o Camarada Presidente.
Para a Língua Portuguesa aquela anomalia pode ser consistente e válida. Já que a Gramática tem regras totalmente diferente dos princípios que deveriam reger uma Democracia, de preferência com a letra D maiúscula. Tenho quase a certeza que por motivos gramaticais a história não registra guerras sangrentas entre povos e nações, golpes de estado, guerras civis, ditaduras e falta de liberdades causadas por desiquilíbrios gramaticais. Geralmente pede-se um esforço ao cidadão, que esse estude mais, numa determinada época, num determinado local e região ou país, mesmo sendo uma colônia. E, finalmente, quem quiser acaba entendendo que o aprendizado da Gramática ou de qualquer outra ciência é necessário para o evoluir da nação.
E os Atos do Camarada Presidente, um homem cantado por todos como um grande sábio, clarividente –pessoalmente eu estou fora deste tipo de crença, não acredito nem em Deus, porque iria acreditar nele?
Como entender um ato que beira a nepotismo, a infantilismo, a mediocridade e desrespeito a milhões de Angolanos?
Advogados como Wiliam Tonet, por exemplo, precisam de experiência, fazer estágios, provar na verdade, a quatro ventos, que são Advogados de verdade para exercerem suas profissões. E, ainda assim, uma quadrilha batizada pela máfia e alçados a funcionários públicos de um Estado e Governo corrupto, que só vem perdendo legitimidade, bem ou mal intencionados, tentam provar ao contrário, que o mesmo não é advogado. Para isso contam com ajuda patriótica do meio de informação que a República de Angola tem como o meio mais imparcial, o grandioso e venerado Jornal de Angola. Tantas verdades li nesse Jornal, eu com dez ou nove anos de idade na época, que ainda hoje recordo como se fosse ontem os corações de crianças fotografadas no mesmo que a FNLA de Holdem Roberto comia.
Ao crermos neste Jornal assim como nos nossos funcionários públicos, imaginamos que eles devem estar preocupados com o cidadão angolano; assim estariam bem posicionados na historia atual e recente do país, se há semanas atrás tentassem explicar a toda população angolana, qual o critério seguido pelo Camarada Presidente, pelo Governo Angolano, pelo MPLA e pelo Bureau político deste partido –repito; qual o critério seguido para que Zénu dos Santos e Companhia fossem escolhidos ( porque nem eleitos foram) para que dirigissem os Fundos Soberanos? Entendo eu que uma eleição deve ser feita de forma colegiada, ou seja, ao menos, por duas ou mais pessoas. Neste texto estou a querer dizer que o sujeito privilegiado foi escolhido a dedo, como só Deus ao lado de nós infelizes mortais sabe fazer.
Digamos que Wiliam Tonet seja um Advogado falso ( um falso Advogado) –pessoalmente eu não ponho a mão no fogo por ele e muito menos pela turma de espantalhos e denunciadores que aí aparecem fazendo tais denúncias cívicas. Sendo assim, qual prejuízo o mesmo poderia trazer a nação? A “coisa” no qual Wiliam Tonet se apresenta como escudeiro é até certo ponto de interesse individual. Ou seja, não precisamos fazer aqui tanto esforço para chegar à conclusão que aquela “coisa” que está em mãos de um “falso Advogado” é a integridade de um sujeito que o governo considera como bandido: assassino ou ladrão. Mesmo sendo em termos cívico e humano algo importante para uma sociedade civilizada, já que o que está em causa é a vida de um homem que poderá ser mal defendido diante da justiça.
Vendo a coisa do lado patrimonial existe algo que mais interesse social desperta do que a integridade de um ladrão ou de um assassino, que andou sendo a tropa de mafiosos que compõem a elite corrupta do país. São os cinco bilhões que constituem o recente Fundo Soberano que muito bem poderiam ser bem protegidos e finalmente investidos, não só para melhorar a vida de milhões de pessoas, mas incluso, com certeza, salvar a vida milhares de crianças, de mulheres, em diferentes hospitais do país. Aquelas morrendo de diarreias e estas de todos os tipos de doenças que poderiam ser evitadas e como consequência cuidar melhor de suas famílias.
Se for verdade que William Tonet é um falso Advogado e o governo assim como o estado angolano têm interesse em proteger a vida de um cidadão desprotegido diante da justiça; então que esse Estado prove primeiro que William Tonet é um falso Advogado; e, finalmente, deve prendê-lo diante das provas apresentadas a todos: aos tribunais e à sociedade civil.
Por outro lado, seria mais heroico e de imensos serviços à pátria para a Promotoria e a Ordem dos Advogados de Angola interessarem por aquilo que é de todos, ou, ao menos, de igual forma terem o mesmo interesse de investigar as coisas que acontecem lá na Cidade Alta. No Palácio que já tem fama de ser o bordel da corrupção. Investigarem os Fundos Soberanos que agora estão em mãos de pessoas que se enriqueceram diante de todos os tipos de suspeitas e acusações de corrupção.
Outra pergunta que não cala: por quê que acusações de bandidismo e corrupção para uns, sempre, o povo deverá acreditar; enquanto para outros são sempre ignoradas e fundamentadas como produto da calunia e de pessoas que querem desestabilizar o país.
Também chegou a hora de uma tal publicação Angolana, “Jornal Independente”, sempre elogiando os atos da corte e do monarca, dar a sua versão, desde que não seja a costumeira, aquela que a bajulação nos habituou. Dispensamos esta.
Nelo de Carvalho
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