terça-feira, 13 de novembro de 2012

Empresas privadas irão desenvolver armas nucleares: Voz da Rússia

13.11.2012, 11:48
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RIA Novosti

O vice-primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Rogozin propôs segunda-feira que empresas privadas participem no desenvolvimento de armas nucleares russas. Trata-se de produção da base de componentes eletrônicos e de novos materiais.

Na opinião de Rogozin, a presença do capital privado no setor militar-industrial deve ser aumentada em um terço. Tal elevará a concorrência no ramo, o que, sem dúvida, influirá positivamente em seu desenvolvimento, consideram peritos.
Segundo ressalta o governo russo, não se fala de acesso de empresas privadas à produção de armas estratégicas. Os peritos entrevistados pela Voz da Rússia concordam com o vice-primeiro-russo, destacando que esta esfera deve ser controlada completamente pelo Estado. É possível uma cooperação na etapa de projeção que deve ser bastante profunda, incluindo até 400 companhias, aponta Dmitri Rogozin. Ao mesmo tempo que atualmente mais de 1300 empresas trabalham para a defesa.
Por enquanto foi feita apenas uma proposta, mas a perspetiva de acesso é real e justificada, considera o diretor do Centro de Conjuntura Estratégica, Ivan Konovalov:
“Há muito que tal decisão deveria ser tomada. É necessário atrair novas forças: assim é a estrutura da produção contemporânea e do mercado. Nos Estados Unidos, por exemplo, é muito ampla a participação de empresas privadas que são controladas pelo Estado. Naturalmente, é necessário organizar um forte controle, porque a esfera é muito sensível”.
O próprio vice-primeiro-ministro também fala de controle e de segurança. Nas palavras de Rogozin, para trabalhar no setor da defesa, as empresas privadas devem obter necessárias autorizações e passar por uma série de inspeções. Mas, em geral, Rogozin não vê grandes problemas nesta questão. Os problemas, na opinião de peritos, podem surgir dentro do ministério, onde ainda existe um lobby contra empresas privadas, tanto mais que se trata de uma esfera tão sensível como forças nucleares. Contudo, o ramo irá degradar sem mudanças objetivamente necessárias, o que não depende tanto da qualidade da produção, aponta o analista militar Igor Khokhlov:
“Ainda nos tempos soviéticos, grandes gabinetes de projeção monopolizaram praticamente tais setores como forças nucleares estratégicas e construção de aviões, não podendo, frequentemente, produzir artigos por um preço razoável. Naquela altura, todos orientavam-se exclusivamente aos resultados e o preço nem se discutia. Mas no mercado deve haver concorrência. Esta é uma atitude justa que permitirá resolver muitos problemas de engenharia e melhorará consideravelmente o custo e os prazos de projeção”.
Não se fala de acesso de companhias estrangeiras ao desenvolvimento de armas nucleares, destacam os peritos. Por outro lado, o alargamento do número de projetistas permitirá formar na Rússia um ciclo completo de funcionamento das forças estratégicas nucleares, aponta Igor Khokhlov:
“Uma parte considerável das empresas soviéticas de construção de mísseis encontrava-se no território da Ucrânia. Atualmente, Kiev avança rumo à OTAN e não coopera dinamicamente com a Rússia na manutenção dos mísseis produzidos anteriormente. É necessário que toda a produção se concentre na Rússia. Ao mesmo tempo, não se pode admitir o monopólio de dois gabinetes de projeção. Em tais condições, o Estado pode transformar-se num refém de engenheiros que resolvam ou não resolvam tarefas técnicas. O escudo nuclear de nova geração da Rússia deve ter um nível técnico absolutamente diferente, considerando sobretudo que hoje os Estados Unidos trabalham intensamente na área da defesa antimísseis”.
No momento atual, o Gabinete de Projeção Makeev e o Instituto de Termotécnica de Moscou respondem pela elaboração de armamentos estratégicos. A primeira empresa dedica-se à projeção de mísseis navais, a segunda desenvolve mísseis de combustível sólido, inclusive para os sistemas Topol-M. Os peritos destacam que o acesso de companhias privadas ao setor da defesa será gradual e efetuado através de licitações.

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