segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Das exigências de Dhlakama ao clientelismo académico (1)

 


SR. DIRECTOR!
Sou eternamente grato, por V.Excia ser gentil em mandar publicar esta carta, na página que se reserva aos estimados leitores. Caros leitores, permitam que partilhe com vossas sensibilidades, o assunto que nos últimos dias tem estado a inquietar os moçambicanos do Indico ao Zumbo.
Maputo, Terça-Feira, 6 de Novembro de 2012:: Notícias


Moçambique é um país pobre, que possui no caderno de registo de sua história, as guerras que o tornaram mais pobre ainda. A dominação colonial portuguesa foi dos grandes martírios que os moçambicanos viveram.
Moçambicanos, sem destinação de sexo, cor, religião eram todos massacrados, humilhados, torturados e vigarizados em sua própria terra pelos colonizadores, que em si nada pretendiam a não ser que fossem seus eternos escravos.
Eduardo Chivambo Mondlane foi um líder que não descansou enquanto seu povo vivesse sofrimento para Mondlane, o fim do colonialismo em Moçambique era dos seus, o mais nobre sonho por realizar.
Mondlane, dotado de invejáveis conhecimentos, fez perceber aos moçambicanos, que divididos, jamais teriam a dominação e exploração colonial fora das fronteiras.
Venceu Mondlane, venceram os moçambicanos por terem alcançado a primeira vitória, a unidade. Unidade que fortificou os moçambicanos. Nasceu a FRELIMO, Frente de Libertação de Moçambique, movimento único para libertar a terra e o homem do jugo colonial, Desenvolveu-se a luta em várias frentes e regiões do país.
Os colonos, apercebendo-se da grande riqueza que Mondlane significava para os moçambicanos, traçaram planos e o assassinaram. Mataram Mondlane. Os moçambicanos unidos, choraram a morte de seu líder e fortificaram mais e, sempre mais, a unidade. Sob liderança do presidente Samora Moisés Machel, cuja memória gloriosa reside nos corações dos moçambicanos, a luta continuou. Vencemos o colonialismo aqui em Moçambique, aqui. Alcançamos a Independência Nacional, com a proclamação a 25 de Junho de 1975, data esta, registada de forma indelével nos corações dos moçambicanos.
Moçambicanos, sempre alinhados pela veia da unidade, reergueram-se e iniciaram com a construção de um Moçambique novo que servisse a moçambicanos. Mais uma vez, o povo viu seus sonhos sendo interrompidos, através da activação de armas protagonizada por um grupo de moçambicanos que diziam resistentes a um país novo que se havia iniciado a construir. Muitos moçambicanos foram barbaramente assassinados, pelo regime que se dizia contra o desenvolvimento do país.
Crianças, mulheres, jovens, idosos, não houvesse quem escapasse, eram mutilados e enterrados vivos por seus próprios compatriotas que nunca e a ninguém souberam explicar que motivação os fazia substituir o regime Salazar.
Hospitais, igrejas, escolas, estabelecimentos comerciais, vias de acesso e de comunicação, ficaram completamente destruídos, aliás, até aos dias que nos correm são visíveis as marcas daquela guerra que desestabilizou o país.
Muito sangue ficou derramado nas matas e até mesmo nas estradas. Moçambicanos não podiam fazer movimentos livres de deslocação de uma província a outra, ou de uma região a outra. Viaturas eram incendiadas juntamente com ocupantes, ninguém escapava.
A FRELIMO, sempre unida, procurou exercer sua digna tarefa, defender o povo moçambicano, que no seu ver, não havia razões para que as armas tirassem vidas ao povo. Procurou encontrar espaço para que o diálogo estivesse por cima de todas as diferenças. Em 1992, nasceu o calar das armas, através do entendimento. Para a FRELIMO, o vencer a guerra não seria com mais tiros ou ataques àqueles compatriotas, iguais a todos, pois para si, todos os moçambicanos tem direito a vida e de serem ouvidos, quando possuem contribuições para o bem da Nação.
Aquele calar das armas foi precedido de vários encontros entre o governo da FRELIMO, que representava os interesses do povo e a Renamo que apresentava as condições para que parasse com os ataques ao desenvolvimento.
  • Razaque Manhique

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