terça-feira, 13 de novembro de 2012

CPLP desvaloriza ameaças da Renamo para "destruir" Moçambique

   

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) desvalorizou hoje as declarações do líder do principal partido da oposição em Moçambique (Renamo), que, na segunda-feira, ameaçou "destruir" o país.

À saída de uma audiência com o Presidente da República, Cavaco Silva, hoje, em Belém, o secretário-executivo da CPLP, Murade Murargy, de nacionalidade moçambicana, desvalorizou as "declarações gratuitas" do líder da Resistência Nacional Moçambique (Renamo), Afonso Dhlakama, que, numa entrevista à agência AFP divulgada na segunda-feira, ameaçou voltar a recorrer à violência, se o Governo de Maputo não responder às suas exigências: partilha da riqueza e reforma do sistema eleitoral.
Aos jornalistas, Murade Murargy recordou que Afonso Dhlakama "faz ameaças constantemente" e "há 20 anos que vem dizendo que atacará amanhã".
Mas, "enquanto não houver uma ação concreta de distúrbio da ordem pública" - e Murargy disse não acreditar que tal venha a acontecer -, as declarações do líder da Renamo "não preocupam a CPLP, nem o Governo de Moçambique".
Líder da guerrilha que lutou, entre 1977 e 1992, na guerra civil contra o Governo da Frelimo, que causou um milhão de mortos, Afonso Dhlakama, que, há 20 anos, assinou o acordo de paz que pôs fim ao conflito, disse à AFP: "Estou a treinar os meus homens e, se for necessário, sairemos daqui para destruir Moçambique."
Já a 02 de novembro, em entrevista à agência Lusa, Afonso Dhlakama se tinha queixado de "injustiças e humilhações", desde que foi assinado o Acordo Geral de Paz para Moçambique, a 04 de outubro de 1992, em Roma.
Sob a égide da Comunidade de Sant`Egídio, o acordo pôs termo a 16 anos de guerra civil entre a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), introduzindo um sistema multipartidário no país.

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