terça-feira, 20 de novembro de 2012

Contra Uma Cidadania Irresponsável - Debate (4)

 
 
 
Edgar Kamikaze Barroso Amigos, eu não sei ao certo... Creio que estão aqui a INFLACIONAR EXPECTATIVAS em torno de como a juventude moçambicana se deve apropriar dos destinos do seu país.

Vou me explicar: não nos podem exigir, de modo algum, que sejamos homogéneos na assump
ção, debate ou interpretação do país e das suas vicissitudes. É caricato exigir que a Fausia, a Quitéria, o Edgar ou qualquer um dos "emocionados" que comentaram aqui tenham a mesma competência no debate que um Prof. Elísio ou Severino Nguenha, por exemplo... Temos experiências de socialização, educação e/ou de instrução distintas e, por isso, incomparáveis. O Prof. Elísio, por exemplo e quando tinha a nossa idade, não teve "gendarmes intelectuais" a policiarem o seu desenvolvimento interventivo. Ou teve?

Não exijam mais do que cada um de nós podemos dar. Somos todos um processo e o que já fazemos é largamente positivo e louvável, comparado com o que grande parte da nossa juventude se encontra, um pouco por todo este país.

É aquilo que o outro disse, um dia: ninguém sabe, pensa ou age melhor do que o outro, se não estiverem em igualdade de circunstâncias... Sempre existirá o que estará adiantado em relação ao outro, mas apenas por ter chegado à "ciência" primeiro. Mas esse é outro debate.
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    Livre Pensador E contracto social sr. Elisio Macamo? E as promessas eleitorais? Sao para se deitar fora? Por vezes, nao e preciso ler Nietzsche para se perceber o obvio. V.Excia com as suas intervencoes muito contundentes contra manifestacoes fora da elite do poder e muito macarronicas quando se tratam de factos do poder, nao favore o debate que tanto deseja. Diga-me um coisa. Se a qualidade daquelas bancadas da AR fosse apreciavel haveria necessidade de um Parlamento Juvenil? Pense nisso.

  • Gabriel Muthisse amigo Edgar, nao percebo este teu ultimo comentario. Estaa a sugerir que, se os estatutos de uma organizacao da sociedade nao o prevee, noos os representados, nao temos o direito de nos incomodarmos com a falta de democracia interna desses organismos? Estaa a sugerir que, se os estatutos nao o preveem, nao temos porque nos incomodar com a falta de transparencia? Estaa a sugerir que nao precisamos de nos preocupar com as fontes de financiamento de uma organizacao muito vocal, que faz seminarios libertadores por todas as provincias do paiis? Estaa a sugerir que os salaries de lideres de organizacoes da sociedade civil que dizem pugnar pela probidade dos orgaos publicos nao ee assunto das pessoas k esses chefes querem libertar da opressao? E que, a coberto dos seus estatutos, essas organizacoes podem se manter quao hermeticas e quao antidemocraticas quanto queiram!? E, que, mesmo assim, temos k manter a nossa fe na boa vontade desses individuos e organizacoes em favor das massas desafortunadas!? Quando tinha dezoito anos acreditava em individuos k iam fazer a felicidade da humanidade, amigo Edgar. Agora acredito mais naqueles que me dizem: "lute pela tua proxima felicidade, dentro de um contexto geral que o Estado cria". As organizacoes de boa vontade, os lideres que querem o meu apoio devem me convencer com transparencia, com verdade e com o acto de, peridicamente, item buscar legitimidade nas bases que dizem representar.

  • Livre Pensador Egidio Guilherme Vaz Raposo o que fragiliza os povos e o pensamento monolitico, mentes emboscadas e vozes autorizadas. Isso e que cria os estereotipos, alimenta as vaidades e o servilismo que presta um mau servico a nacao. Por isso, que hajam mais, muitos mais a emitir sua opiniao. Somente os melhores prevalecerao.

  • Gabriel Muthisse Para mim vossa senhoria nao existe e nunca existiu, caro Livre Pensador(sic!). Estamos conversao! Ja se due conta k sempre ee corrido dos grupos de debate? Estou seguro que brevemente seraa tambem escorracado do Marcacao Cerrada. Devidos aos seus ares de pequeno soba. Felizmente nao tem como me aborrecer!

  • Livre Pensador Oica o seu papo de estrebaria cheira a peixe podre. Acho que e um especialista no assunto. O problema e que gosto de carne...

  • Gabriel Muthisse Edgar, na decada 80, quando Elisio Macamo estava no Instituto de Linguas havia policiamento do pensamento ou nao? A geracao a k Elisio pertence nao tinha blogs, nao tinha face books, apenas tinha acesso ao noticias, creio k dirigido por Mia Couto, ao Domingo e aa Tempo. Nao tinha television por satelite... Creia-me meu grande amigo, para pessoas como Severino ou Elisio desenvolverem espirito critico foi uma obra! Eu penso que se nos abrirmos para o debate (como o fazemos aqui neste teu post), debatendo argumentos a nao atacando o mensageiro, Mocambique pode ser melhor. Eu posso descordar do Elisio sem lhe chamar lambebotas e sem sugerir que escreveu por encomendas. Faco isso atraves do exame desapaixonado dos seus argumentos e atraves de uma colocacao competente dos meus proprios. No mais estrito respeito pela diferenca.

  • Gabriel Muthisse O seu papo cheira muito bem, Livre Pensador! Estaa contente?

  • Brazao Catopola Complicado se posicionar perante esse artigo, procurarei amanha, mas uma coisa digo, concordo consigo em parte. há ONG's que meu Deus, sao grandes empresas

  • Estevao Mabjaia Excuso-me de rebater o comentario de Magodana. Ate porque, sendo falivel, posso mesmo ser um desses com "mentes pobres em democracia e participacao politica". Barroso, (1) livre ee de citar o que apetece e interessa. Mas penso que pecou sim na forma como citou (Macamo diz, e bem que devia, por exemplo, ter sublinhado que a enfase na citacao ee sua, nao do original). Se calhar isto ee menos importante. (2) Vejo que tua indignacao nao parece ter a ver com a critica que Macamo faz ao que considera cidadania irresponsavel, mas com o facto de ter referido (no conteudo e talvez mais importante na forma) ao PJ, que a seu ver, talvez esteja acima de qualquer critica (sublinho o ultimo TALVEZ). Esta ee a leitura que faco apos ler seu post e o texto de Macamo (leitura na forma e conteudo). Mas isto de leituras pode ter destas coisas - deixar-nos convencidos que entendemos muito bem o que lemos enquanto provavelmente nao. Bandeira branca se estou equivocado na interpretacao sua (Barroso) como de Macamo.

  • José Belmiro Ilustre professor Elisio Macamo quero sou acima de tudo um admirador seu mas deixe que lhe diga que o seu texto foi muito infeliz. Creio que as fontes que consultou para escrever o seu texto deturparam a realidade dos factos na medida em que toda a sua elaboração visa provar o seguinte: 1-Que o Parlamento Juvenil é uma organização feita por jovens ambiciosas que exportam os problemas de Moçambique para ganhar dinheiro; 2-Que o parlamento juvenil não tem obra nenhuma. É uma instituição que não serve o país mas uma dúzia de pessoas interessadas em ser agentes do "inimigo". Ora, tenho acompanhado as actividades desta associação e posso afirmar categoricamente que ESTÁ ERRADO! A título de exemplo Parlamento Juvenil vai organizar UMA CONFERÊNCIA AFRICANA DA JUVENTUDE QUE VAI CONTAR COM A PRESENÇA DE PELO MENOS QUATRO ANTIGOS CHEFES DE ESTADO AFRICANOS. Não vai dizer o Dr Macamo que estes antigos presidentes escolhidos a dedo pela organização por terem sido um exemplo de boa governação estão TAMBÉM A CAÇA DO DINHEIRO DOS DOADORES? O que move estas respeitadas lideranças virem a Maputo dialogar com os jovens? Dinheiro? Por outro lado professor, eu já estive com estas organização e posso lhe dizer categoricamente que o PJ é um GRANDE movimento juvenil. Debate nos distritos. Chama os governantes locais para um diálogo com a juventude. A liderança não vai ao Distrito dar uma volta e pedir recibos de alojamento correspondentes a várias semanas...os exemplos são tantos que face a sua ausencia prolongada do país compreendo que não esteja devidamente informado. Apelo aqui a Quiteria Anicia Fernandes Guirengane para convidar o Doutor Elisio para a conferência africana assim poderá deixar ficar o seu nobre contributo em prol de uma juventude consciente do seu papel histórico. Um abraço ilustre

  • José Belmiro Dr. Macamo acredite: Moçambique para o nosso orgulho ainda existem jovens com CAUSAS. Conheço centenas de jovens pelo país que gastam o seu dinheiro do bolso para participar em acções do PJ. O PJ não é uma instituição faustosa e cheia de dinheiro como se propala por ai. Esta organização começou do zero. Não tinha instalações para funcionar e graças a Dra Alice Mabota funcionaram durante anos NUM PEQUENO ESPAÇO CEDIDO PELA LIGA DOS DIREITOS HUMANOS. Com pessoal jovem e SEM SALÁRIOS. acredito nos jovens do Parlamento Juvenil. Tudo que tem hoje é graças ao seu trabalho visivel e notável (pelo menos para que acompanha a realidade moçambicana de perto).

  • Elisio Macamo caro edgar k. barroso, também sou de opinião que é livre de citar o que bem entender. contudo, ao destacar essa passagem e sem prestar a devida atenção ao contexto de todo o argumento acabou, em minha opinião, manipulando a opinião. compreendo que a sua preocupação fosse o que escrevi sobre o parlamento juvenil (tenho a certeza que depois desta minha crítica essa organização vai ter mais cuidado nos seus pronunciamentos sobre este tipo de coisas; com isso não quero dizer que não vai criticar; mas vai de certeza pesar melhor o alcance do seu posicionamento). mas arrancar coisas dos seus contextos produz este tipo de deturpações. e repito: infelizmente, esta é a nossa cultura de debate. é suficiente uma frase arrancada do contexto para alguém formar uma opinião. e repito de novo: aos outros que estão a acompanhar esta discussão, sigam o exemplo de estevão mabjaia. é desse tipo de atitude crítica que o país, em minha opinião, precisa. o essencial do meu artigo é a cultura cívica e a nossa responsabilidade na sua promoção. achei (e continuo a achar) o comunicado do parlamento juvenil irresponsável do ponto de vista cívico. continuo também a pensar que ele seja sintomático dum problema bem maior que é esta externalização oportunista dos nossos problemas. com isso não disse que o parlamento juvenil fosse uma organização irresponsável, mas esse é o tipo de leitura que a análise fora do contexto estimula. quanto à pergunta sobre a luta anti-colonial estamos perante um problema complicado. a minha resposta é que a comparação que sugere não faz muito sentido. o sistema político dentro do qual esses jovens que pegaram em armas se revoltaram não permitia a articulação pacífica da indignação. ele baseiava-se na rejeição da articulação política. é claro que pode dizer que o sistema actual também é assim, mas espero que não parta do princípio de que vou concordar consigo nisso. e o meu artigo é justamente sobre isso. não creio que tenhamos esgotado as possibilidades de articulação pacífica do nosso sentido cívico. dei alguns exemplos nisso no artigo. o argumento segundo o qual hoje em moçambique a única saída seria uma revolta (porque o regime não nos dá ouvidos) parece-me não só irresponsável como também completamente equivocado. já analisei uma parte deste equívoco numa série de artigos com o título "o poder da frelimo" que me valeu recentemente a acusação de não saber nada da frelimo por dentro (exactamente como é feito aqui, mas ao contrário). pelos vistos, estou ao serviço de todo o tipo de causas... eu acho que é possível ficar indignado e ao mesmo tempo ter medida. essa medida é importante para podermos abordar os problemas do país de forma constructiva. os bons e os maus não estão separados por vedações. há muita confusão no meio, incestos, infiltrações, etc. medida, como diriam os filósofos gregos, é o que se precisa.

  • Fausta Andaime Magodana Eu não acredito que o professor acredita na causa que defende. Este é o tipo de debate público que temos?... Sim, é! O professor mesmo não discute factos ou ideias no seu texto mas sim discute pessoas, ou seja membros de uma organização e quer que nós não discutamos pessoas? O professor baseado em especulação afirma que essa organização recebe fundos provenientes da comercialização dos problemas do país... tem provas? O seu problema é decorrente da manifestação/violência ou do financiamento que esta organização recebe?
    Sabe professor, quando os argumentos que fundamentam um debate são marginais, o debate corre sempre o risco de resvalar para a ignorância. Eu apreciava “alguns” textos do professor mas a forma como está a insultar aqui aos jovens para à força ganhar razão que sabe que não tem, deixa muito a desejar.
    Estevao Mabjaia, perdoe-me se o terei ofendido, mas creio que numa sociedade democrática não se pode confundir manifestação pacífica constitucionalmente consagrada com violência e, chamar os cidadãos de vândalos roça muito ao elitismo.
    O professor Elísio mesmo que revoltado com a organização, deveria apresentar um pedido de desculpas público e com o mesmo destaque que o texto anterior, à todos os jovens moçambicanos por os ter chamado de vândalos no contexto de uma manifestação cívica que nem sequer assistiu. Aliás, lembrar que o CMCM saudou os munícipes por terem pautado por uma manifestação pacífica – porque de facto, o Professor Elísio diz que há outros meios de protesto para além da paralisação de actividades e esquece que nem todo o moçambicano é escritor. O moçambicano comum só pode paralisar as suas actividades como meio de protesto, porque ele sente o peso do encurtamento das rotas no seu bolso.
    O Professor Elísio esqueceu o academismo que tanto defende e de forma bastante apaixonada insultou ao povo moçambicano, obrigando-os a que pensem e ajam como ele – porque alguns académicos têm mania de pensar que são donos do conhecimento e que todos têm que agir como eles tentam comandar a controlo remoto. Está muito difícil para si consentir que falhou na abordagem e que está a discutir no vazio – discute comunicado, ora discute fundos, ora discute mérito das questões levantadas e noutro momento resultados – e não é humilde para ouvir e reflectir sobre a abordagem dos outros, já tem pedras prontas para lançar e dogmatismo para espalhar.
    A Frente de Libertação agiu noutro contexto? Sim... mas porque tinha que receber fundos externos? Evito discutir o Sr. Muthisse neste debate, não há tempo a perder...
    Professor Macamo, agora peço como Moçambicana, durma e reflicta sobre o que escreveu... porque desta vez entrou no mato. Eu concordaria consigo se criticasse a organização num aspecto objectivo e claro – aliás a sociedade civil não está imune de cometer erros. Então sugiro que no seu próximo escrito analisasse a Constituição da República e sugerisse que no âmbito da revisão retirassem a manifestação como um direito cívico porque não sei porquê se escandaliza com isso. Aliás a sua parcial e ambiguidade manifesta-se de forma vil quando diz no seu texto que os protestos pacíficos em Portugal são um exemplo de cidadania, mas em Moçambique se escandaliza. Quais são os frutos ou resultados que há em Portugal que não há em Moçambique? Quando é que o nosso Governo cede sem pressão? Já subiu chapa? Já foi transportado como cabrito?

  • Edgar Kamikaze Barroso Fausta, muito obrigado. Disseste exaustivamente tudo o temos tentado dizer desde ontem. É o que eu disse anteriormente, há aqui uma ilusão de óptica típica de quem analisa Moçambique com óculos elitistas, numa perspectiva "milharmente" quilométrica e cheia de nuvens em propriedade. Eu vou agora apanhar um chapa precário, aqui em Tsalala, para chegar a uma outra paragem (na Liberdade, onde vou certamente ficar tempos a fio na bicha para apanhar outro para o Museu, onde trabalho. Sei perfeitamente o que é encurtamento de rota ou a anarquia generalizada do modus operandi dos chapas. Vivo isso e solidarizar-me-ei eternamente com qualquer levantamento popular que vise estancar este mal, dada a manifesta incompetência do Estado/Governo na sua solução. Bazófias sociológicas lá da longilândia não resolvem os nossos problemas reais (nunca os resolveram, by the way). Temos primeiro de perceber , aceitar e respeitar (o Parlamento Juvenil e eu pessoalmente até saudamos o gesto) o que leva cidadãos de Maputo e Matola a paralizar completamente toda a capital do país, antes de entrarmos com paradigmas e liçoes de moral alheias às vicissitudes dessa gente.

    PS: Prof. Macamo, em nenhum momento eu descontextualizei o que disse. Aliás, até fui precisamente retirar do seu texto algo que estava infelizmente descontextualizado da sua ideia central (a da cidadania irresponsável). Disse que o PJ foi civicamente irresponsável por ter saudado as manifestaçoes e fundamentou o argumento com o trecho que eu citei. Isso é um tremendo erro, para a dimensão intelectual que o ilustre personaliza. Pode dizer, já agora, porquê é que saudar uma manifestação (que foi essencialmente pacífica=boicote) é um acto irresponsável? E o que seria um acto responsável, num contexto igual, repudiar o direito das pessoas de se manifestarem? Incentivá-las ao conformismo? Estimulá-las a escrever cartas abertas ao sistema ou artigos de opinião nos jornais, respeitando os critérios sociológicos (ou metodológicos, ou sei lá o quê) de intervenção social apregoados pelo Prof. Macamo?

    Desçam ao chão da realidade.

  • Eusebio Sanjane As vezes a verdade é aquilo que não fere as nossas convicções nem?!! Ele não falou de think tanks (CIP, EISA, etc), falou de um aborto social especifico, cujo mentor e actual lider, devia estar na reforma a anos mais está preso a sua prórpia ganancia pelo poder...

  • Livre Pensador O que esta em causa aqui sr. Edgar Kamikaze Barroso e saber distinguir um discurso de esquerda de um discurso do poder. E o que li, reflecte o poder. Logo, nao poderia ter ficado indiferente.


  • Pensar Mocambique Só estamos rodeados de gente com muitas certezas.

  • Pensar Mocambique Elísio Macamo

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