terça-feira, 20 de novembro de 2012

Contra Uma Cidadania Irresponsável - Debate (2)

Elisio Macamo bom, o que define uma organização da sociedade civil é precisamente não depender do orçamento geral do estado. não percebo porque isto, por si, vai constituir algo em abono. o gabriel muthisse está a colocar as questões que me parecem pertinentes. naturalmente que é difícil, nas condições económicas e financeiras do nosso país, assegurar a existência destas organizações com meios próprios. ainda durante o fim de semana participei num seminário com representante da união nacional dos camponeses que tinha consciência de quão problemática esta situação é. o problema, contudo, é pensar que já que as coisas são assim mesmo não há mais nada a fazer. e pior: não ter presença de espírito suficiente para ver até que ponto falar mal das coisas pode ser funcional à própria reprodução. assim, os mesmos que pensam estar a falar em nome do povo podem, tal como o governo que criticam, estar a viver do povo. e já agora, irreverência nunca foi critério de validação do bom desempenho. pensar que é volta a ser mais um sintoma do que está mal na nossa cultura de debate.See Translation
  • Edgar Kamikaze Barroso O Parlamento Juvenil não é um partido político, meus senhores. Não é uma organização juvenil atrelada à um partido político e nem é uma empresa. Essa das cotas e sacrifícios dos membros em prol da organização está a desviar o cerne do debate.

    Amigo Muthisse:

    Eu já vi, pessoalmente, ministros, vice-ministros, secrtetários permanentes, deputados, magistrados e demais servidores públicos a interagir com jovens de todas as camadas sociais, políticas e religiosas. Debaterendo problemas concretos da juventude na mesma sala, em eventos realizados pelo Parlamento Juvenil... Estás a entrar no mato com essa de a organização estar virada para o exterior.
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  • Edgar Kamikaze Barroso Ademais, ninguém aqui está a fundamentar o argumento segundo o qual uma organização que funciona com base em recursos externos está implícita ou explicitamente condenada ao fracasso... Esse é um argumento de vidro.

    O nosso Governo também sobrevive disso, em mais de metade do seu orçamento. Está também condenado ao fracasso?!
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  • Eusébio A. P. Gwembe Numa época em que Moçambique conta tantos jovens notáveis, mas cuja inteligência serve só para apolémica, para a ironia, para a crítica ou para o jogo engenhoso e pérfido das combinações políticas de momento, Elisio Macamo tem sido um modelo perfeito de homem de escol, dotado de vivíssima imaginação, enriquecida por larga cultura, aberto amplamente à compreensão das coisas, mas ardendo no fogo quente dos ideais que levem Moçambique a procurar soluções sociais para problemas sociais.

    Enquanto os sofistas se perdem em estéreis discussões sobre as intenções intrínsecas presentes no artigo, penso ser proveitoso estudar e meditar formando nossas opiniões, afagando em silêncio a nossa espada, cuja lâmina cortaria obstáculos inúteis. Rotula-lo de lambebota só para evitar debater o cerne da questão – em minha análise, a reprodução social de organizações que não trazem resultados de objectivos para os quais são criadas – é fechar os canais de debate a todo o custo, usando o último arsenal.
  • Edgar Kamikaze Barroso Já estão a assassinar o debate. Estava a demorar...See Translation
  • Edgar Kamikaze Barroso Eusébio, com que bases assumes que o Parlamento Juvenil não tem trazido resultados dos objectivos da sua criação?

    Traga factos e números, de modo preciso, directo e objectivo. Retórica e enrolamento podem ficar aí contigo.
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  • Eusébio A. P. Gwembe Pessoalmente, aprecio alguns do debates levantados pelo PJ. Todavia, as dúvidas surgem quando se avança para as propostas de solução. Ainda que cada crítica tenha em si mesmo algum grau de solução, é preciso clarificar sem passar pelo senso comum. Não vou directo aos pontos, Edgar Kamikaze Barroso, para não ferir as sensibilidades. Heheheh
  • Fernando Chiconela O desenvolvimento de um País mede-se pela qualidade do seu debate...in Trepar o País pelos ramos de Elísio Macamo; Duvidai e Investigai diz Carlos Serra...See Translation
  • Estevao Mabjaia Alguns pontos de ordem:
    1. Acho melhor que alguns leiam primeiro o texto na íntegra aqui http://www.jornalnoticias.co.mz/pls/notimz2/getxml/pt/contentx/1538656. Sugiro isto porque dalguns comentários aqui neste post, fico com a incómoda sensação de qu
    e alguns comentadores não leram o texto. Ou se o leram, não perceberam o seu cerne – a questão de exercício de cidadania de forma (ir)responsável. E não importa aqui, se desta vez, ou se especialmente nesta vez, neste artigo, alguém que “não deveria ter sido” – o Parlamento Juvenil (PJ) – foi apanhado em fogo cruzado das reflexões do Prof. Macamo.
    2. Após ler o texto NA ÍNTEGRA, e o analisado sem paixões ou quaisquer outros tipos de emoções ou sentimentos pessoais, devo dizer que o que Macamo levanta em seu artigo (Contra uma cidadania irresponsável) deveria merecer uma reflexão profunda. Não vejo isso aqui. Provavelmente estou equivocado, mas o que vejo é uma discordância do texto todo, e pior ainda, da sua ideia central – clamor por uma cidadania responsável e/ou repúdio à cidadania irresponsável – apenas porque ele traz uma vítima errada, no caso o PJ. É preciso aprender a ler uma crítica de forma crítica.
    3. O post do Edgar insere em si vários problemas. Dois parecem ser essenciais. Um é estrutural – formula juizos de valor e induz outros a fazê-lo de igual forma – a partir dum trecho do texto, sem ter o todo em conta (mais o mais vez, leia-se o texto todo e coloque-se a crítica ao PJ no contexto do todo). Outro é substancial – parece-me que Barroso discorda do texto/autor, não somente pelo que este diz ou argumentos que coloca, mas porque aparentemente “ataca” (leia-se critica) instituições, e por via disso pessoas, que à luz dos critérios “Barrosianos” não são passíveis de crítica alguma. Em princípio, não quero com isto concordar/subscrever a crítica de Macamo ao PJ em particular (supondo que não tenho evidências suficientes para formular juízos); mas quero concordar com sua crítica à cidadania irresponsável. Mas olhando para o parágrafo 7, concordo quando Macamo “esbofeteia” o que considera ser exercício irresponsável de cidadania por parte do PJ, no caso em apreço. Macamo apresenta argumentos com que Barroso provavelmente concordaria, não fosse o PJ a “vítima”, mas qualquer outra organização/pessoa daquelas que faz coisas que “toda a gente sabe”.
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  • Elisio Macamo caro edgar k. barroso, é um pouco defícil discutir quando há muita equivocidade no que a gente escreve. por exemplo, nem o gabriel muthisse, nem eu disseram que o parlamento juvenil era um partido político. negar isso sugere a ideia de um de nós ter dito isso, o que é infeliz. mas há aí um entendimento de sociedade civil que, infelizmente, não partilhamos. eu penso que a vitalidade da sociedade civil e de suas organizações depende dum associativismo local sustentado pelos membros através das suas cotizações. as organizações de fora que dão assistência às nossas estão também, na sua maioria, estruturadas dessa maneira. acho que é preciso prestar atenção a este problema na estrutura da nossa sociedade civil porque faz parte do problema geral que enfrentamos. mais do que isto não posso dizer porque me interessa apenas levantar um problema. quem quiser entender esse problema vai entender. quem não quiser tem também essa opção. em segundo lugar, considero um equívoco supor que a participação em actividades duma organização seja suficiente para reclamar conhecimento de causa. se esse fosse o caso, ficava completamente desqualificado para falar de seja o que for que não viveu de perto. na circunstância, a minha crítica à muita gente baseia-se justamente no facto de que muitos tecem vaticínios rápidos sem o mínimo de informação sobre o que está em causa. no mais, o uso de linguagem grosseira para qualificar o que os outros dizem é também sintomática da pobreza da crítica. também é sintomático pensar que haja pessoas interessadas em "assassinar o debate". é típico da qualidade da nossa discussão pensar sempre que os outros têm motivos ulteriores para participar numa discussão. eu acho que ajuda resistir à tentação de acreditar em tudo quanto a gente pensa. isto vale para todos nós. abraçosSee Translation
  • Egidio Guilherme Vaz Raposo O ponto de vista do professor Macamo devia ser considerado nos termos que ele próprio o colocou. Desabafo. E nisto de desabafo não há método. Há em toda extensão do texto muita coisa que se pode questionar. Mas tentemos tirar uma parte, justamente antes da citada pelo Edgar Barroso, para mostrar quão “inoportunas” são as ideias do Professor Macamo. Digo inoportunas porque a serem seguidas a risca nos levariam a um estado hobesiano, ao Estado de natureza; digamos ao estado vegetativo. Existem exemplos? SIM. O Zimbabwe, curiosamente, cuja liderança é efusivamente aplaudida pelo professor Macamo.
    O Professor Macamo parte de um tipo ideal da sociedade civil que opera num estado não ideal, num estado tecnicamente falido, num pais que vive há já mais de trinta anos às custas da ajuda externa. eSTE EO TIPO DA SCIEDADE CIVIL QUE O PROFESSOR GOSTARIA DE VER NO PARLAMENTO JUVENIL E OUTRAS ORGANIZACOES.
    O Professor Macamo é desde há muito tempo contra a ajuda externa. Criticou o suficiente durante os anos 90 até 2005/9 a ajuda pública ao desenvolvimento principalmente ao Estado, argumentando que ela amputava as relações ente cidadãos e governantes. Porém, esta ajuda continuou. Nos dias que correm, as suas atenções estão viradas ao “tipo de cidadania e de cidadãos que o pais possui, que nem preciso dizer, é péssima: CIP, PARLAMENTO JUVENIL, não sei qual será a próxima.
    Tudo bem. Estado pobre, sociedade civil pobre; tudo pobre. Isto não precisava de elaboração filosófica. Está claro. Mas atenção, nos últimos anos nasce em Moçambique uma nova consciência da auto-afirmação que provavelmente o Professor Macamo não se apercebeu. Mas deixemos isto. Voltemos ao PJ
    Há dado passo, o Professor acusa o PJ de “usar problemas sociais reais como meio de atrair para si financiamentos externos que cada vez mais têm contribuído para a externalização dos nossos problemas e fragilização do nosso sistema político.” Desde quando o parlamento Juvenil usou financiamento externo para incitar a violência ou exeternalisar os problemas do pais?
    Quer dizer, a existência do PJ é vontade do estrangeiros, que tem uns saquitos de dólares para distribuir à custa do insulto ao seu governo? Não podia ser uma vontade endógena da juventude, carente de um interlocutor valido e que lute pelos seus interesses? O parlamento Juvenil não podia ter sido infeliz simplesmente por serem pessoas normais. Tinha que ser infeliz porque tinham algo a ganhar e, preferencialmente atrair financiamento externo? Em ultima analise, não acha que o Professor Macamo acusa o a liderança e todos membros do PJ de marionetas? Existira alguma diferença entre a critica que faz aos críticos e a sua própria? Existira alguma diferença entre os portugueses, que nunca acetaram o direito de autodeterminação dos povos e que por esta via desprezaram os primeiros gritos de autodeterminação dos moçambicanos que depois pegaram em armas? Estou a falar do desprezo que tem pelo Parlamento Juvenil e da sua incredulidade em relação a originalidade daquela organização.
    No fundo a sua tese é a mesma da dos anos 2000, em relação aos efeitos perniciosos da ajuda externa, quando sempre achou que ela retirava a legitimidade das relações entre o estado e seus cidadãos. So que agora aplica-a contra o elo mais fraco, uma organização da sociedade civil que, à custa de apoios externos buscam fortalecer-se e fortalecer a juventude. E neste processo, vao cometendo erros, como aliás, acontece com qualquer outra orgnizacao.

    E deixe-me antes de terminar defender um nova ideia. Não concordo no geral que a ajuda externa fragiliza os povos. Os financiamentos externos, quando bem usados contribuem como se pode provar a partir de outros cantos, para o fortalecimento da cidadania, desenvolvimento económico e social. Segundo, não vejo qual é o mal de termos uma organização que vive de financiamentos externos para perseguir fins legítimos. Foi assim com a Frelimo, que vivendo do financiamento externo, conseguiu liderar de forma exitosa a vitória sobre o colonialismo. Vai ser e tem sido assim, que o Parlamento Juvenil, fazendo uso de financiamentos externos consegue pôr o governo a reflectir diariamente nas suas políticas públicas. Pode parecer tosco, de baixo jaez, aos olhos de uns, mas é assim em Moçambique e pode melhorar, se pessoas de bem quiserem ajudar neste sentido.
    Países existem que saíram da miséria com o mesmo tipo de ajuda que Moçambique recebe. Países há cujas sociedades saíram fortalecidas com o mesmo tipo que hoje a ajuda oferece a sociedade civil moçambicana. Existem erros? SIM, tantos. Mas tantos, que devem ser corrigidos.
    Porem, naturalizar a corrupção galopante no seio dos que nos governam sob pretexto de que GATUNOS SOMOS TODOS NÓS, parece irrazoável.
    LEIA NA INTEGRA O TEXTO DO PROFESSO MACAMO AQUI: http://www.jornalnoticias.co.mz/pls/notimz2/getxml/pt/contentx/1538656
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  • Elisio Macamo caro estevão mabjaia, obrigado pela sua intervenção. é isto que tenho criticado. há muita gente por aqui - que eusébio a. p. gwembe com razão apelida de "sofistas" - a tecer conclusões sem nenhum conhecimento de causa. e como bem diz, as pessoas não precisam de estar de acordo com o texto. precisam de o entender. isso é o mínimo para uma participação útil no debate. mais uma vez, obrigado.See Translation
  • Quiteria Anicia Fernandes Guirengane Prof. Elísio, apreciamos com atenção o seu artigo no jornal Noticias de hoje. So temos a dizer que o ultimo paragrafo do nosso comunicado a que se refere, diz:"Sem violência, nos jovens continuaremos a lutar por um pais onde haja algo para todos e não tudo para alguns!" Iniciamos a leitura do seu texto mais claros do que terminamos, porque a dado passo pensamos que estivesse indignado com a promoção de violência, mas... pareceu-nos também que não tivesse lido o Comunicado na integra e que estivesse indignado com o Parlamento Juvenil e não com a acção em si. No entanto, respeitamos a sua opinião como académico reputado e julgamos que o debate de ideias eh que constrói um pais melhor porque UM PAIS EH O QUE EH PELO DEBATE PUBLICO QUE TEM! Estamos a disposição para um dialogo saudável. Bem haja!
  • Antonio A. S. Kawaria Um bom debate este e ainda bem o autor presente. Depois da amanhã roubarei parte do meu tempo para ler os comentários.See Translation
  • Elisio Macamo cara quit'eria anícia fernandes guirengane, obrigado pela sua interpelação. li e reli o vosso comunicado e achei-o irresponsável por toda a sua estrutura. pelo que o próprio comunicado diz em relação à possibilidade de "... um terramoto político e social de proporções incontroláveis" deveriam ser menos inequívocos em relação à violência. quando escrevem "sem violência, nós jovens..." depois de terem revelado o vosso carinho e profunda solidariedade a "este protesto cívico..." é difícil perceber a que se referem. eu acho que faz parte da responsabilidade cívica condenar actos de violência (e vandalismo) de forma inequívoca. com isto não estou a dizer que a condenação da violência implica retirar a vossa solidariedade ao que vocês consideram indignação legítima. é isto que critiquei assim como o fiz h'a dois anos quando o líder do mdm fez algo parecido sem se distanciar da violência. a guerra que tanto nos atrasou nos anos setenta e oitenta não se pode repetir. nenhum de nós deve ser inequívoco a este respeito. há outras coisas no comunicado com as quais não concordo - por exemplo a análise que fazem dos problemas do país - mas preferi concentrar-me na ausência dum distanciamento claro da violência das manifestações. terei muito prazer em dialogar convosco sobre os critérios que todos nós precisamos para exercermos uma cidadania mais responsável. o problema de moçambique não é apenas o governo. cumprimentosSee Translation
  • Estevao Mabjaia O unico problema deste debate todo ate aqui gerado ee que nao ha problema!
  • Edgar Kamikaze Barroso Voltarei, estou a ler tudo mas estava ainda no frenesim dos chapas para Tsalala. Tenho uns reparos a fazer aqui, em torno do que o meu amigo Mabjaia e o Prof. Elísio disseram.See Translation
  • Livre Pensador Nao esta equivocado. O verniz estalou e mostrou a sua verdadeira face de "intelectual do governo". Aprendam rapazes!
  • Hélder Chambule Querem consertar Moz!Apocalipse,o 666 xtão a xegar,vão parar d sonhar.See Translation
  • Estevao Mabjaia Elidio Guilherme Vaz Raposo: A tese de que doacoes fragilizam os paises receptores ja nao ee assim tao nova. Ja nao o ee tambem a antitese. Ha argumentos validos tanto para uma assim como a outra. Mas isso sao aguas para outras fervuras. No que tange ao artigo de Macamo, apesar de ser apenas "desabafo", visto como um todo, acho que tem bastante merito. E ao contrario do que possa transparecer, a meu ver, esta metodicamente elaborado. Concordar ou nao com ele ee outra coisa. Tomado na sua questao central - cidadania (ir)responsavel, tem muito merito e ee bastante oportuno. Se os pressupostos do argumento que Macamo faz no artigo estao adequados, concordo que no caso em apreco o PJ foi irresponsavel. Devo ressalvar que tal nao pode qualificar o PJ como tendo sido sempre ou que sera sempre assim - irresponsavel. Nao me parece que Macamo esteja sugerindo isto, porque se for pode ser que esteja errado. Nao li na integra o comunicado do PJ. Do reparo que Guirengane (Quiteria) faz vejo tal termina com o paragrafo "Sem violência, nos jovens continuaremos a lutar por um pais onde haja algo para todos e não tudo para alguns!" Mas la rebate Macamo, em seu comentario, denunciando o que parece ser contradicao no comunicado do PJ. Ja agora, alguem poderia, por favor, colocar aqui o comunicado em questao na integra?See Translation
  • Hélder Chambule Querem consertar Moz!Apocalipse,o 666 xtão a xegar,vão parar d sonhar.See Translation
  • Fausta Andaime Magodana Desculpa meter-me no vosso debate mas não vejo porque tanta tempestade a volta de um simples comunicado. Prof. Elísio, não tive acesso ao texto da referida organização mas pelo conhecimento que tenho e apreciando o texto acima, tenho a dizer:
    Detectado
    o problema só resta uma alternativa ao professor: indignar-se contra os deputados da AR que aprovaram a manifestação pacífica como um direito do cidadão constitucionalmente consagrado. Como académico fica-lhe mal confundir paralisação de actividades, protesto pacífico como cita, com violência.
    O Prof. foi enganado pelos seus informantes que lhe disseram que no dia 15 em Maputo e Matola houve actos de vandalismo – aliás não basta criticar essa organização juvenil, ainda chama os jovens moçambicanos todos de vândalos. Na Alemanha não sobe chapa nas condições que nós somos transportados e por isso é difícil pedir que nos entenda – lá não há encurtamento de rotas.
    Mas percebemos claramente, enquanto os jovens do Parlamento Juvenil solidarizam-se e acarinham os jovens moçambicanos que protestam pelos seus direitos, o académico Macamo solidariza-se com a sua irmã que é PCA dos TPM´s e por via disso é grande prejudicada com a paralisação das actividades - é justo!
  • Fausta Andaime Magodana Sr. Estevao Mabjaia que contradição existe entre apoiar um protesto cívico e combater a violência? Isso só para mentes pobres em democracia e participação política. Muitas vezes os títulos académicos só destroem grandes activistas. É triste!
  • Fausta Andaime Magodana E mais Sr. Estevao Mabjaia, se analisar bem vai perceber que o professor Macamo trazia uma encomenda porque não criticou apenas o comunicado mas a organização no seu todo de comercializar os problemas do país. Pergunto-me o que tem feito ele na Alemanha? O que faz o Governo quando vai aos eventos internacionais buscar ajuda externa? Nada mais do que comercializar os problemas do país para dividendos pessoais. Diferentemente, os jovens moçambicanos, pode ser o caso dessa organização, estão a procurar mostrar o outro lado do nosso país e se solidarizar com os jovens nos momentos mais difíceis - e esses jovens a quem chamam de vândalos não são fruto de agendas externas mas sim da pobreza social que temos nos bairros do nosso país! Admiro muito o professor mas desta vez agiu mal, embora num texto bem elaborado. Mas é a opinião dele e eu tenho a minha, só com as diferenças avançamos.
  • Gabriel Muthisse Ja agora, Livre Pensador ee intelectual de que? Ao menos Elisio daa a cara. Mesmo quando nao tem certezas! A sociedade civil mocambicana tem outros problemas k nao estao a ser abordados aqui. Muita dela fala de transparencia no governo e nos Partidos, fala de democracia... Mas onde estaa a democracia e a transparencia no seu proprio seio? Muitas destas organizacoes, incluindo o PJ, teem horror a eleicoes. As suas liderancas nao sao sufragadas pelo voto dos membros desde a sua fundacao. No entanto, volta e meio criticam os processos eleitorais dos outros. Mostram indignacao por pretensas irregularidades em processos eleitorais mais gerais. Mas, no seu proprio seio, as liderancas sao escolhidas de acordo com criterios pouco claros de nepotismos, amizades e coleguismos. Quase todas elas nunca publicam os seus processos de contas. Nao sabemos quem as financia. Nao sabemos a quanto montam os seus orcamentos. Nao sabemos qual ee o seu fundo de salaries. NAO SABEMOS QUANTO GANHAM OS SEUS OFICIAIS! E falam de transparencia e de democracia! Concordo com Elisio Macamo. Muitas destas organizacoes vivem da comercializacao das desgracas do paiis. Muitas delas inventadas pelas suas proprias imaginacoes.See Translation
  • Fausta Andaime Magodana O Sr. Gabriel Muthisse esta de forma triste a virar o tópico de debate, trazer novos elementos de debate e mostrar o ódio que nutre por essa organização. Ja terá la ido pedir o relatório de contas e saber quando são as próximas eleições para tentar se candidatar? Ridícula a forma como desvia o debate para a ignorância! Prefiro sair a ter esse tipo de debates, gosto muito do teu facebook Edgar mas sinceramente...
  • Gabriel Muthisse Ja agora, Livre Pensador, ee intelectual de que? Ao menos Elisio daa a cara, mesmo quando nao tem certezas. A sociedade civil mocambicana tem outros problemas, que nao estao a ser abordados aqui. Grande parte dessas organizacoes fala de transparencia no governo e nos Partidos, fala de democracia... Mas onde estaa a democracia e a transparencia no seu proprio seio? Muitas destas organizacoes, incluindo o PJ, teem horror a eleicoes. As suas liderancas nao sao sufragadas pelo voto dos membros desde a sua fundacao. No entanto, volta e meia, criticam os processos eleitorais dos outros. Mostram indignacao por pretensas irregularidades em processos eleitorais mais gerais. Mas, no seu proprio seio, as liderancas sao escolhidas de acordo com criterios pouco claros de nepotismos, amizade e coleguismos. Quase todas elas nunca publicam os seus processos de contas! Nao sabemos quem as financia! Nao sabemos a quanto montam o seu fundo de salaries! NAO SABEMOS QUANTO GANHAM OS SEUS OFICIAIS (nao me espantaria k fosse muito mais que os salaries dos "ladroes" do governo que sistematicamente criticam)! E falam de transparencia e de democracia! Concordo com Elisio Macamo. Muitas destas organizacoes vivem da comercializacao das desgracas do paiis. Sobre as quais fazem analises muito primaries. Algumas das quais inventadas pelas suas proprias imaginacoes. Para impressionar generosos financiadores....See Translation
  • Fausta Andaime Magodana O Sr. Gabriel Muthisse esta de forma triste a virar o tópico de debate, trazer novos elementos de debate e mostrar o ódio que nutre por essa organização. Ja terá la ido pedir o relatório de contas e saber quando são as próximas eleições para tentar se candidatar? Ridícula a forma como desvia o debate para a ignorância! Prefiro sair a ter esse tipo de debates, gosto muito do teu facebook Edgar mas sinceramente...
  • Elisio Macamo caro estevão mabjaia, quem me dera que mais gente intervisse com esse seu rigor crítico nas discussões. o que aprecio nessas suas intervenções é o cuidado que tem em analisar os méritos das questões levantadas e limitar o alcance da sua concordância ou discordância com a advertência que chama atenção para a probabilidade de não ter entendido o que foi dito. isto faz tanta falta aos nossos jovens e é doloroso constatar a sua falta de interesse no debate. gostava tanto de responder à fausta andaime magodana e ao "livre pensador", por exemplo, mas como o posso fazer se não parecem interessados em discutir os méritos da questão? como discutir de forma útil se dão muito destaque ao que é irrelevante? quando escrevo, por exemplo, que o ministro da planificação se devia demitir estou a fazê-lo a mando de quem? do presidente da república? dos meus irmãos? e se essa fosse a razão, o que escrevo deixava de fazer sentido? que cultura de debate é esta? onde é que o país vai parar com jovens assim? tanto desperdício de talento, que pena! abraçosSee Translation
  • Edgar Kamikaze Barroso Boa noite. Tentarei ser sintético:

    1. Há uma manifesta pretensão, por parte do amigo Muthisse, de comparar uma entidade pública (o Estado moçambicano) com uma organização do carácter do PJ. Há regras claras de como o Estado funciona e isso está const
    itucionalmente plasmado. O mesmo acontece com o PJ e demais organizaçoes da sociedade civil, via estatutos e regras ou normas de procedimento interno respectivos. Saiamos para as luzes aqui.

    2. O amigo Mabjaia diz que o meu post está "aleijado" na forma e na substância. Ora, eu sou um ser livre de citar o que me apeteceu ou interessou, no artigo do Prof. Elísio... Aliás, até deixei ficar aqui a fonte onde todos o poderiam acessar (jornal Notícias de hoje). Pequei pela forma em que o citei? Não fundamentei a minha constatação (equívoco infeliz do Prof. Elísio)? Não apanhei.

    3. Prof. Elísio, quando os nossos libertadores pegaram em armas para nos tornarem independentes deixaram de ser cívicos? Ou vandalizaram primeiro o sistema colonial, para que hoje fossem o estandarte do civismo? Não sou de modo nenhum apologista da violência mas, em determinados contextos, também não sou contra.
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  • O Tal Covane Alguem pode me explicar para que serve esse parlamento, antes de eu dar a minha opiniao, pode ser no inboxSee Translation
  • Livre Pensador Para os que se incomodam com os livres pensadores, lembrar apenas que o medo de ser livre cria o orgulho de ser escravo. E muito chato ser ninguem...
  • Gabriel Muthisse Ser ninguem...
  • Livre Pensador Voce Gabriel Muthisse nao me aborreca. Va dar ordens aos seus subordinados que eu nem ligo para o que voce escreve ou pensa de mim. Nao sei se ja reparou nisso?
  • Edgar Kamikaze Barroso Amigos, eu não sei ao certo... Creio que estão aqui a INFLACIONAR EXPECTATIVAS em torno de como a juventude moçambicana se deve apropriar dos destinos do seu país.

    Vou me explicar: não nos podem exigir, de modo algum, que sejamos homogéneos na assump
    ção, debate ou interpretação do país e das suas vicissitudes. É caricato exigir que a Fausia, a Quitéria, o Edgar ou qualquer um dos "emocionados" que comentaram aqui tenham a mesma competência no debate que um Prof. Elísio ou Severino Nguenha, por exemplo... Temos experiências de socialização, educação e/ou de instrução distintas e, por isso, incomparáveis. O Prof. Elísio, por exemplo e quando tinha a nossa idade, não teve "gendarmes intelectuais" a policiarem o seu desenvolvimento interventivo. Ou teve?

    Não exijam mais do que cada um de nós podemos dar. Somos todos um processo e o que já fazemos é largamente positivo e louvável, comparado com o que grande parte da nossa juventude se encontra, um pouco por todo este país.

    É aquilo que o outro disse, um dia: ninguém sabe, pensa ou age melhor do que o outro, se não estiverem em igualdade de circunstâncias... Sempre existirá o que estará adiantado em relação ao outro, mas apenas por ter chegado à "ciência" primeiro. Mas esse é outro debate.
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  • Livre Pensador E contracto social sr. Elisio Macamo? E as promessas eleitorais? Sao para se deitar fora? Por vezes, nao e preciso ler Nietzsche para se perceber o obvio. V.Excia com as suas intervencoes muito contundentes contra manifestacoes fora da elite do poder e muito macarronicas quando se tratam de factos do poder, nao favore o debate que tanto deseja. Diga-me um coisa. Se a qualidade daquelas bancadas da AR fosse apreciavel haveria necessidade de um Parlamento Juvenil? Pense nisso.
  • Gabriel Muthisse amigo Edgar, nao percebo este teu ultimo comentario. Estaa a sugerir que, se os estatutos de uma organizacao da sociedade nao o prevee, noos os representados, nao temos o direito de nos incomodarmos com a falta de democracia interna desses organismos? Estaa a sugerir que, se os estatutos nao o preveem, nao temos porque nos incomodar com a falta de transparencia? Estaa a sugerir que nao precisamos de nos preocupar com as fontes de financiamento de uma organizacao muito vocal, que faz seminarios libertadores por todas as provincias do paiis? Estaa a sugerir que os salaries de lideres de organizacoes da sociedade civil que dizem pugnar pela probidade dos orgaos publicos nao ee assunto das pessoas k esses chefes querem libertar da opressao? E que, a coberto dos seus estatutos, essas organizacoes podem se manter quao hermeticas e quao antidemocraticas quanto queiram!? E, que, mesmo assim, temos k manter a nossa fe na boa vontade desses individuos e organizacoes em favor das massas desafortunadas!? Quando tinha dezoito anos acreditava em individuos k iam fazer a felicidade da humanidade, amigo Edgar. Agora acredito mais naqueles que me dizem: "lute pela tua proxima felicidade, dentro de um contexto geral que o Estado cria". As organizacoes de boa vontade, os lideres que querem o meu apoio devem me convencer com transparencia, com verdade e com o acto de, peridicamente, item buscar legitimidade nas bases que dizem representar.See Translation
  • Livre Pensador Egidio Guilherme Vaz Raposo o que fragiliza os povos e o pensamento monolitico, mentes emboscadas e vozes autorizadas. Isso e que cria os estereotipos, alimenta as vaidades e o servilismo que presta um mau servico a nacao. Por isso, que hajam mais, muitos mais a emitir sua opiniao. Somente os melhores prevalecerao.
  • Gabriel Muthisse Para mim vossa senhoria nao existe e nunca existiu, caro Livre Pensador(sic!). Estamos conversao! Ja se due conta k sempre ee corrido dos grupos de debate? Estou seguro que brevemente seraa tambem escorracado do Marcacao Cerrada. Devidos aos seus ares de pequeno soba. Felizmente nao tem como me aborrecer!See Translation
  • Livre Pensador Oica o seu papo de estrebaria cheira a peixe podre. Acho que e um especialista no assunto. O problema e que gosto de carne...
  • Gabriel Muthisse Edgar, na decada 80, quando Elisio Macamo estava no Instituto de Linguas havia policiamento do pensamento ou nao? A geracao a k Elisio pertence nao tinha blogs, nao tinha face books, apenas tinha acesso ao noticias, creio k dirigido por Mia Couto, ao Domingo e aa Tempo. Nao tinha television por satelite... Creia-me meu grande amigo, para pessoas como Severino ou Elisio desenvolverem espirito critico foi uma obra! Eu penso que se nos abrirmos para o debate (como o fazemos aqui neste teu post), debatendo argumentos a nao atacando o mensageiro, Mocambique pode ser melhor. Eu posso descordar do Elisio sem lhe chamar lambebotas e sem sugerir que escreveu por encomendas. Faco isso atraves do exame desapaixonado dos seus argumentos e atraves de uma colocacao competente dos meus proprios. No mais estrito respeito pela diferenca.See Translation
  • Gabriel Muthisse O seu papo cheira muito bem, Livre Pensador! Estaa contente?See Translation
  • Brazao Catopola Complicado se posicionar perante esse artigo, procurarei amanha, mas uma coisa digo, concordo consigo em parte. há ONG's que meu Deus, sao grandes empresasSee Translation
  • Estevao Mabjaia Excuso-me de rebater o comentario de Magodana. Ate porque, sendo falivel, posso mesmo ser um desses com "mentes pobres em democracia e participacao politica". Barroso, (1) livre ee de citar o que apetece e interessa. Mas penso que pecou sim na forma como citou (Macamo diz, e bem que devia, por exemplo, ter sublinhado que a enfase na citacao ee sua, nao do original). Se calhar isto ee menos importante. (2) Vejo que tua indignacao nao parece ter a ver com a critica que Macamo faz ao que considera cidadania irresponsavel, mas com o facto de ter referido (no conteudo e talvez mais importante na forma) ao PJ, que a seu ver, talvez esteja acima de qualquer critica (sublinho o ultimo TALVEZ). Esta ee a leitura que faco apos ler seu post e o texto de Macamo (leitura na forma e conteudo). Mas isto de leituras pode ter destas coisas - deixar-nos convencidos que entendemos muito bem o que lemos enquanto provavelmente nao. Bandeira branca se estou equivocado na interpretacao sua (Barroso) como de Macamo.See Translation
  • José Belmiro Ilustre professor Elisio Macamo quero sou acima de tudo um admirador seu mas deixe que lhe diga que o seu texto foi muito infeliz. Creio que as fontes que consultou para escrever o seu texto deturparam a realidade dos factos na medida em que toda a sua elaboração visa provar o seguinte: 1-Que o Parlamento Juvenil é uma organização feita por jovens ambiciosas que exportam os problemas de Moçambique para ganhar dinheiro; 2-Que o parlamento juvenil não tem obra nenhuma. É uma instituição que não serve o país mas uma dúzia de pessoas interessadas em ser agentes do "inimigo". Ora, tenho acompanhado as actividades desta associação e posso afirmar categoricamente que ESTÁ ERRADO! A título de exemplo Parlamento Juvenil vai organizar UMA CONFERÊNCIA AFRICANA DA JUVENTUDE QUE VAI CONTAR COM A PRESENÇA DE PELO MENOS QUATRO ANTIGOS CHEFES DE ESTADO AFRICANOS. Não vai dizer o Dr Macamo que estes antigos presidentes escolhidos a dedo pela organização por terem sido um exemplo de boa governação estão TAMBÉM A CAÇA DO DINHEIRO DOS DOADORES? O que move estas respeitadas lideranças virem a Maputo dialogar com os jovens? Dinheiro? Por outro lado professor, eu já estive com estas organização e posso lhe dizer categoricamente que o PJ é um GRANDE movimento juvenil. Debate nos distritos. Chama os governantes locais para um diálogo com a juventude. A liderança não vai ao Distrito dar uma volta e pedir recibos de alojamento correspondentes a várias semanas...os exemplos são tantos que face a sua ausencia prolongada do país compreendo que não esteja devidamente informado. Apelo aqui a Quiteria Anicia Fernandes Guirengane para convidar o Doutor Elisio para a conferência africana assim poderá deixar ficar o seu nobre contributo em prol de uma juventude consciente do seu papel histórico. Um abraço ilustreSee Translation
  • José Belmiro Dr. Macamo acredite: Moçambique para o nosso orgulho ainda existem jovens com CAUSAS. Conheço centenas de jovens pelo país que gastam o seu dinheiro do bolso para participar em acções do PJ. O PJ não é uma instituição faustosa e cheia de dinheiro como se propala por ai. Esta organização começou do zero. Não tinha instalações para funcionar e graças a Dra Alice Mabota funcionaram durante anos NUM PEQUENO ESPAÇO CEDIDO PELA LIGA DOS DIREITOS HUMANOS. Com pessoal jovem e SEM SALÁRIOS. acredito nos jovens do Parlamento Juvenil. Tudo que tem hoje é graças ao seu trabalho visivel e notável (pelo menos para que acompanha a realidade moçambicana de perto).See Translation
  • Elisio Macamo caro edgar k. barroso, também sou de opinião que é livre de citar o que bem entender. contudo, ao destacar essa passagem e sem prestar a devida atenção ao contexto de todo o argumento acabou, em minha opinião, manipulando a opinião. compreendo que a sua preocupação fosse o que escrevi sobre o parlamento juvenil (tenho a certeza que depois desta minha crítica essa organização vai ter mais cuidado nos seus pronunciamentos sobre este tipo de coisas; com isso não quero dizer que não vai criticar; mas vai de certeza pesar melhor o alcance do seu posicionamento). mas arrancar coisas dos seus contextos produz este tipo de deturpações. e repito: infelizmente, esta é a nossa cultura de debate. é suficiente uma frase arrancada do contexto para alguém formar uma opinião. e repito de novo: aos outros que estão a acompanhar esta discussão, sigam o exemplo de estevão mabjaia. é desse tipo de atitude crítica que o país, em minha opinião, precisa. o essencial do meu artigo é a cultura cívica e a nossa responsabilidade na sua promoção. achei (e continuo a achar) o comunicado do parlamento juvenil irresponsável do ponto de vista cívico. continuo também a pensar que ele seja sintomático dum problema bem maior que é esta externalização oportunista dos nossos problemas. com isso não disse que o parlamento juvenil fosse uma organização irresponsável, mas esse é o tipo de leitura que a análise fora do contexto estimula. quanto à pergunta sobre a luta anti-colonial estamos perante um problema complicado. a minha resposta é que a comparação que sugere não faz muito sentido. o sistema político dentro do qual esses jovens que pegaram em armas se revoltaram não permitia a articulação pacífica da indignação. ele baseiava-se na rejeição da articulação política. é claro que pode dizer que o sistema actual também é assim, mas espero que não parta do princípio de que vou concordar consigo nisso. e o meu artigo é justamente sobre isso. não creio que tenhamos esgotado as possibilidades de articulação pacífica do nosso sentido cívico. dei alguns exemplos nisso no artigo. o argumento segundo o qual hoje em moçambique a única saída seria uma revolta (porque o regime não nos dá ouvidos) parece-me não só irresponsável como também completamente equivocado. já analisei uma parte deste equívoco numa série de artigos com o título "o poder da frelimo" que me valeu recentemente a acusação de não saber nada da frelimo por dentro (exactamente como é feito aqui, mas ao contrário). pelos vistos, estou ao serviço de todo o tipo de causas... eu acho que é possível ficar indignado e ao mesmo tempo ter medida. essa medida é importante para podermos abordar os problemas do país de forma constructiva. os bons e os maus não estão separados por vedações. há muita confusão no meio, incestos, infiltrações, etc. medida, como diriam os filósofos gregos, é o que se precisa.See Translation
  • Fausta Andaime Magodana Eu não acredito que o professor acredita na causa que defende. Este é o tipo de debate público que temos?... Sim, é! O professor mesmo não discute factos ou ideias no seu texto mas sim discute pessoas, ou seja membros de uma organização e quer que nós não discutamos pessoas? O professor baseado em especulação afirma que essa organização recebe fundos provenientes da comercialização dos problemas do país... tem provas? O seu problema é decorrente da manifestação/violência ou do financiamento que esta organização recebe?
    Sabe professor, quando os argumentos que fundamentam um debate são marginais, o debate corre sempre o risco de resvalar para a ignorância. Eu apreciava “alguns” textos do professor mas a forma como está a insultar aqui aos jovens para à força ganhar razão que sabe que não tem, deixa muito a desejar.
    Estevao Mabjaia, perdoe-me se o terei ofendido, mas creio que numa sociedade democrática não se pode confundir manifestação pacífica constitucionalmente consagrada com violência e, chamar os cidadãos de vândalos roça muito ao elitismo.
    O professor Elísio mesmo que revoltado com a organização, deveria apresentar um pedido de desculpas público e com o mesmo destaque que o texto anterior, à todos os jovens moçambicanos por os ter chamado de vândalos no contexto de uma manifestação cívica que nem sequer assistiu. Aliás, lembrar que o CMCM saudou os munícipes por terem pautado por uma manifestação pacífica – porque de facto, o Professor Elísio diz que há outros meios de protesto para além da paralisação de actividades e esquece que nem todo o moçambicano é escritor. O moçambicano comum só pode paralisar as suas actividades como meio de protesto, porque ele sente o peso do encurtamento das rotas no seu bolso.
    O Professor Elísio esqueceu o academismo que tanto defende e de forma bastante apaixonada insultou ao povo moçambicano, obrigando-os a que pensem e ajam como ele – porque alguns académicos têm mania de pensar que são donos do conhecimento e que todos têm que agir como eles tentam comandar a controlo remoto. Está muito difícil para si consentir que falhou na abordagem e que está a discutir no vazio – discute comunicado, ora discute fundos, ora discute mérito das questões levantadas e noutro momento resultados – e não é humilde para ouvir e reflectir sobre a abordagem dos outros, já tem pedras prontas para lançar e dogmatismo para espalhar.
    A Frente de Libertação agiu noutro contexto? Sim... mas porque tinha que receber fundos externos? Evito discutir o Sr. Muthisse neste debate, não há tempo a perder...
    Professor Macamo, agora peço como Moçambicana, durma e reflicta sobre o que escreveu... porque desta vez entrou no mato. Eu concordaria consigo se criticasse a organização num aspecto objectivo e claro – aliás a sociedade civil não está imune de cometer erros. Então sugiro que no seu próximo escrito analisasse a Constituição da República e sugerisse que no âmbito da revisão retirassem a manifestação como um direito cívico porque não sei porquê se escandaliza com isso. Aliás a sua parcial e ambiguidade manifesta-se de forma vil quando diz no seu texto que os protestos pacíficos em Portugal são um exemplo de cidadania, mas em Moçambique se escandaliza. Quais são os frutos ou resultados que há em Portugal que não há em Moçambique? Quando é que o nosso Governo cede sem pressão? Já subiu chapa? Já foi transportado como cabrito?
  • Edgar Kamikaze Barroso Fausta, muito obrigado. Disseste exaustivamente tudo o temos tentado dizer desde ontem. É o que eu disse anteriormente, há aqui uma ilusão de óptica típica de quem analisa Moçambique com óculos elitistas, numa perspectiva "milharmente" quilométrica e cheia de nuvens em propriedade. Eu vou agora apanhar um chapa precário, aqui em Tsalala, para chegar a uma outra paragem (na Liberdade, onde vou certamente ficar tempos a fio na bicha para apanhar outro para o Museu, onde trabalho. Sei perfeitamente o que é encurtamento de rota ou a anarquia generalizada do modus operandi dos chapas. Vivo isso e solidarizar-me-ei eternamente com qualquer levantamento popular que vise estancar este mal, dada a manifesta incompetência do Estado/Governo na sua solução. Bazófias sociológicas lá da longilândia não resolvem os nossos problemas reais (nunca os resolveram, by the way). Temos primeiro de perceber , aceitar e respeitar (o Parlamento Juvenil e eu pessoalmente até saudamos o gesto) o que leva cidadãos de Maputo e Matola a paralizar completamente toda a capital do país, antes de entrarmos com paradigmas e liçoes de moral alheias às vicissitudes dessa gente.

    PS: Prof. Macamo, em nenhum momento eu descontextualizei o que disse. Aliás, até fui precisamente retirar do seu texto algo que estava infelizmente descontextualizado da sua ideia central (a da cidadania irresponsável). Disse que o PJ foi civicamente irresponsável por ter saudado as manifestaçoes e fundamentou o argumento com o trecho que eu citei. Isso é um tremendo erro, para a dimensão intelectual que o ilustre personaliza. Pode dizer, já agora, porquê é que saudar uma manifestação (que foi essencialmente pacífica=boicote) é um acto irresponsável? E o que seria um acto responsável, num contexto igual, repudiar o direito das pessoas de se manifestarem? Incentivá-las ao conformismo? Estimulá-las a escrever cartas abertas ao sistema ou artigos de opinião nos jornais, respeitando os critérios sociológicos (ou metodológicos, ou sei lá o quê) de intervenção social apregoados pelo Prof. Macamo?

    Desçam ao chão da realidade.
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  • Eusebio Sanjane As vezes a verdade é aquilo que não fere as nossas convicções nem?!! Ele não falou de think tanks (CIP, EISA, etc), falou de um aborto social especifico, cujo mentor e actual lider, devia estar na reforma a anos mais está preso a sua prórpia ganancia pelo poder...See Translation
  • Livre Pensador O que esta em causa aqui sr. Edgar Kamikaze Barroso e saber distinguir um discurso de esquerda de um discurso do poder. E o que li, reflecte o poder. Logo, nao poderia ter ficado indiferente.
  • Pensar Mocambique Só estamos rodeados de gente com muitas certezas.See Translation
  • Pensar Mocambique Elísio Macamo
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