quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Como a paz encomoda! - Vasco da Gama

Em http://www.club-k.net/index.php?option=com_content&view=article&id=13602:como-a-paz-encomoda-vasco-da-gama&catid=17:opiniao&Itemid=124

Luanda - Mais do que nunca, e melhor do hoje, não encontro momento algum capaz de suplantar este, isto é, o da nossa dipanda, para exteriorizar a ideia que como sei representa um conjunto de realidades incontornáveis. Pois, estas se configuram na enorme fila construída durante o percurso de Angola.

Fonte: Club-k.net
A independência, paz, as vitórias e derrotas outras positivas outras não, devem acima de tudo merecer um olhar sereno e realístico dos seus operadores. Há muito que penso, ou pensamos e organizamos o pensado mas nem sempre temos os mesmos meios para os “espalhar”. E quantas não se tornam públicas? Muitas, senão na maior parte. Mas, como se-oi-dizer-se a liberdade deve ser aproveitada e que sã vivida. E assim deve ser feito sempre que possível, embora esta possibilidade seja rara.

Não me predisponho, em princípio abordar o tema “Dipanda” porque o seu dia chegará com a renovação ininterrupta das comemorações da efeméride. Disso tenho certeza, e sinto que deve implicar a poupança do meu espaço para falar somente da paz. A paz que para muitos é um estorvo! Também sei que não posso falar dela sem que antes alinhe no introito da independência de Angola.

A paz já vai no seu 10º aniversário, apesar de serem menos, comparativamente com os da dipanda, mas esta última preocupa mais, e de que maneiras. Na verdade, desde 2002 que Angola passou para a lista dos países seguros para se viver, pelo menos no que os conflitos armados diz respeito. Disso não se pode questionar. Passou igualmente em função desta tranquilidade social a figurar na lista dos poucos países em África sem grandes riscos para investir.

Esta normalidade de Angola surge numa altura em que as Américas, Europa Ásia e uma parte de África enfrentam dificuldades económicas, sociais resultantes da Crise económica e financeira mundial e dos levantamentos populares que noutros casos derrubam os poderes políticos há muito instituídos e passaram assim a aproveitar as oportunidades de negócio que o nosso País oferece e pode oferecer a todos.

A crise económica e financeira mundial que ainda faz avultadas vítimas na zona euro, Ásia Américas, e parte do continente africano que depende das manobras destes, veio tonificar pela positiva o espaço de negócios angolano, isto é, com a crise em Portugal, França, Espanha, Alemanha etc, os investidores passaram a ver o risco de investir nos seus próprios Países, pois a possibilidade «dormir rico e acordar pobre» é tão grande.

Nesta conformidade, e nos mais do campo económico, nada se configura como superior, do que procurar os Países de esperança e com mercados estáveis para as operações económicos, e isso para todos efeitos, faz de Angola hoje um perfeito destino dos investimentos estrangeiros que no antes 2002 não seria possível.

Esta estabilidade, e se vista com olhos postos no contexto global, preocupa e a muitos. Porém, para muitos principalmente para as potências mundiais o jogo que liga os seus interesses é encarado como chave de ouro para a conquista das respectivas metas. Aliás, como diz um velho amigo, “o alcance de um bem inexistente noutro torna agressão para este” e a meu ver, nos últimos tempos este tem sido o estado de muitos Países que se vêm assim no fim da história.

Foi este sentimento que se nutriu ao Egipto, Tunísia, Argélia e Líbia, e quanto a estes, sabe-se para já o que as potencias fizeram para mostrar a sua supermarcia, e, claro que a estabilidade democrática a que estes países registavam durante um tempo preocupara certamente os tais “grandes”.

Diga-se ainda que nos últimos anos Angola tem sido uma das referências mundiais pelo facto de estar a registar números que do ponto de vista económico satisfazem quer os angolanos quer os estrangeiros que procuram oportunidades de negócios.

Mas por outro lado, diga-se que não é menos verdade que quando os grupos empresariais angolanos e próximos ao ciclo governante compram acções desta ou aquela empresa, aqui e acolá, em Portugal ou Cabo-Verde, são muitos que flexionam as mãos de tristeza senão os dentes de frustração, pois entendo que isso funciona como os jogadores de qualquer modalidade desportiva que numa equipa onde todos não possam actuar de inicio, quando um suplente entra e faz melhor do que o titular, este vê-se ameaçado, pelo facto de o treinador poder mudar de escolha técnica.

É nessa altura que o jogar suplente para o desafio em destaque pensa em mil alternativas. Lesão, doença, morte de um próximo, despensa etc. Estas vicissitudes, que sejam a priori capazes de afastar o jogador do onze inicial, e aqui entendamos por jogar (Angola), estão no âmago dos grandes do mundo político económico e social e até de alguns emergentes muitos deles situados em África…

Resta agora o jogar suplente saber aproveitar os minutos que o treinador lhe deu e conservar ou conquistar a titularidade.

Resta agora saber se o jogador suplente está consciente de que o seu sucesso, a sua alegria durante e depois de alguns desafios será tristeza do titular que almeja regressar ao onze inicial.
Resta saber se este jogador antes suplente saberá gerir este sucesso porque doravante os elogios se multiplicarão, muitos deles estratégicos com vista ao seu enfraquecimento. Por fim, a receita é exatamente a de procurar gerir melhor o lugar que conquistou na equipa e tudo fazer para não cair nas “ratoeiras” do jogador substituído. Ai! Como a paz de uns incómoda outros…

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