sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Com vista a apelar a população

Para não aderir aos discursos de retorno a guerra

- Ao contrário da Renamo que tem estado a propalar discursos belicistas com destaque para o retorno a guerra, nós, a Frelimo, temos pautado por discursos que promovem a Paz, Unidade Nacional e o Combate a Pobreza – Henriques Bongesse, Primeiro Secretário do Comité Provincial do Partido Frelimo em Sofala
Gorongosa está a tornar-se o centro das atenções políticas em Moçambique, desde que o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, decidiu levar suas tropas e fixar residência naquela zona montanhosa, onde funcionou o primeiro quartel general do movimento guerrilheiro que passou a dirigente máximo depois da morte do seu primeiro líder e fundador, André Matade Matsangaissa.
Foi nas matas da Gorongosa onde André Matsangaissa foi abatido em combate pelas tropas governamentais, a 17 de Outubro de 1979. E foi de lá onde Afonso Dhlakama escapou das tropas governamentais fugindo de mota até fixar nova base geral nas matas de Marínguè.

Aliás, Afonso Dhlakama escalou Gorongosa no passado dia 15 de Outubro sob pretexto de que ia render homenagem a André Matsangaissa junto ao local onde foi abatido, no dia 17 de Outubro, pela passagem do trigésimo terceiro aniversário da morte do líder guerrilheiro.
Desde então, Dhlakama nunca mais saiu de lá e de lá tem sido produzidos e difundidos muitos discursos de ameaça a Paz. O Primeiro Secretário da Frelimo em Sofala que está a efectuar uma digressão pelos distritos da província, decidiu precipitar a sua ida a Gorongosa, para sensibilizar a população local para não aderir aos discursos de retorno a guerra, responsabilizados a Renamo, actualmente principal partido da oposição moçambicana.
Antes de deixar o distrito de Dondo, primeira etapa da sua digressão, Henriques Bonguesse recordou a população local, em comício, que durante o período da guerra muitos cidadãos moçambicanos viram-se obrigados a abandonar as suas zonas de origem a procura de refúgio nos principais centros urbanos. Consequentemente, viram-se obrigados a abandonar as suas culturas, principalmente os camponeses que acabaram deixando as suas terras de cultivo a procura de locais seguros.
Henriques Bongesse explicou a população que essa situação empurrou muitos cidadãos moçambicanos a vulnerabilidade, chegando até a passar fome por falta de produção e de alimentos.
“Isso tudo foi devido a guerra movida pela Renamo” – realçou o Primeiro Secretário da Frelimo em Sofala, para quem não faz sentido nos dias correntes, caracterizados por ambiente de paz e estabilidade social e económica, alguém ainda ter saudades da guerra.
Terminada a guerra, em 1992, os moçambicanos de facto retomaram o seu envolvimento em actividades produtivas, de reconstrução do país, para vencer a pobreza e alcançar o bem-estar.
O número um da Frelimo em Sofala criticou a intenção de Afonso Dhlakama, nomeadamente de fixar residência nas matas da Gorongosa para espalhar a ideia de que o país está na iminência de retorno a guerra.
“Esse tipo de atitude é muito mau para o país e, particularmente, para a província de Sofala, onde tudo isso está a acontecer. E, sabemos que Gorongosa é uma zona turística de referência mundial, é uma zona potencialmente agrícola e florestal e tem estado a atrair muitos investidores para a região.
Estamos preocupados com as manifestações do líder da Renamo. Isso pode retrair o desenvolvimento que está a acontecer nesta província” – assinalou Henriques Bongesse.
O Primeiro Secretário da Frelimo em Sofala explicou ter decidido deslocar-se a Gorongosa justamente nesta altura para “acudir” a população local que já começou a manifestar receio de que de facto o país está na iminência de voltar a guerra.
“Vamos trabalhar com as populações, com as instituições, as autoridades tradicionais, religiosas e outros líderes influentes para lhes explicar o que de facto está a acontecer”.
O Primeiro Secretário da Frelimo em Sofala desloca-se pessoalmente a região de Vanduzi, onde Afonso aquartelados, para falar com os habitantes locais.
Bongesse pretende com a sua ida a Vanduzi transmitir aos moçambicanos e ao mundo em geral que o país não tem ameaça de voltar a guerra.
“Vou apelar a população de Vanduzi para continuar a trabalhar a terra sem qualquer receio de o país retornar a guerra. Vou transmitir aos habitantes locais de que o que o líder da Renamo pretende é somente pressionar o governo para satisfazer as suas exigências” – concluiu Henriques Bongesse.
Analistas consideram, entretanto, de bastante ousada a decisão do Primeiro Secretário da Frelimo em Sofala de se deslocar a Gorongosa, mais concretamente a Vanduzi, a esta altura. (Francisco Esteves)
O AUTARCA – 02.11.2012

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